Do leitor

Recompra de dívida

Caro Luís

Respeito muito a tua opinião e a do consultor que te inspirou para escrever o “Recompra de dívida”.

Mas gostaria de mostrar uma outra abordagem deste mesmo assunto.

O Brasil tem uma dívida externa que já o colocou de cócoras inúmeras vezes, obrigou sua política monetária e fiscal ser aprovada por credor de última instância, o FMI e a mendigar apoio do poderoso EUA, e quando a política monetária americana é apertada, por causa desta dívida, ficamos insolventes, como em 1983.

Nações importantes não emitem dívidas em moedas estrangeiras, nem sujeitas a tribunais de Nova York e Londres.

No momento o Brasil tem o Real apreciado, indústrias e agricultura sofrendo por causa dõ câmbio, projetos industriais que deveriam ser executados aqui sendo transferidos para onde o câmbio é mais competitivo, e com reservas de US$ 63,5 bilhões e uma dívida da república em moeda estrangeira de um valor próximo a este. Para que?

Se eu fosse o presidente desta república anunciaria imediatamente aos mercados que o Brasil iria recomprar toda a sua dívida pública emitida em moeda estrangeira nos próximos 2 anos em leilões mensais e sucessivos, como este da próxima semana, até que toda a dívida em moeda estrangeira tenha sido eliminada.

Ao mesmo tempo mandava um projeto de lei ao Congresso Nacional proibindo a república a voltar a emitir novas dívidas em moeda estrangeira e sob leis que não as nossas.

As principais consequências seriam que o Brasil seria percebido imediatamente como uma nação a caminho da seriedade, as agências de rating sem dúvida alguma seriam forçadas a revisarem o seu conceito de risco Brasil e a dar um upgrade para a dívida em moeda estrangeira remanescente e principalmente para as dívidas das empresas brasileiras que emitem títulos e ações no exterior que passariam a partir deste instante a ter custos compatíveis com as de suas principais concorrentes que estão situadas em nações com maior credibilidade.

O único risco seria de ter de vir a comprar mais dólares no mercado dos exportadores levando a cotação do real para baixo, aumentando a competitividade das nossas exportações e talvez até tendo de elevar temporariamente o nível de inflação para 6 ou 7 %aa, mas viabilizando uma série de projetos que estão atualmente engavetados, elevando a poupança privada nacional com o aumento da lucratividade das empresas que aqui produzem e os investimentos.

Atenciosamente,

Igor Cornelsen

Luis Nassif

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