Sobre o Parlè de Eduardo Cunha

Por Fábio de Oliveira Ribeiro

Em artigo publicado na internet, o jornalista Ricardo Kotscho critica a proposta de parlamentarismo do Presidente da Câmara dos Deputados. Parlamentarismo com estes parlamentares? – perguntou ele. 

Com todo respeito ao venerável jornalista, creio que ele não entendeu bem a mensagem de Eduardo Cunha. Para avaliar o conteúdo da mensagem é necessário levar em conta a natureza daquele que a elaborou.

O presidente da Câmara dos Deputados é um suspeito perseguido pelo MPF. Tudo que ele faz só tem uma finalidade: aumentar seu poder pessoal e riqueza privada. Para tanto ele está, por exemplo, determinado a reduzir os direitos dos trabalhadores e a legitimar a sonegação fiscal praticada pelos Planos de Saúde. Num dia, ele fala uma coisa (respeitarei a decisão do Congresso que rejeitou o financiamento privado de candidatos), no outro, ele conduz a aprovação da privatização dos Partidos políticos. Cunha não tem apenas duas caras. Na verdade ele tem uma máscara para cada ocasião, exatamente como um pirata.

Quando queriam falar com seus concorrentes, adversários ou inimigos, os piratas do século XV e XVI invocavam o costume de “Parlè” (corruptela da palavra inglesa “Parley”, que significa parlamentar, conferenciar, discutir – Dicionário Inglês-Português // Português-Inglês, Ubiratan Rosa, Editora LEP S/A, São Paulo, p. 455).

Quando fala em Parlamentarismo, Eduardo Cunha pode estar se referindo ao regime de governo em vigor no Brasil durante o reinado de D. Pedro II. Também pode estar querendo encenar uma vez mais o golpe de estado dado contra João Goulart em 1961. Em razão de sua natureza peculiar, contudo, podemos muito bem acreditar que o presidente da Câmara mencionou o “Parlè” dos Piratas do século XV e XVI que fustigavam o litoral brasileiro.

O regime brasileiro á Presidencialista. O povo decidiu assim no Plebiscito de 1993 e teria que ser consultado novamente sobre o assunto. A Câmara dos Deputados ou seu presidente não tem autonomia para modificar o regime de governo. Mas é obvio que, dependendo da decisão do STF no processo criminal movido contra ele pelo MPF, Eduardo Cunha pode ter e terá o “Parlè” dele, não no Congresso e sim no Presídio da Papuda. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

5 Comentários

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  1. Queremos presidencialismo

    Queremos presidencialismo porque é a esquerda que está com o controle da caneta, supondo que “a Dilma” ou “o Fulano de Tal” fará a revolução. Como se percebe, não é verdade – o Presidente estar no controle da República não significa que ele pode dobrar o Congresso (aliás, a prática é que o Legislativo, quando quer, dobra qualquer um).

    1. O presidencialismo foi

      O presidencialismo foi aprovado pelo povo em 1993. Quem não ganhou eleição não deve governar e não vai governar. Simples assim. Se você quer dar um golpe de estado tenha a decência de pegar em armas, porque neste caso vocẽ poderá ser morto. E eu estarei entre aqueles que irão matá-lo sem dó e sem culpa.

  2. Parlamentarismo é INCONSTITUCIONAL

    O voto direto é cláusula pétrea em nossa constituição, logo não é possível o parlamentarismo. 

  3. Mein Kampf – Eduardo Cunha

    Depois que Hitler assumiu uma cadeira no Parlamento Alemão, fez propostas e acintes como os que vemos o Cunha fazer. Se houver possibilidade de alterar leis de forma a beneficiá-lo, ele o fará. Com a cobertura da direita “nacionalista” e opositora, da mídia golpista e do STF passivo! veremos a anexação da Bolívia e Venezuela, soba desculpa de expulsar a “ditadura” bolivariana, mesmo tendo seus presidentes sido eleitos por voto popular, Uruguai( permitir drogas não) e Paraguai, já que é o centro de compras do Brasil. Depois abrir um caminho para o Oceano Pacífico pelo norte do Chile ou sul do Peru. A nova guerra mundial será iniciada por este “eleito” do “Senhor”. Quem o elegeu que segure a bronca.

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