Dante de Oliveira e FHC

A morte do ex-governador de Mato Grosso, Dante de Oliveira, priva o país de um nome histórico, pela emenda que serviu de mote para a campanha das diretas.

Anos atrás, Fernando Henrique Cardoso presidente, o governador me ligou de um táxi de Brasília. Tinha estourado a crise de energia e ele tinha ido levar ao presidente uma sugestão de criação de uma espécie de título público visando captar recursos para o setor. Me ligou oferecendo a notícia em primeira mão, entusiasmado com a reação da FHC, que na frente dele ligou para o presidente do Banco Central Armínio Fraga solicitando que analisasse imediatamente a sugestão.

Sem querer cortar o entusiasmo de Dante, indaguei se algum dia ele tinha dado alguma sugestão para FHC. Ele disse que não. Sugeri-lhe, então, que aguardasse algumas semanas antes de divulgar o feito.

Dois meses depois ele me liga novamente. Disse que tinha estado de novo com FHC cobrando um retorno da sua sugestão. Na sua frente, FHC ligou para Armínio e lhe passou um sabão, solicitando urgência na análise.

Perguntei: “Governador, tem certeza de que havia o Armínio no outro lado da linha?”. Aí caiu a ficha de Dante sobre o estilo FHC de fazer políica. Por via das dúvidas, nunca mais mencionou a sugestão que, acredito eu, jamais saiu da sala de FHC para Armínio.

Luis Nassif

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