Pânico e Histeria: feras acuadas mostram suas garras, por Frederico Firmo

Guedes sabe que apenas com repressão pode alcançar sua meta. A conjuntura o deixa histérico e em pânico.

Pânico e Histeria: feras acuadas mostram suas garras, por Frederico Firmo

Histeria total. Eduardo Bolsonaro ameaça com um AI-5. Guedes sai do armário e reforça a ameaça. Apavorado com a tempestade que se forma, vocifera contra os manifestantes da América Latina que tanto odeia. Com  mentalidade tão  infantil como a de Eduardo, pensa  que fechando os olhos ou pedindo um golpe com muito sangue pode afastar as nuvens que rondam. Sua fala demonstra não apenas o autoritarismo, como também, mostra  suas limitações intelectuais. Incapaz de fazer uma análise  ou  modificar sua rota, chama um valentão para defendê-lo.  Moro e mais uma penca de deputados e senadores totalmente apavorados com a força política de Lula,  ameaçam com armas   e com leis que violam a constituição. Buscam saídas retóricas em juridiquês, para esconder o óbvio. A mídia mesmo acuada pelo governo faz eco e usa de manobras retóricas para justificar e dar suporte as teses de prisão de quem mais temem, Lula.  São incapazes de analisar a realidade e perceber que solto ou preso, o que temem é que ele possa falar  a todos sobre a realidade.  O maior temor é Lula trazer a tona as mazelas da economia, a destruição dos direitos, a legislação que favorece o andar de cima, e principalmente mostrar as consequências da destruição do Estado.  Isto os apavora e vendo as manifestações ao lado já imaginam as condições para a tempestade perfeita.

Jornais jogam no ar manchetes, afirmando que Lula erra quando critica a política econômica e propagam a inevitabilidade das tais reformas e da tal política e tentam ocultar o nível de destruição a que nossa economia chegou. Totalmente fragilizada a nossa agroindústria volta das terras do Tio Sam,  para o país das queimadas  com as mãos vazias.  Enquanto  ambição  ruralista que promoveu os incêndios dá mais alguns passos para o abismo, os jornais insistem que a economia vai melhorar.

O  judiciário tão ativo de outrora  não se manifesta, nem mesmo quando o legislativo tenta desmoralizá-lo. Com o  silêncio  ensurdecedor do supremo o legislativo toma atitudes e ações que mais do que ferem o decoro, ferem a ética e atentam contras as finalidades e promessas de obediência à constituição. Protestos só são levantados por uma minoria  e caem em Ouvidos Moucos. Maia  pensando em se candidatar, titubeia mas logo muda de ideia e avança na perspectiva de tirar Lula do páreo. Alcolumbre, ainda um tímido candidato, vai na mesma direção.

A estes se juntam  Guedes, Moro,Weintraub, Damares ,  Salles e Araujo que formam o sexteto  cômico se não fosse trágico. Ausentes da mídia, o  silêncio dos ministros restantes me deixa apreensivo. A mídia passou quase um ano afirmando que Guedes era um técnico competente, o sinal de lucidez no meio de um desgoverno ideológico, mas saindo do armário,  ele agora explicita o que sempre foi.  Guedes é  um oportunista encarregado de um serviço pelo mercado, mas não esquece de seus lucros. O célebre , ” follow the money”  jogaria uma luz sobre os ganhos bilionários da família Guedes e de suas ex sociedades. Guedes foi sócio de vários  fundos de investimento que estão  tendo lucros fantásticos com a intermediação das  privatizações.

Guedes sabe que apenas com repressão pode alcançar sua meta. A conjuntura o deixa histérico e em pânico. Finalizar a reforma trabalhista,  capitalização da previdência, a destruição dos bancos públicos  e do funcionalismo, desobrigar o estado de suas obrigações constitucionais na saúde e educação, destruir a estrutura de pesquisa científica e tecnológica do país  é apenas parte de sua agenda. Guedes e Financial Times se desesperam com a perspectiva de não cumprimento da meta.

Guedes  não é um técnico dentro de um  governo autoritário  como querem alguns.  Ele mostra em seus discursos, que não passa de um Bolsonaro com diploma superior,um  economista de Pinochet.

O verniz de Moro se desmilinguiu,  de defensor da   luta contra a corrupção se tornou o guarda costas jurídico do  clã. Vide os  casos Marielle e Queiroz.  Áudios e mensagens da vaza jato já expuseram as entranhas deste personagem mas a imprensa continua seu trabalho de colocar panos quentes e edulcorar a figura.  Mas os  projetos de lei anti-crime  e a ambição pelo COAF só demonstram a obsessão pelo poder que move Moro.

Moro mais do que uma carreira política quer  o poder sobre os políticos. Seu sonho era ter um Ministério da Justiça acima de tudo e de todos.

Os movimentos na América Latina amedrontam os interesses estrangeiros. A histeria   internacional se explicita nas palavras do  Financial Times  que  entra no jogo  rogando a  Bolsonaro e Guedes que  não parem na tarefa de destruição do estado. O capital internacional se agita, afinal querem o fim da competição com nossas estatais. A tal competitividade precisa que uma PEC amarre a mão de nossas estatais. Guedes  segura as mãos e pede para outros espancarem. O  Banco Mundial entrou na dança midiática, afirmando que o funcionalismo publico ganha o dobro do trabalhador nas empresas privadas. Ao invés de propor aumento de salário nas empresas, pede o rebaixamento no funcionalismo publico. Dados inclusive falseados propositadamente vieram a público para  dar suporte a reforma administrativa. Nossos jornais ecoam  e defendem a tal reforma e quando se fala da mão estrangeira no golpe, criticam  as teorias da conspiração, como se não tivessem conspirado.

Os protestos no Chile, Colômbia, Equador, a eleição Argentina apontam para reações cada vez mais fortes aos avanços do mercado. O golpe na Bolívia talvez tenha tirado Evo, mas não parece ter eliminado o MAS. Muita coisa, e espero que não sangue, vai correr no país vizinho.

Com o alerta vermelho soando, Guedes e Moro se esmeram pedindo  que o Capo di tutti Capi libere suas milícias.

Não teremos daqui para frente manifestações pacíficas, pois milícias de direita com ou sem fardas irão criar o tumulto e quebra quebra  na esperança do mítico golpe de Estado.

Militares no governo estão silenciosos momentaneamente, mas no cotidiano se afastam dos quartéis em buscas das  vagas  em ministérios e repartições, ou quiçá  escolas. Todo este movimento de cooptação tem que ser avaliado com cuidado. Quem são estes militares é uma pergunta que não quer calar.  E nestes tempos bicudos  muitos já acreditam  que o suporte do Financial Times anuncia o  desembarque do  pelotão de Mariners, ou os navios da IV Frota.

Mas seja como for as manifestações virão e devemos ter clareza que feras em pânico e histeria são feras acuadas que com certeza vão mostrar suas garras.

Redação

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