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Redação

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  1. Aécio e mais três patetas pagam o mico do milênio!

    O Cafezinho

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    Aécio e mais três patetas pagam o mico do milênio!

     

    18/06/2015 Por      

     

    Direto de Caracas.

    É o mico do século, quiçá do milênio!

    Aécio Neves é tão incompetente, tão preguiçoso, que desistiu de visitar Leopoldo Lopez, o terrorista & golpista venezuelano, porque ficou – acredite se quiser – preso num engarramento!

    Fontes do governo me disseram que, se Aécio tivesse vontade real de visitar Leopoldo, havia duas outras vias que poderiam ser seguidas pela van que levava os senadores. Ou então poderiam ter ido de helicóptero, já que um dos amigos de Leopoldo é dono da maior frota aérea de Caracas.

    Eu fico me perguntando: se tivesse interesse real na situação de Lopez, Aécio poderia perfeitamente ter insistido um pouco mais, não?

    A troco de quê ele fugiu tão rápido?

    Ainda aguardo informações mais detalhadas sobre o que aconteceu. Daqui a algumas horas, tudo será esclarecido. Seja como for, Aécio se meteu num mato sem cachorro. Invadiu um país democrático, onde se realizam, periodicamente, manifestações contra e a favor do governo, usando um avião militar brasileiro para fins partidários, o que é um crime gravíssimo!

    Uns dizem que havia protestos contra o governo venezuelano, fechando uma estrada de acesso do aeroporto à Caracas. Outros que se limpava um túnel. Outros que houve protestos contra Aécio por populares apoiadores de Chávez.

    O governo venezuelano tinha total interesse que o encontro tivesse acontecido, justamente para desmascarar esse jogo sujo de acusações contra o país, tentando pintar uma das democracias mais avançadas do continente como “violadora de direitos humanos”.

    Como é um irresponsável, Aécio – com ajuda da mídia golpista brasileira – já começou a querer transformar o seu fiasco internacional num acidente diplomático.

    Por favor, alguém explique a Aécio que ele perdeu as eleições e portanto não pode ditar as relações internacionais do Brasil com nenhum outro país!

    Se foram protestos contra Aécio, podem culpar o próprio Cafezinho e a delegação brasileira, porque desde que chegamos demos várias entrevistas denunciando essa ridícula e hipócrita agressão de um punhado de senadores reaças do Brasil, todos acusados de corrupção, a um país irmão, uma democracia amiga.

    Hoje mesmo eu e o professor Magalhães (UFMG) demos entrevista a um canal privado, de oposição, Globovision, denunciando a hipocrisia dessa comitiva de senadores.

    globovision

    Aécio, Ronaldo Caiado, Agripino Maia, todos sempre desrespeitaram a liberdade de imprensa e expressão em seus estados. Não tem moral nenhuma para invadir outros países exigindo o que eles não fazem em casa.

    A Constituição Brasileira determina o respeito à soberania dos povos, a busca pela paz, etc, o que é exatamente o contrário do que deseja Aécio.

    Se ele tentar insuflar o senado e a opinião pública brasileira contra a Venezuela, para desviar a atenção do seu fracasso patético, então é um bandido internacional!

    O Cafezinho veio à convite da Presidência da República da Venezuela, juntamente com o escritor Fernando Morais, o professor bolivariano da UFMG, José Luiz Quadros Magalhães, e o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Kerisson Lopes.

    Aviso aos coxinhas: chamar o presidente da Venezuela, eleito com margem apertada de votos em 2012, de “ditador”, é prova de profunda ignorância, ou má fé. Podem xingá-lo à vontade, mas ele é presidente eleito pelo sufrágio universal, num país democrático.

    Outros aviso: o grau de democracia de um país não é medido pela quantidade de “papel higiênico” disponível nas prateleiras dos supermercados. Na Arábia Saudita, a pior ditadura do mundo, os mercados estão abarrotados de papel higiênico.

    Aliás, até o momento não ouvi ninguém por aqui reclamar de papel higiênico. Eu estou tranquilo.

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    Conheci diversos jovens e eles estavam mais preocupados e animados com o Festival Internacional de Poesia, que começou ontem, num grande teatro nacionalizado, reformado e democratizado pelo governo atual, e que está colado a uma universidade federal de artes criada por Chávez.

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    Numa conversa da nossa delegação com o vice-ministro de Relações Exteriores para América Latina, Alexander Yánez Deleuze, ele nos explicou que o terrorismo midiático ajuda a provocar problemas de abastecimento, porque as pessoas, apavoradas, fazem estoques enormes em casa, desorganizando a distribuição dos produtos. Além disso, há contrabando de produtos venezuelanos, que são mais baratos, para a Colômbia.

    “Você vai na casa das pessoas, e tem leite, açúcar, farinha, para mais de três meses!”, denunciou Deleuze.

    De qualquer forma, acreditando ou não na versão do governo, e mesmo que se admita que Venezuela tem seus problemas, e é claro que os tem, assim como o Brasil tem os seus (muitos!), a questão democrática no país não é um deles.

    Não há nenhum controle dos meios de comunicação. A grande maioria (65%) das rádios são privadas. Há 20% de rádios comunitárias e menos de 10% de rádios estatais. Há três canais privados de TV de alcance nacional e apenas 2 estatais.

    Os jornais impressos de oposição circulam normalmente em toda a parte.

    Jornais de oposição, numa banca do centro. Observe  a machete do Tal Cual, chamando Maduro de torturadorJornais de oposição, numa banca do centro. Observe a manchete do Tal Cual, acusando Maduro de “tortura”

    Que merda de ditadura é essa em que a imprensa é livre, há eleições constantes, a oposição tem total liberdade até trazer senadores de outros países para visitar o que eles chamam de “presos políticos”?

    José Dirceu e Genoíno, que também se consideram presos políticos, podem receber visitas de senadores de outros países?

    Os meios de comunicação do Brasil tem pavor da Venezuela porque eles aprovaram uma lei que obriga todos os canais de TV a darem 10 minutos por dia ao governo.

    Imagine se o governo do Brasil tivesse dez minutos por dia para defender suas ações e projetos? Faríamos a nossa revolução democrática!

    Durante o almoço, fiz uma breve entrevista com o escritor Fernando Morais sobre esse estrondoso fiasco aético. Segue abaixo:

    Cafezinho: Fernando, queria saber sua opinião sobre o fracasso dessa missão do nosso, quer dizer, do seu senador, já que você é de Minas?

    Fernando Morais: Não é meu senador. Ele mora no Rio de Janeiro. É só nascido em Minas Gerais. Ele é senador do pessoal do Baixo Leblon e de Ipanema. Olha, é coisa dos três patetas. Que aliás não eram três, eram quatro patetas. Agora, uma coisa que é importante saber é o seguinte. Esse factoide, essa bobagem, feita por eles, custou quanto aos cofres brasileiros? Quanto é que custou o combustível do jato, quanto é o salário da tripulação, e quanto custaria se eles tivessem que fretar um Legacy – eu sei que é Legacy porque eu vi o Aécio hoje falando na internet, que estava já dentro de um Legacy da FAB. Acho que o ministro Jacques Wagner precisa informar isso ao público com certa urgência.

    http://www.ocafezinho.com/2015/06/18/aecio-e-mais-quatro-patetas-pagam-o-mico-do-milenio/

  2. Aécio e Doria: duas faces da mesma moeda, por Juca Kfouri

    Tijolaço

    Aécio e Doria: duas faces da mesma moeda, por Juca Kfouri

     

    18 de junho de 2015 | 20:25 Autor: Fernando Brito
     

    duplapapelao

    O Juca Kfouri, que é contrário a agressões, seja em campos de futebol, seja a namoradas numa festa da Calvin Klein, no Hotel Fasano, no Rio, publicou uma nota em em seu blog  com uma dupla que anda fazendo o Brasil passar vergonha.

    Vale a pena ler, embora não dê pra rir de quem anda “representando” o Brasil assim.

    Ficamos sabendo quem indicou o chefe da nossa delegação na Copa América, onde perdemos ontem da Colômbia que, apesar do James Rodríguez, perdeu para a a fraca seleção venezuelana.

    Dória foi escalado para o papel por Aécio.

    Pra fazer papelão, também.

    Aécio e Doria: duas faces da mesma moeda

    Juca Kfouri, em seu blog

    João Agripino Doria Jr. é o desfrutável chefe da delegação da Seleção Brasileira na Copa América, mas que não fica no Chile nem mesmo quando Neymar será julgado.

    Aécio Neves é o corajoso senador que no primeiro obstáculo que encontra ao chegar na Venezuela para se solidarizar com os oposicionistas presos  toma o jatinho da FAB de volta ao Brasil.

    Foi Neves quem indicou Doria a Marco Polo Del Nero e José Maria Marin.

    Tutti buona gente!

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=27643

     

  3. PAPA – Encíclica “Laudato

    PAPA – Encíclica “Laudato Si”.

    Um importantíssimo documento para Dilma ler e seguir.

    Um caminho a se percorrer.

    Papa faz duríssimas críticas ao neoliberalismo econômico, ao livre mercado e aos governos que o seguem

    Ocorrências, diagnóstico, argumentação e receita:

    – a política não deve se submeter-se a economia

    – pagamos a conta do salvamento dos bancos sem rever e reformar o sistema o que reafirma o domínio absoluto das finanças que poderá gerar novas crises depois de uma longa, custosa e aparente cura.

    – é preciso refletir responsavelmente sobre o senso da economia e sua finalidade para corrigir suas disfunções e distorções

    – é preciso redefinir o progresso: um desenvolvimento tecnológico e econômico que não deixa um mundo melhor e uma qualidade de vida integralmente superior, não pode considerar-se progresso.

    Niente di questo mondo ci risulta indifferente

    ” Il ricco e il povero hanno uguale dignità”

    “La politica non deve sottomettersi all’economia”

    “Si tratta di ridefinire il progresso. Uno sviluppo tecnologico ed economico che non lascia un mondo migliore e una qualità di vita integralmente superiore, non può considerarsi progresso

    “Il salvataggio ad ogni costo delle banche, facendo pagare il prezzo alla popolazione, senza la ferma decisione di rivedere e riformare l’intero sistema, riafferma un dominio assoluto della finanza che non ha futuro e che potrà solo generare nuove crisi dopo una lunga, costosa e apparente cura

    “Ancora una volta, conviene evitare una concezione magica del mercato, che tende a pensare che i problemi si risolvano solo con la crescita dei profitti delle imprese o degli individui” (190)

    “Affinché sorgano nuovi modelli di progresso abbiamo bisogno di « cambiare il modello di sviluppo globale »,136 la qual cosa implica riflettere responsabilmente «sul senso dell’economia e sulla sua finalità, per correggere le sue disfunzioni e distorsioni»”

    “La crisi finanziaria del 2007-2008 era l’occasione per sviluppare una nuova economia più attenta ai principi etici, e per una nuova regolamentazione dell’attività finanziaria speculativa e della ricchezza virtuale”

    etc…

    Acorda Dilma, ainda há tempo!!!!…

  4. Sérgio Moro, um juiz a serviço da TV Globo e do PSDB

    Carta Maior

    18/06/2015

    Sérgio Moro, um juiz a serviço da TV Globo e do PSDB
    Os principais interessados na Operação Lava Jato são o PSDB e as multinacionais do petróleo. Ambos clientes da esposa de Sérgio Moro.

     

    Emanuel Cancella

     
    Fotos Públicas

     

    A esposa do juiz Sérgio Moro, que está à frente da Operação Lava Jato, advoga para o PSDB do Paraná e para multinacionais de petróleo. A denúncia foi publicada no Wikleaks.

    O fato já seria suficiente para inviabilizar a participação do juiz Moro no processo que apura a corrupção na Petrobrás (Operação Lava Jato). O Código de Processo Civil, em seu artigo 134, manda arguir o impedimento e a suspeição do juiz: “ IV- Quando nele estiver como advogado da parte o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguínio ou afim, em linha reta: ou na linha colateral até o segundo grau”.

    Mais claro impossível. Ora, quem são os principais interessados na Operação Lava Jato, que afeta diretamente a Petrobrás? O PSDB e as multinacionais do petróleo, clientes da mulher de Moro! São eles os grandes beneficiados com essa Operação.

    Na véspera da eleição presidencial, a Revista Veja estampou uma foto da então candidata Dilma, afirmando: “Dilma e Lula sabiam da corrupção na Petrobras”. A TV Globo repercutiu no Jornal Nacional.

    A capa da Veja – um panfleto pró-Aécio – e o noticiário da emissora de maior audiência (ainda que decadente) manipularam até o final e certamente conseguiram arrancar alguns milhões de votos da presidenta, embora não o suficiente para derrotá-la.

    Depois do estrago causado, a farsa montada pela Veja e pela Globo foi desmentida. O próprio advogado do doleiro Alberto Youssef (suposto delator) assegurou que “o seu cliente não fez declaração alguma envolvendo os nomes de Lula e Dilma”.  Quem provavelmente “sabia” da manipulação montada, era o juiz Sérgio Moro.

    Parcialidade e blindagens se revelam como um novo escândalo
    A sociedade não deve nenhum respeito a um juiz que extrapola suas funções e, sem nenhuma base jurídica, destrata a autoridade máxima do país. É o que aconteceu no segundo turno das eleições presidenciais, quando foram veiculadas as acusações – depois desmentidas. Por esse fato, o juiz Sérgio Moro deveria se desculpar publicamente.

    Por mais que os brasileiros queiram ver na cadeia corruptos e corruptores –  também me incluo entre os indignados – não é possível aceitar que a Justiça tenha dois pesos e duas medidas. O juiz Sérgio Moro mantém preso o tesoureiro do PT, mas não mandou prender os tesoureiros dos demais partidos citados em delação premiada, dentro da mesma operação, dentre os quais havia políticos do PSDB, PMDB, PP e outros. O tesoureiro do PSDB, Marcio Fortes, que foi tesoureiro de campanha de FHC e de José Serra, além do envolvido com o PSDB na Lava Jato é titular de conta para lavagem de dinheiro no HSBC da Suíça. Mas continua solto.

    A parcialidade de muitos juízes se revela como um novo escândalo, tão grande quanto aqueles que apuram. Pior é a blindagem de personagens, como o atual presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha. Será ele refém ou artífice de um projeto conservador em andamento que pratica uma verdadeira devassa, derrubando conquistas históricas da sociedade civil e dos trabalhadores?

    Por que não são investigados e punidos os empresários de comunicação que falam e escrevem o que bem entendem, contra tudo e contra todos, sem nenhuma regulamentação?

    Por que esses escândalos não têm a mesma repercussão na mídia? O que se diz é que órgãos de comunicação também estariam envolvidos, em escândalos bilionários, como o Swisslaikes, Zelotes e Trensalão.

    A lei determina que todos os envolvidos em corrupção, corruptos e corruptores, depois da ampla defesa e, se condenados, sejam presos e os bens adquiridos por meio da corrupção sejam ressarcidos. Mas a regra deveria valer para todos os partidos!

    A TV Globo deu ao juiz Sérgio Moro o título de personalidade do ano. A TV Globo apoiou e cresceu à sombra da ditadura, foi contra as eleições diretas e, no governo de FHC, na década de 1990, fez campanha pela privatização da Petrobrás, comparando a estatal a um paquiderme e chamando os petroleiros de marajás.

    A Globo e o PSDB sempre defenderam a privatização da Petrobrás. O seu projeto de país tem sido derrotado nas urnas. Mas, por vias transversas, está sendo retomado. É o que aponta o projeto do senador do José Serra que retira a Petrobrás como operadora única do pré-sal e acaba com o regime de partilha, retornando ao pior modelo, que é o de concessão, instituído em 1997 pelo entreguista FHC.

    Como funcionário da Petrobrás e brasileiro não posso aceitar calado essa tramoia contra a empresa que é o maior patrimônio da nação e a única que pode pagar a dívida social que temos com nosso povo. A sociedade não pode permitir que a Globo e o PSDB destruam a Petrobrás.
    ___________

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

    http://cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FPolitica%2FSergio-Moro-um-juiz-a-servico-da-TV-Globo-e-do-PSDB%2F4%2F33770

     

  5. As babás usam branco para continuar invisíveis

    Do DCM

     

    por : Marcos Sacramento

     

     

    Um famoso experimento social de um pesquisador da USP constatou que os uniformes de profissões modestas e estigmatizadas como gari ou auxiliar de serviços gerais transformam esses trabalhadores em seres invisíveis.

    O mesmo não acontece com o uniforme branco das babás, pelo menos para a promotora de Justiça Beatriz Helena Budin Fonseca, que abriu um inquérito civil contra o Clube Pinheiros depois de receber a denúncia de que a agremiação paulistana obriga as babás que acompanham sócios a usarem uniforme branco. Outros clubes da capital paulista devem tomar a mesma enquadrada.

    “Ao exigir o uso de determinada roupa pelas babás, o clube pretende marcar as pessoas que estão no local, circulando entre os sócios, mas que pertencem a outra classe social”, explicou a promotora em entrevista à BBC Brasil.

    O uniforme das babás, neste caso, é a antítese do uniforme laranja dos garis ou das vestimentas cinzas ou azuladas das equipes de limpeza de escritórios ou condomínios. Ele destaca a trabalhadora no ambiente e mostra que a moça de pele escura e cabelo crespos não tem grau de parentesco com a criança branquinha e de cabelos lisos que ela acompanha.

    As vestes brancas das profissionais também servem de sinal de status para quem as emprega. Em um país onde a renda média da população é de R$ 2.104,16, ter condições de manter uma funcionária para cuidar das crianças é privilégio de poucos. Considerando o pagamento de um salário mínimo de R$ 788,00 e os benefícios previstos pela legislação trabalhista, as despesas com uma babá partem de R$ 959,30 por mês.

    Para a pequena parcela da população que se preocupa mais com o vizinho do que com as qualidades mecânicas ao escolher um carro, paga quantias de três dígitos por camisas gola polo com bichinhos bordados ou de quatro dígitos por uma bolsa de mão, terceirizar a criação dos filhos por meio dos serviços de uma babá também entra na cota da ostentação.

    Mas não basta só a serviçal, é preciso que ela seja diferenciada, como essa turma gosta de dizer. É aí que entra o uniforme, perfeito se for impecavelmente branco. Coisa de sonho, do universo classe média glamoroso das novelas do Manoel Carlos.

     

  6. Um absurdo sem tamanho. Não

    Um absurdo sem tamanho. Não foram em missão oficial e voltaram por conta de um engarrafamento. E pior, os partidos de esquerda estão perdidinhos porque votaram a favor !!

    http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/40749/camara+aprova+mocao+de+repudio+a+venezuela+e+cobra+posicao+do+governo.shtml

     

    Câmara aprova moção de repúdio à Venezuela e cobra posição do governo

     

    Redação (*) | São Paulo – 18/06/2015 – 21p2Medida foi apresentada pela oposição após relatos dos senadores em Caracas; votação favorável foi orientada pela liderança do governo na CasaImprimir   

    A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (18/06) uma moção de repúdio aos atos contra senadores brasileiros que estiveram na Venezuela para conhecer as condições dos presos que swe opõem ao governo daquele país. A moção — cuja aprovação teve a orientação da liderança do governo na Casa, o deputado José Guimarães (PT-CE)  — ocorreu após protestos no plenário contra manifestantes venezuelanos que protestaram atacando o veículo onde os parlamentares brasileiros estavam.

    Aprovada em votação simbólica, sem contagem nominal dos votos, a medida foi apresentada na Câmara por partidos de oposição, mas contou — salvo exceções entre as bancadas — com apoio de legendas geralmente favoráveis ao governo venezuelano, como PT, PSOL e PCdoB.

    Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

    Pauta na Câmara foi suspensa após relatos dos senadores opositores em Caracas chegaram em Brasília

    O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se uniu aos parlamentares que protestavam contra atitude dos venezuelanos e cobrou uma posição do governo. “Não há dúvida que o governo brasileiro tem de manifestar sua repulsa à agressão.” Cunha designou uma comissão de deputados para ir ainda hoje ao Ministério das Relações Exteriores para saber do ministro Mauro Vieira a posição do governo brasileiro em relação ao incidente.

    Alvo de manifestações na Venezuela, missão de senadores volta ao Brasil sem cumprir agenda

    Senado brasileiro aprova ida de nova comissão à Venezuela

    “Não podemos admitir que senadores brasileiros, que chegaram em avião da Força Aérea Brasileira, com uma suposta escolta policial, sejam submetidos a agressões dessa natureza. Então, nosso repúdio ao fato.” Ele explicou que já pediu ao ministro Mauro Vieira informações mais detalhadas sobre o ocorrido e pediu providências do governo.

    “Solicitei a ele [ministro] que o governo se manifestasse para o Parlamento ter ciência do que o governo está fazendo para garantir a integridade da delegação.”

    Segundo Eduardo Cunha, o ministro foi chamado pela presidente Dilma Rousseff e “deve estar avaliando a posição do governo brasileiro”, informou. “O ministro não está se negando a prestar os esclarecimentos que pedimos. ele nos relatou todo o ocorrido”, esclareceu.

    Cunha acrescentou que as informações indicam que a integridade dos senadores está preservada e que, neste momento, eles estão no aeroporto. “Mas a delegação ficou sob risco. “Esse risco não é admissível”, concluiu Cunha.

     

  7. *

    Porto Alegre: flexibilização do Código de Limpeza sobre oferendas é aprovado

    Sul 21

    http://www.sul21.com.br/jornal/porto-alegre-flexibilizacao-do-codigo-de-limpeza-sobre-oferendas-e-aprovado/

    Da Câmara de Porto Alegre

    O Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou na tarde desta quarta-feira (17/6) por unanimidade projeto que flexibiliza o Código Municipal de Limpeza Urbana para permitir a colocação, nas vias públicas, de itens de oferenda conhecidos como ebós (pipocas, balas, cachaça, espumantes, flores, bandejas de papelão, papel celofane e tecidos), característicos de cultos e liturgias de religiões de matriz africana e da umbanda. A proposta é do vereador Delegado Cleiton (PDT). Hoje, conforme o vereador, o Código permite colocar oferendas apenas com animais, mas os itens que geralmente as acompanham estão proibidos.

    Segundo o vereador, na aprovação do Código ocorreu uma falha, pois, ao se excetuar do rol de atos lesivos à limpeza urbana a utilização de animais nas oferendas, deixou-se de citar outros itens que as compõem como pipocas, balas, cachaça, espumantes, flores, bandejas de papelão, papel celofane e tecidos. O vereador Márcio Bins Ely (PDT) apresentou uma emenda, também aprovada por unanimidade, que determina que os materiais das oferendas devem ser biodegradáveis, colaborando com a preservação do meio ambiente.

  8. A Paraisópolis que não passa na Globo

    A Paraisópolis que não passa na Globo

     

     

     

    Por José Coutinho Júnior, no jornal Brasil de Fato:

    Branca de Neve passeava calmamente pela rua da Jangada. Seguia de mãos dadas com sua mãe, que guiava um cachorro, deixando para trás os barracos – assim são chamadas as casas pelos próprios moradores –, bares, pessoas e o córrego entupido da parte baixa da favela de Paraisópolis, na capital paulista.

    Assim como a garotinha fantasiada como princesa numa tarde de quarta-feira, a segunda maior favela de São Paulo, com quase 43 mil habitantes segundo o IBGE ou 100 mil, de acordo com a União em Defesa da Moradia (UDMC), parece, aos olhos da sociedade, um conto de fadas graças à novela I Love Paraisópolis (Eu amo Paraisópolis, tradução livre), da Rede Globo.

    A realidade da favela, no entanto, não poderia ser mais distante do que a telinha mostra diariamente. A começar por um elenco que, em sua maioria, tem atores paulistanos e cariocas. O que se contrapõe a uma comunidade com raízes nordestinas, que vieram para São Paulo na esperança de melhorar de vida.

    Outra representação externa à realidade são os problemas criados pelos vilões cartunescos, que desejam acabar com a comunidade por serem simplesmente “do mal”. Porém, o que de fato se passa é um histórico de negligência por parte do poder público e de atuação dos interesses do capital privado. O que resulta na não realização de projetos de urbanização efetivos, além da remoção de pessoas de suas moradias, sem dar-lhes um novo lar efetivamente.

    “Se 100 pessoas aqui gostarem da novela, é muito”, afirma Zé Maria, líder comunitário e um dos membros UDMC. A frase, que parecia exagerada inicialmente, foi se confirmando ao conversar com os moradores.

    Sobre a novela, Teomila, uma moradora e vendedora de comida baiana em Paraisópolis, é curta e grossa. “A novela não fala a verdade. Não tenho muito tempo de assistir, mas todo mundo que chega aqui fala isso”.

    Zé Maria, indignado, diz o que pensa sobre o folhetim. “A gente trabalhou duro pra mostrar para as pessoas que a favela não é um lugar violento, que pode entrar quem quiser. E no primeiro capítulo, tem uma cena em que um taxista tem que pagar pedágio pra traficante pra entrar aqui dentro. Isso não é verdade, mas um monte de taxista ficou com medo de entrar aqui depois disso”.

    O motoqueiro Luiz Cézar, que estava parado na barraca de Teomila pedindo um acarajé, ao ouvir a conversa, completou. “Teve outro capítulo também que deixou muita gente brava. Eles foram falar de briga de galo, e do jeito que mostraram, parece que todo mundo que cria galo na favela é para brigar e é bandido. Muita gente cria galo na favela para preservar a raça. Eu sou nordestino, crio galo e nunca botei nem vou botar nenhum deles pra brigar”.

    Moradias e despejos

    A avenida Hebe Carmago, construída em 2012, foi responsável por remover uma parte da comunidade de Paraisópolis. “Aqui onde passa a avenida costumava ser uma área fechada, cheia de gente morando”, diz Zé Maria.

    É no meio da avenida, na passagem para pedestres, que Teomila, mais conhecida como Baiana, abriu sua barraca para vender acarajé. Ela está em São Paulo há mais de 13 anos. Mora na favela da Nova Esperança, formada por moradores que foram expulsos de Paraisópolis.

    No seu caso, ela foi removida da área do Grotão, junto com mais 600 famílias, para a construção de uma escola de música na área que, segundo os moradores, tem um investimento privado de R$ 11 milhões. “Por que não investir esse dinheiro em moradias pra população?”, indaga Zé Maria.

    Baiana já trabalhou em padarias e lanchonetes; ano passado resolveu abrir a barraca de acarajé. Tem dois filhos, que leva de manhã para a creche, depois prepara as comidas que vende e, às 15 horas, abre a venda, voltando para sua casa apenas às 21h.

    Sobre a situação de vida dos moradores da Nova Esperança, Baiana diz que está longe de ser coisa de novela. “O esgoto está a céu aberto. Quando chove, a água sobe e vem pra dentro do barraco. Tem muitos casos de dengue, leptospirose, ratos por todos os lados e gatos com infecções. Um dia desses, um garoto foi arranhado por um gato e apareceu um caroço no pescoço dele. Ele teve que ir pro hospital”, conta.

    Baiana gasta pelo menos R$ 90 por mês só com veneno para ratos. Seu barraco é no andar de cima de um outro barraco, conectado a um terceiro por meio de uma cozinha e banheiro comunitários. “Mas não tem problema ser comunitário, todo mundo trabalha e volta pra casa só à noite”.

    Os moradores da Nova Esperança perdem tudo quando chove e seus barracos alagam. “Tem um vizinho meu que está com um colchão fedido, que molhou na última enchente. Não tem como colocar do lado de fora porque os cachorros, gatos e ratos iam acabar com ele. E do lado de dentro da casa não seca. Quando você entra, o cheiro é insuportável”, relata.

    Coração de Paraisópolis

    A UDMC e os moradores de Paraisópolis acreditam que é preciso urbanizar a área para garantir melhores condições de vida à comunidade. Por isso, questionam o tipo de urbanização feita até hoje. “Precisamos de projetos de urbanização que melhorem a vida das pessoas. O que acontece é a remoção de moradores, que passam a viver com o auxílio aluguel (cerca de R$ 400,00 por mês) e não se criam habitações dignas”, afirma Zé Maria, líder comunitário.

    Basta olhar para cima para entender o porquê de não se construir moradias populares em Paraisópolis. Vizinha do Morumbi, a favela está cercada pela especulação imobiliária. Os moradores denunciam que muitas áreas que seriam destinadas para moradias populares acabaram se tornando prédios e condomínios de luxo.

    As áreas de Paraisópolis que foram urbanizadas, segundo Zé Maria, sempre tiveram um interesse econômico por trás. “Depois que urbanizaram algumas áreas, entraram lojas da Casas Bahia e alguns supermercados, o que acabou com muitos comerciantes locais”.

    Para o professor de caratê Francisco de Assis Diniz, “a urbanização seria boa se fosse feita no total e pensando na comunidade. Tinham que pegar prioridades e resolver o problema. Urbanizar não é só moradia: é saúde, educação e cultura também”.

    Uma destas prioridades é o córrego do Antonico. Ele passa pelo menos por metade da favela, e, há anos, é uma fonte recorrente de problemas. É no Antonico que o esgoto da Sabesp (empresa de tratamento e distribuição de água de São Paulo) de toda a comunidade é despejado ali, além de entulhos fruto de despejos. Ainda há barracos construídos em áreas de risco, em cima do córrego.

    Tudo isso entupiu o Antonico e, por causa disso, alagamentos são constantes. “A última chuva que teve, no começo do mês, durou 15 minutos, mas alagou um monte de barraco, e a água chegou ao nível do peito”, diz Zé Maria.

    Muitos moradores criaram muros ou escadas, elevando o nível das portas dos barracos, para tentar evitar os alagamentos. Mas nem isso é o suficiente. “Nesse dia da enchente, a minha mãe tinha acabado de fazer as compras do mês. Perdemos tudo. A água também entra no barraco pela privada e encanamentos, não tem o que fazer”, lamenta a moradora Elcilene.

    Para Francisco, outro morador, não é de interesse do poder público resolver a situação do córrego. “Falta boa vontade. Os engenheiros já vieram aqui e sabem dos problemas, mas nada nunca foi feito”. O professor pernambucano, que dá aulas gratuitas para 50 crianças e se orgulha de ter formado 15 faixas pretas ao longo dos anos, conta que canalizou e asfaltou a rua em que vive por conta própria.

    “Nessa rua corria esgoto 24 horas por dia, só lama. Os meus alunos chegavam nas aulas com os quimonos sujos. Como a prefeitura nunca fez nada, comprei canos e asfaltei a rua com o tempo. O Antonico é o coração de Paraisópolis, e ele está morrendo”.

    Uma das áreas de risco do córrego Antonico é chamada de Caixa Baixa. Para chegar nela, é preciso passar por diversas vielas e pontes improvisadas com tábuas de madeira. A viela Mário Covas é “pavimentada” com entulhos de móveis e barracos já destruídos por alagamentos na chuva.

    A água corre ao lado dos entulhos, e o cheiro do esgoto contamina a viela. É difícil andar pelos corredores estreitos sem enroscar a roupa em algum prego. Na Caixa Baixa, os barracos são do tamanho de um quarto, cerca de 2×3 metros cada.

    Cotidiano

    Flávia Félix da Silva é pernambucana e veio para São Paulo ainda criança. “Se amigou” com um homem da comunidade, e hoje mora em um barraco dele na viela Mário Covas, com sua filha de um ano. Está grávida de outra filha.

    Flávia trabalha como faxineira e recebe o Bolsa Família para complementar sua renda. O barraco é do marido. O pequeno quarto é lugar para uma cama de casal, uma estante onde fica um microondas e uma TV, um armário com roupas empilhadas, fogão e banheiro, com chuveiro e privada. Uma pequena banheira verde, para dar banho no bebê, está ao lado do fogão.

    Todos os dias Flávia cuida da filha pela manhã, às vezes deixa ela com o marido, limpa seu barraco e vai trabalhar.

    “É horrível morar aqui. Quando chove alaga tudo. Perdi minha geladeira na última chuva. Levo as minhas roupas para a minha sogra lavar. A prefeitura nunca tomou nenhuma atitude, vieram aqui, fizeram um cadastro e até agora ‘névis’”.

    A paulistana Soraia, de 33 anos, é moradora da Caixa Baixa há dois anos. Mudou-se para Paraisópolis depois de se divorciar do seu marido. Para chegar no seu barraco é preciso subir uma escada íngreme de madeira. “Cuidado com essa escada, ela já derrubou muita gente!”

    O barraco onde Soraia mora tem praticamente o mesmo tamanho do de Flávia. Ele pertencia a uma amiga. Soraia morava logo abaixo, mas a sua casa foi atacado por ratos, que comeram seus móveis. Hoje, ela não tem geladeira ou fogão, e procura alguém que possa doar os eletrodomésticos para ela. “Desculpem a bagunça, não tive tempo de arrumar nada ainda. Querem um suco?”, oferece.

    Ao lado da porta há o banheiro, que não tem água. “Não tem encanamento aqui, então preciso pegar água lá embaixo e trazer pra cá”. No canto esquerdo há um tanque de lavar e uma TV antiga, que não funciona direito.

    Em frente à janela, pela qual entra um sol forte e esquenta o barraco todo, há uma máquina de lavar, algumas tábuas de madeira e nove garrafas de refrigerante com água potável.

    No fundo, fica a cama onde Soraia e os filhos, um menino e uma menina, dormem, e um armário com roupas. Ela cuida sozinha das crianças. Penduradas na parede, algumas toalhas e cobertas, e um cabide com a mochila de uma das crianças. “Viver aqui só por Jesus mesmo”.

    Ela faz bicos, como trabalhar de faxineira ou lavar roupas, quando surge a oportunidade. Nem sempre o dinheiro é suficiente para passar o mês, “mas a gente faz o possível, né”. As crianças vão sozinhas para a escola, porque a mãe não tem tempo para levá-las.

    O maior medo de Soraia é se o barraco pegar fogo. “Não tem como sair daqui. Já deixo a chave na porta, porque se começar um incêndio, tenho que sair correndo”.

    E a novela, Soraia? “Tá tendo muita mentira com essa novela, Paraisópolis não é assim. Devia passar a realidade, o dia a dia. Tá difícil pobre viver, imagina ainda mais achar alguém rico pra viver um romance”.

     

    http://altamiroborges.blogspot.com.br/2015/06/a-paraisopolis-que-nao-passa-na-globo.html#more

  9. Boechat chama Malafaia de pilantra e manda o pastor …

    Boechat chama Malafaia de pilantra e manda o pastor “procurar uma rola”

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    Na manhã da sexta-feira dia 19 de Junho de 2015, o jornalista Ricardo Boechat critica em seu programa de rádio alguns líderes evangélicos que pregam discursos de ódio, afirmando que eles têm uma parcela de culpa na recente onda de crimes contra líderes de religiões espíritas (http://extra.globo.com/casos-de-polic… ).

    O pastor Silas Malafaia em seguida posta em seu Twitter mensagens acusando Boechat de ele sim fazer um discurso de ódio contra os evangélicos e o “chama” para um debate cara-a-cara. Então o jornalista dá a resposta acima ao vivo em seu programa.

     

    [video:https://youtu.be/IP0CLLJIe9o%5D

  10. Musical: Bilac vê estrelas

    Do Observatório da Imprensa

     

    “Bilac vê estrelas”

    Esse musical é nosso

     

    Por Norma Couri

     

     

     

    Os produtores decidiram. Já que tantos brasileiros lotavam as plateias da Broadway em Nova York, por que não trazer os musicais para o Brasil? Foi há uma década e meia, o público delirou, uma Broadway nacional? Só se esqueceram de uma coisa: os musicais eram importados, e os preços dos ingressos mais altos do que os originais. Uma febre de superproduções varreu o país, A Bela e a Fera, Les Misérables, O Fantasma da Ópera, Miss Saigon, Sweet Charity, Cats,Chicago, My Fair Lady. Tudo em português! Não é que estávamos chegando perto do Primeiro Mundo? A imprensa paulista mergulhou nas coberturas, já que a sucursal da Broadway era São Paulo.

    O Rio de Janeiro reagia com musicais da terra. Sassaricando, Noel – O Feitiço da Vila, Somos Irmãs(sobre Linda e Dircinha Batista), Miranda por Miranda (sobre Carmem), Na Era do Rádio. Afinal, o Rio foi palco das mais animadas chanchadas, tanto no cinema com o tesouro perdido do Estúdio Atlântida, como no teatro de revista que perdeu o rumo com a americanização das telas e a internacionalização dos musicais. As megaproduções, patrocinadas pela Lei Rouanet, ganhavam a guerra dos brasileiros nas bilheterias, nos patrocínios, no espaço desmesurado da imprensa embasbacada com o avassalador desembarque das franquias da Broadway por aqui.

    O pesquisador do nosso cancioneiro e sambista de peso, Nei Lopes, reclamava. E o jornalista e biógrafo Ruy Castro alertava os leitores na sua coluna da Folha de S. Paulo (22/3/2014) para torcerem “por musicais mais brasileiros”. A onda dos musicais no teatro brasileiro está sendo uma bonança para todo mundo – diretores, cantores, dançarinos, cenógrafos, figurinistas –, exceto para os compositores e letristas. Isto porque os espetáculos se resumem a biografias de cantores desfilando seus sucessos, ou a importações da Broadway com suas canções compostas há 40 ou mais anos e apenas traduzidas aqui… Nos EUA, o teatro gerou o cancioneiro. No Brasil, o cancioneiro é vampirizado pelo teatro.

    O próprio Ruy tratou de suprir a lacuna. Lançou o musical Bilac Vê Estrelas com escritor, diretor, atores e equipe técnica nacionais e uma trilha sonora original. Em cartaz agora em São Paulo no Espaço Promon, antiga Sala São Luís, o musical aterrissou no final de maio e fica até o fim de julho para encurtar o descompasso e o silêncio da imprensa carioca sobre a temporada de quatro meses no Teatro Ginástico. Como não havia atores globais, a Globo não se interessou.

     

     

    Poeta solteirão

    Ruy não fez por menos. Com orçamento de 800 mil reais, que não chega aos pés dos 8 milhões de reais da produção de A Bela e a Fera, ele fez questão de contratar Nei Lopes para fazer a excelente trilha sonora de 15 canções (nenhum samba) e torce para alguma gravadora se animar a veicular o CD ou DVD. “ Se não”, diz, “quem ouviu, ouviu, quem não ouviu, perdeu.”

    Mas perdeu mesmo. Seguindo a linha deliciosa do primeiro romance de Ruy (Companhia das Letras, 2000), com o mesmo título Bilac Vê Estrelas, a escritora e mulher de Ruy, Heloisa Seixas, e sua filha Julia Romeu, adaptaram o texto. Fizeram um resgate do melhor das chanchadas, dos policiais teatrais, das rocambolescas comédias históricas que trazem a memória de um Rio de Janeiro que falava francês (“c’est si bon, croquete com baguette no Petit Trianon”), frequentava a Confeitaria Colombo, era fascinada pelos versos do poeta parnasiano Olavo Bilac, o príncipe dos poetas, que publicava seus poemas no jornal Cidade do Rio de José do Patrocínio (Sergio Menezes), mais conhecido como Zé do Pato.

    O musical traz uma engraçadíssima narradora, a vidente madame Labiche (Alice Borges), e um Bilac (André Dias) de pincenê que, mesmo não sendo, acreditamos que fosse vesgo como seu personagem. Mostra a invenção do dirigível de Patrocínio cobiçado até pelos Irmãos Wright (“o brasileiro não nasceu para rastejar”, dizia, e todos cantam “queiram os Irmãos Wright ou não/ é brasileiro o inventor do avião./ Olha que eu engrosso/ Não mete a mão que o avião é nosso”).

    O toque sensual, sexual dos versos de Bilac fica por conta da espiã supostamente portuguesa Eduarda Bandeira (Amanda Costa), treinada na milenar técnica indiana do pompoarismo, baseada na arte de fortalecer a vagina para deixar seu macho louco (“amor de pica é amor que fica”). Aliada ao padre Maximiliano (Caike Luna) no roubo do traçado do dirigível, a dupla provoca incêndio, duelo, um quase assassinato.

    A espiã seduz até o padre, só não pega Bilac, poeta solteirão por convicção. “És maricas, Bilac?”, ela reage ao fracasso das investidas, insultando o poeta de baitola, viadinho… e, afinal, reconhece: “Ça merdê!”

    Farofa de ovos

    Uma coleção de pérolas destila das árias que vão da ópera bufa ao xote, modinhas, fados, polcas, maxixe, lundu, quadrilhas francesas.

    “Comment ça vá, mon ami?/ Tudo marveiê!/ Tré biã, merci, monamú/ Na legalité.”

    Dá gosto ver a Belle Époque carioca do fim do século 19 e princípio do 20 reluzir assim do baú para a modernidade, sem precisar apelar para atores da TV. Tomara que o patrocínio estique para não permitir que a peça termine sua temporada em São Paulo e vá de volta para o Rio, desta vez no teatro Carlos Gomes. E que o público tome gosto por um gênero que já foi a coqueluche, a cocadinha, a fina flor do teatro nacional.

    Vale até conferir se a Confeitaria Colombo ainda mantém o “picadinho à Bilac”, com champignon, passas, milho verde, banana frita e farofa de ovos, lançada em 2000 quando Ruy escreveu o livro.

     

    Confeitaria Colombo, fundada em 1894 e ainda funcionando na Rua Gonçalves Dias, no centro do Rio

     

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