A Vejinha deturpa entrevista com John Neschling

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Post do maestro John Neschling

John Neschling

Na quarta feira à tarde, ao me despedir do repórter da Vejinha que veio me entrevistar no Municipal, e com quem falei por mais de meia hora, pedi-lhe, sabendo das pegadinhas e pequenas maldades típicas da revista, que fosse gentil e não maldoso comigo e com o Theatro. Havíamos falado muito sobre o Municipal e o trabalho de reestruturação que estamos iniciando, sempre enfatizando o respeito pelos que trabalham conosco e pelo resultado que estamos conseguindo no curto espaço de tempo. Ao final da entrevista, quase em tom de “off the record”, conversamos um pouco sobre São Paulo e a cidade em que estamos vivendo. O próprio jornalista concordou que não era nada fácil viver numa cidade fascinante, mas violenta como a nossa. Meu temor sobre a intenção maldosa da revista (ou do jornalista) era fundado: hoje, na edição desta semana da Vejinha, na seção Terraço Paulistano, leio uma entrevista comigo, reduzida e editada, em que o mais importante, inclusive o que dá título à matéria, é que eu afirmo que o Ibirapuera cheira a xixi. Ora, justamente num fim de semana que a nossa Orquestra Experimental de Repertório vai se apresentar no Ibirapuera, a Veja publica uma matéria em que o trabalho no Muncipal, motivo pelo qual concedi a entrevista, vem como gorjeta. A matéria parece ter a intenção de me definir como uma figura antipática à cidade que admiro e na qual trabalho com entusiasmo e empenho. Demonstra ainda uma intenção proposital de polemizar e criar um clima adverso. Respeito a imprensa, embora a considere leonina na medida em que o que é publicado (muitas vezes editado e fora do contexto) passa a ser a verdade e o nosso poder de resposta é muito limitado. O Ibirapuera não cheira a xixi e é um dos espaços mais nobres de nossa cidade. Se disse isso, foi no sentido de que as pessoas muitas vezes não respeitam o espaço e a coisa pública, usando-o com incivilidade. Continuarei a ler a Veja com a cautela de sempre, mas vou procurar limitar minhas entrevistas aos jornalistas em quem confio. Sei que esse meu espaço internáutico tem seus limites, mas na medida do possível peço aos meus leitores que divulguem esses meus comentários a uma matéria que, a meu ver, só teve o intento de criar polêmica, em vez de ir mais ao fundo do trabalho que estamos realizando num dos equipamentos culturais mais importantes do País.
Luis Nassif

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