Vitamina D, Covid e confinamento, por Gustavo Gollo

Dias atrás, assisti a um vídeo exaltando as virtudes da vitamina D, verdadeira panaceia, reguladora de nosso sistema imunológico, segundo Cícero Coimbra, o expositor. De acordo com ele, os níveis de vitamina D em nossos corpos andam, em média, baixíssimos, muito abaixo do recomendado, o que deixa quase toda a população mundial com uma baixa resistência a infecções. Tal condição teria favorecido a disseminação do Covid. A recomendação decorrente de tais constatações é que peguemos bastante sol, dado ser essa a principal fonte de vitamina D.

Ao comentar o assunto com uma amiga, ela perguntou: mas e os índios, que pegam muito sol, por que têm baixa imunidade?

A pergunta é francamente pertinente e sugere a negação das conclusões apresentadas pelo especialista. Creio que a resposta, no entanto, lance uma forte dúvida sobre as práticas que estão sendo implementadas por quase todo o mundo.

Embora os índios se alimentem bem e peguem muito sol ─ 2 fatores necessários para o bom funcionamento de nosso corpo e manutenção de boa imunidade ─, carecem de um terceiro fator pelo menos tão importante quanto esses.

Ao contrário de nós, cidadãos urbanos, os índios vivem em grupos isolados, resguardados do contato dos vírus que ininterruptamente agridem as pessoas nas cidades, especialmente nas metrópoles. Esse ataque ininterrupto obriga nossos corpos ao constante exercício de defesas imunológicas, ação que nos mantém ‘em forma’ com respeito a infecções. Resguardados de tais ameaças pelo isolamento, os índios acabam relaxando sua imunidade. Em vista disso, suas defesas imunológicas não adquirem a tenacidade dos que vivem nas metrópoles, tornando-os vulneráveis às infecções típicas dos grandes centros urbanos. Por essa razão, apesar da boa alimentação e de altas taxas de vitamina D em seus corpos, os índios são bastante vulneráveis a doenças como Covid.

O raciocínio acima lança uma forte preocupação sobre as medidas implementadas de forma bastante atabalhoada por todo o planeta. Ocorre que o confinamento tende a reduzir nossas taxas de vitamina D, enquanto, isolados, deixamos de estimular nosso sistema imunológico, enfraquecendo-o. Fatores adicionais, como o sedentarismo, a obesidade e a solidão adicionam-se aos anteriores, debilitando nosso organismo ainda mais, deixando-nos vulneráveis ao Covid e demais infecções. Talvez o confinamento esteja só agravando as consequências da pandemia.

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Redação

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