O paradoxo da reprodução sexual, por Gustavo Gollo

https://www.youtube.com/watch?v=Qw_S3T25pBc

Dentre todas as incertezas que ainda assaltam a biologia contemporânea, a maior de todas, a mais profunda, talvez seja a completa incompreensão sobre o que permite a manutenção da reprodução sexual. Uma perplexidade desconcertante tem esboroado quem tenha se atrevido a tentar compreender, ao menos, como é possível que um modo de reprodução tão absurdamente ineficiente prospere e se perpetue. O assombro é tão gritante que nem se chega a perguntar como teria sido a origem de tão despropositado fenômeno, confinando-se a curiosidade sobre o tema à tentativa de compreensão da continuidade do aparente contrassenso: como é possível que um modo se reprodução tão absurdamente ineficiente se mantenha?

A ineficiência absurda pode ser avaliada através de umas considerações aritméticas bem simples.

Imaginemos duas espécies de criaturas idênticas em tudo, exceto quanto ao modo de reprodução. Consideremos que uma delas se reproduza de forma sexual, a outra assexualmente, e que cada indivíduo de ambas faça um esforço capaz de gerar 2 descendentes. Consideremos, também, que essa mesma taxa de reprodução seja mantida por seus descendentes (ou seja, todos os indivíduos têm 2 descendentes). O resultado desse esforço de reprodução, por parte das criaturas, é mostrado na tabela:

Assim, se os esforços reprodutivos dos indivíduos de ambas as espécies resultarem em 2 descendentes por geração, cada casal que se reproduz sexualmente gerará um casal, e a população se manterá estável, enquanto a população da espécie que se reproduz assexualmente multiplicará seu número por mil a cada 10 gerações, de modo que em 10 gerações haverá 1.000 descendentes do indivíduo original, em 20 gerações serão um milhão, em 30, um bilhão, em 40, um trilhão, … gerando um crescimento exponencial que só cessará quando a população atingir a capacidade de suporte da região ocupada.

A desproporção entre o crescimento populacional das duas espécies será mantida, qualquer que seja o esforço reprodutivo dos indivíduos, desde que o valor desse esforço seja o mesmo para as duas espécies.

Tal constatação, sugere o estranho paradoxo:

O que poderia ter levado criaturas que se reproduziam de uma maneira simples e eficientíssima, a trocá-la por uma outra absurdamente ineficiente e muito mais custosa?

A resposta para essa pergunta é belíssima e surpreendente! Tratarei dela em texto e vídeo que publicarei em breve:

Veja também:

https://jornalggn.com.br/ciencia/a-historia-do-mundo-parte-vi/

https://jornalggn.com.br/ciencia/como-surgiu-a-reproducao-sexual-0/

https://jornalggn.com.br/blog/gustavo-gollo/como-um-parasita-se-transformou-em-um-espermatozoide/

Gustavo Gollo é multicientista, multiartista, filósofo e profeta

# Evolução # Biologia # Reprodução sexual # Reprodução sexuada

Redação

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