Kin Kataguiri, o Capitão Lamarca e a HQuização da política brasileira

Em textos publicados no GGN critiquei filmes de HQs “made in USA” por serem vetores do americanismo (o nazismo dos norte-americanos). Também tenho feito algumas reflexões sobre a decadência do realismo cinematográfico dos EUA e sobre a influência dos desenhos animados em filmes de ação (como Velozes e Furiosos 7, por exemplo). Também constatei a recente tendência dos filmes de ação norte-americanos de sugerir o ódio aos russos:

https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/capitao-america-2-ou-o-renascimento-do-bom-americanismo

https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/a-vida-nos-tuneis-nos-eua-da-ficcao-para-realidade-por-fabio-de-oliveira-ribeiro

https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/%E2%80%9Cnoite-sem-fim%E2%80%9D-e-o-realismo-em-doses-homeopaticas

https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/velozes-e-furiosos-7-a-saga-de-dominc-pernalonga-toretto

https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/%E2%80%9Co-protetor%E2%80%9D-ou-como-micromegas-se-protegeria-do-americanismo-cinematografico

Muito embora não tenha sido estudada, a influência dos filmes norte-americanos no Brasil parece ser grande. A hegemonia das produções “made in USA” é um fato amplamente demonstrável:

“Só 10% dos 146 milhões de ingressos vendidos nas 2.500 salas de cinema do país, ao longo de 2012, foram destina­dos a filmes nacionais. Já o cinema vin­do dos EUA vendeu, aqui, 120 milhões de ingressos. O restante coube a filmes de outras nacionalidades (europeus, asi­áticos e latino-americanos).” http://www.brasildefato.com.br/node/11923

Um dos temas mais discutidos esta semana foi o resultado pífio da marcha liderada por Kin Kataguiri até Brasília. Quando anunciou que iria caminhando até a Capital Federal para derrubar Dilma Rousseff, o líder do Movimento Brasil Livre se comportou como se fosse uma versão tupiniquim de Gandhi.

Kin parecia acreditar que sua marcha seria um sucesso, que começaria pequena e seria engrossada por milhões de pessoas ao longo do caminho. Ao fim de seu “movimento pacífico” ele adquiriria o direito divino de dar tiros nas cabeças dos petistas (plataforma política que ele mesmo divulgou em alto e com bom no Av. Paulista algum tempo antes de marchar para Brasília com seus sequazes).

“Grandes coisas tem pequenos começos!” Diz Lawrence da Arábia no filme homônimo. Kim Kataguiri não é T.E. Lawrence. Ele tentou fazer algo grande e só conseguiu um resultado ridículo e politicamente desprezível. 

O chefão do Movimento Brasil Livre não tem vocação para líder político. Kin Kataguiri é incapaz de reconhecer a realidade para extrair dela algo proveitoso para a comunidade. Ele acredita que pode criar a realidade e só conseguiu atrair alguns poucos adeptos para o seu delírio de grandeza.

Na pior das hipóteses, o líder da marcha para Brasília conseguiu se transformar num exemplo político do que não fazer para publicamente ridicularizar um movimento social. Na melhor, Kin Kataguiri agiu como se fosse um herói de HQ, mas conseguiu ser visto como um vilão de Comic Book.  Ele agiu sob influência dos filmes “made in USA”?

Há algum tempo venho burilando idéias para uma HQ a fim de ridicularizar os filmes de HQ produzidos nos EUA. Numa delas, o “Capitão Lamarca”, herói do nacionalismo comunista brasileiro, combateria e derrotaria o “Capitão América” usando a verdadeiro tacape de Cunhambebe. 

Em outra, que comecei a elaborar hoje, o invencível “Capitão Lamarca” seria capturado pelo “Free Brazilian Movement” (um braço local da CIA).  Em poder dos terroristas imberbes de direita, o herói teria que ver vídeos com palestras de FHC e receberia paneladas ao invés de comida. Ao receber um pedaço de pão de mandioca com água contaminada da Sabesp ele teria que ver a “Miss Golpe da Veja” servindo, quase despida, champanhe e caviar para o cachorro dela.

No fim o “Capitão Lamarca” conseguiria se salvar com ajuda de um médium petista que incorporou o espírito guerreiro de Che Guevara. O livro cômico não citará pessoalmente Kin Kataguiri para evitar processos por uso indevido da imagem. Mas um dos vilões terá os olhos puxados. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador