Fora de Pauta

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Redação

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  1. Sobre : A dura vida de um juiz garantista

    Instinto naturalmente acusador do Ministério Público já é uma deturpação, pois o mesmo deveria defender  toda a sociedade de agentes cujos atos a prejudiquem. Mas como temos visto, ao menos no atacado, os mesmos fizeram opção por um partido, que por sinal é o da parcela da elites das quais abafam os podres.

    Outra deturpação é que os garantidores dos direitos individuais deveriam ser os advogados.

    Juiz, não poderia ter adjetivos. Ao contrário, o nome já deveria indicar tudo, ou seja o mediador entre ministério público e advogados para a devida aplicação da justiça. Mas o que vemos também é a proteção dos ricos de seus partidos, como nos exemplos citados, enquanto a multidão de pobres que enchem os presídios e com os quais os ditos juiz (de vida muito dura) não estão nem aí, não são lembrados nem para exemplos.

    Toda essa deturpação vemos materializada no circo da lava jato onde, a ilegal sociedade: juiz mais ministério público com a exclusão do advogado (tudo para se proteger criminosamente a elite corrupta do partidos dos dois primeiros) é a repetição dos contos dos vigários, de que nossa história infelizmente está cheia de mal exemplos e que bem poderia ter um fim, já que nos dias de hoje vigários já não são, indevidamente e criminosamente, tão poderosos como antigamente. Deveriam ser postos em seus devidos lugares definitivamente, devolvendo o lugar de Deus que usurparam, (o maior dos contos do vigário).

    Poupar a mulher do cunha da prisão, não é atitude de quem chamariamos de juiz. Seria se, a mesma jurisprudência libertasse da prisão todos aqueles que o partidarismo de moro com o beneplácito do partidarismo do supremo mantêm preso em obediência à elite corrupta, personificada no desqualificado fhc, o ladrão esclerosado.

     

  2. http://starwrecked.com/conten

    http://starwrecked.com/contents/other-parts/Next-Generation-Patrick-Stewart-Captain-Jean-Luc-Picard/I-Claudius-Sejanus-8.jpg

    O MITO DOS PRETORIANOS INDEPENDENTES – O Ministro da Justiça na capa da revista ISTO É desta semana disse que a lei é igual para todos. Como ao que se saiba ninguem disse o contrario, sua fala é uma fuga de um problema real maior

    de controle republicano da Policia Federal, acusação esta que é verdadeira critica que a ele se faz. A que se refere?

    Policias são braços do governo, na ordem democratica são um ramo do Poder Executivo. Não são um poder e nem independente. A tarefa de Policia é uma das principais de um governo. Mas e a independencia? Esta existe na administração operacional do dia a dia da instituição, como se faz em qualquer orgão importante do Estado, na gestão

    dos processos e tarefas mas não da macro direção desse orgão tão importante. O Federal Bureau of Investigations, o FBI, criado em 1908, é um oraganismo diretamente ligado à Administração, seu diretor é nomeado diretamente pelo Presidente da Republica apesar de estar no organograma do Departamento de Justiça. O diretor até 2003 tinha obrigação de fazer um rlatorio semanal ao Presidente, depois da Homeland Security Act se reporta ao Diretor Nacional de Inteligencia da Casa Branca, seria inconcebivel uma operação de carater politico decidida sem consulta ao poder hierarquicamente superior.

    Na França a Sureté Nationale, equivalente a nossa Policia Federal, com 145 mil homens, é uma dependencia do Ministerio da Justiça. Na Alemanha a Bundes Polizei, literalmente Policia Federal, com 30.000 homens fardados e 10.000 civis tem a mesma estrutura hierarquica, com ligeiras diferenças, por exempo na Alemanha os Estados tem cada qual sua policia

    judiciario, como acontece no Brasil, ficando a Bundes Polizei com atarefas de alcance nacional, muito similar ao Brasil.

     Todas as Policias de jurisdição nacional costumam ser estritamente controladas pelo Poder Central.

    O controle se dá pela mesma razão que o Poder Central controla as Forças Armadas, se dá especialmente pelo estabelecimento das prioridades, do orçamento, da doutrina, da nomeação dos principais comandantes.

    Essa é tarefa do Ministro da Justiça no Brasil, nada tem a ver com a “Lei é para todos” mas o controle tambem é para todos, não há poder independente numa democracia, todos são mutuamente controlados um pelo outro e dentro de cada poder há uma hierarquia piramidal de controle onde a responsabilidade final é do Ministro da area ou do Chefe de Governo.

    Na Historia uma policia independente, em qualquer regime, é algo extremamente arriscado. Napoleão dizia que sem o controle da policia seu governo cairia em um dia. Joseph Fouché, seu chefe de policia, reportava-se a ele quase que diariamente e a policia napoleonica foi a primeira moderna, com mais de 100.000 fichas de cidadãos.

    Recuando no tempo historico, a Castra Praetoria, a Guarda Pretoriana romana, criada por Lucius Aecius Sejanus em 14 depois de Cristo, sobre uma estrutura anterior menos ostensiva, mostra o desdobramento de uma policia se envolvendo cada vez mais na politica para se tornar um poder independente e incontrolado. Quando o Imperador Tiberio se retirou para Capri no ano 20, Sejanus tornou o poder de fato, a tal ponto que o Senato prendou-o no ano 31 por abuso de poder e o condenou a morte por estrangulamento mas a Gurda se manteve com novos comandantes. Em 41 assassinou o Imperador Caligula e em 69 o Imperador Galba. Sucedido por Otho, todos temiam a Guarda. Vitelio nomeou seu proprio filho Titus como Prefeito da Guarda para se garantir. Em 193 após a Gurda assassinar Pertinax, DidiusJUlianus comprou  o trono do Imperio por alta soma, o trono foi colocado em leilão pela Guarda que passou a ser o poder de fato por longo periodo.

    O exemplo de Roma de certa forma se deu no FBI. Seu diretor legendario J.Edgar Hoover passou a representar um perigo para a propria Presidencia, Hoover tinha dossiês inclusive sobre Roosevelt, seu fanatismo anti-comunista mirava a maioria dos auxiliares de Roosevelt que eram de esquerda. Quando Hoover morreu a Presidencia tratou de nunca mais deixar solto o FBI, estipulando severas regras de controle pela Presidencia, incluindo tambem supervisão pelo Senado.

    No geral, no caso do FBI, da Suretê, da BundesPolizei , qualquer operação que tenha repercussão politica séria ou do mesmo modo, que interfira no ambiente economico SÓ pode ser tomada após liberação pela autoridade superior, que faz a julgamento da pertinencia da operação. Da mesma forma é inadmissivel vazamentos de qualquer tipo, escracho com TV junto com a equipe, modus operandi com aparato excessivo, exibição de poder e excessos em geral. A operação do FBI que prendeu dirigentes da FIFA foi um exemplo, nenhuma imagem dos presos, antes, durante ou depois das prisões, nenhum vazamento de informações, escracho zero.

    Este Governo já perdeu inteiramente o controle, um futuro governo não governará com esse caos institucional inventado pelo  Ministro Marcio Thomas Bastos porque antes de 2003 nunca foi assim desde que fundada a atual PF em 1944 com o nome de Departamento Federl de Segurança Publica sempre foi um orgão do poder central.

    Quanto a Lei ser para todos não há duvida nenhuma, nem para helicopteros transportando cargas pesadas de drogas.

     

     

  3. Confiança, por renda na Internet

    PENEIRANDO A PBM-2015 (XI): CONFIANÇA, POR RENDA, INTERNET

    Do blog Coleguimhas, uni-vos!

     

    A PBM-2016 deve estar começando a ser apurada agora (se o Levy não a cortou também) e ainda estou aqui, escovando a de 2015. Enfim, agora falta pouco – depois dessa de hoje, “Confiança, por faixa de renda, internet” –faltarão apenas mais duas, também no âmbito da confiança, mas por grau de escolaridade. Assim, sem mais delongas, vamos à numeralha desta semana.

     

     

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    Os sites jornalísticos (creio, porque a PBM não especifica) apresentam uma disparidade notável entre as faixas mais baixa e mais alta de renda no que se refere à confiança. Abaixo de 1 SM, ela é de apenas 22%, enquanto no estrato acima de 5 SM, é 13 pontos percentuais maior, o que coloca a faixa também 5 pp acima de média Brasil. O mais provável é que essa diferença aconteça porque a faixa mais alta de renda tenda a ser também composta por pessoas mais velhas, mais suscetíveis às marcas que as empresas de mídia tradicionais construíram por décadas (e que, aqui no Bananão, vêm procurando ativamente destruir na última década).

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    Os blogs gozam de menor confiança do público do que os sites, mas, ainda assim, os números mostram que a mesma disparidade de confiança entre os extremos das faixas de renda. Ela atinge 10 pp entre a mais alta e a mais baixa, mas o percentual de confiança da faixa acima de 5 SM é apenas 2 pp acima da média Brasil.

     

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    Já nas redes sociais, a as faixas de renda mostram um grau de dispersão menor no que se refere à confiança. Ela atinge apenas 6 pp, sendo que na faixa de renda abaixo de 1 SM a percentual é igual ao dos sites (22%), 5 pp acima dos blogs. Esse número pode indicar a força dos relacionamentos, já que, numa rede social, por definição, recebemos informações de amigos e conhecidos, o que lhes confere um grau de confiança maior, principalmente entre os mais pobres, cuja relações comunitárias são mais fortes, até porque muitas vezes ligadas à própria sobrevivência e da família. Esse ponto explicaria também a diferença de confiança, na mesma comparação com os sites, em favor destes (35% x 28%), no estamento acima de 5 SM, cuja necessidade de redes de solidariedade para a sobrevivência são menores.

    https://coleguinhas.wordpress.com/2015/11/01/peneirando-a-pbm-2015-xi-confianca-por-renda-internet/

     

     

  4. Nos banheiros públicos da Roma antiga …

    Nos banheiros públicos da Roma antiga as pessoas defecavam todas juntas conversando, discutindo política e combinando jantares

    por Karlla Patrícia  

    do Diário de Biologia

    .

    Na Roma antiga, as pessoas eram bastante preocupadas com a higiene pessoal e por isso os governantes construíram diversos balneários públicos onde as pessoas tomavam seus longos banhos todas juntas. Mas na hora de defecar, as pessoas o faziam em vasilhas e jogavam em qualquer lugar, ou então faziam suas necessidades no mato. Mas logo, o governo romano passou a se preocupar com a limpeza da cidade começou a criar banheiros públicos não para tomar banho, mas para poder urinar e defecar.

    Isso aconteceu no  período republicano (509-27 a.C) na qual os banheiros públicos eram chamados de latrinae. A latrina pública era um local onde se encontrava uma bancada de pedra com vários buracos, onde as pessoas usavam para urinar ou defecar. Nas construções mais modernas da época foi instalada um sistema na qual corria água que levava os dejetos.

    Havia a separação de banheiros para homens e mulheres. Apesar disso, não existia privacidade (como pode ser visto nas imagens). Os homens e as mulheres faziam suas necessidades na frente de outras pessoas e até aproveitavam para ficar conversando, geralmente discutindo sobre acontecimentos políticos, planejando encontros, jantares ou faziam bordados. Nestes banheiros havia escravos ou escravas para cuidar da limpeza (embora fossem locais fedorentos e sujos), como também o escravo fornecia aos usuários uma esponja (era uma esponja marinha) em um cabo, a qual era usada para se limpar após ter defecado. O problema é que essa esponja não era descartável; após o seu uso, o escravo a limpava em uma bacia ou pia, e entregava para o próximo usuário. Quando a esponja estivesse desgastada, só então era descartada.

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    Doenças

    As latrinas consistiam de buracos úmidos, escuros de onde  frequentemente surgiam ratos e insetos que mordiam as nádegas e pernas nas pessoas. Além disso, o acúmulo de metano chegou a causar algumas chamas. Por causa da limpeza da limpeza com esponjas compartilhadas, muitas pessoas se contaminavam com  bactérias, possivelmente promovendo doenças como febre tifoide e cólera. E, é claro, ser mordido ou picado por algum morador do esgoto.

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    Ostia-Toilets

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    Fontes: 

    Ancient Rome’s Terrorizing Toiletes, Discover MagazinePublic restrooms in the Ancient Roman World, Visiting the AncientsOs banhos públicos na Roma Antiga, Seguindo os passos da história

     

    Imagens: ancientlinksniallcorbetchristinfmullen

     

  5. Do Twitter
    Corinthians goleou o Américo Mineiro ontem, em Belo Horizonte.
    Comentário do Aécio de Papelão: “Entendo o Atletico, eu também perdi em casa”.
    Ainda sobre futebol, outro tuiteiro comentou ontem: ” O Palmeiras é tão italiano que está na NONA colocação no Brasileirão “.

    Depois que o Dilma Bolada surtou e perdeu a graça, esse perfil do Aécio continua com o humor afiado:
    “Precisamos lutar por um país justo, com mais educação, mais empregos, com menos impostos… depois eu continuo, voltou a Dança dos Famosos”.

  6. Janot, as provas contra a cleptocrata Verônica Serra

    se encontram neste livro, à venda em todas as livrarias do Brasil. Por que você não dá uma olhadinha, cara?

     

    A Privataria Tucana

  7. Como é que a gente sai dessa enrascada?

    PF, MP e Justiça. A classe média deu o Golpe —

     Lula e Dilma – republicanamente – sempre escolheram (mal) o primeiro da lista tríplice dos procuradores federais.janot.jpg

    Do amigo navegante Marcos Maurilio de Oliveira:

    Publicado no Conversa Afiada

    Cada vez eu mais me convenço de que as Instituições do ESTADO estão todas a serviço
    das nossas Elites, dos nossos Conservadores e da CASA GRANDE E SENZALA e, por incrível
    que possa parecer, contrárias àqueles que sempre lutaram a favor dos pobres e dos menos
    favorecidos, pois os acontecimentos vem corroborar essa triste e deprimente situação! Não
    há mais como justificar a leniência do PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA – PGR, Rodrigo
    Janot, em relação ao MACHÃO DO LEBLON, pois existem provas robustas e consistentes, já
    em seu poder, que comprovam que ELE foi o autor intelectual, assim como beneficiário, do esquema de desvio de recursos da Estatal FURNAS!A Justiça e sua caixa preta impenetrável.

    O Ministério Público do cauteloso, seletivo
     Janot e seus messiânicos e fanfarrões. Procuradores – que procuram o que querem achar.

    E a Polícia Federal do , que atira na Presidenta, torce peloAecio despudoradamente, e grampeia fumódromo de preso.

    Eles formam um conjunto de corporações Golpistas.

    Corporações que não tem o menor compromisso com a obrigação de preservar e manter as instituições do Estado.

    Corporações que deviam assegurar o respeito à Constituição e solapam o Estado – e a Constituição – , para extrair o máximo de benefício – para elas e seus membros.

    Essas corporações são o ponto mais alto da ascensão da Classe C que o Lula e a Dilma promoveram e promovem.

    Eles tiveram dinheiro para se preparar, fazer concursos e entrar numa carreira de Estado que dá poder, status, celebridade – e salários gordos.

    Gordos por causa da proteína extraída do bolso do cidadão, a vítima da sua irrestrita atividade.

    Eles são impunes.

    Inatingíveis.

    Intransparentes.

    São corporações de Classe Média que tudo ou quase tudo devem ao Lula e à Dilma.

    Lula e Dilma – republicanamente – sempre escolheram (mal) o primeiro da lista tríplice dos procuradores federais.

    Longe vão os tempos gloriosos do Engavetador Geral da Republica, que colecionou os podres – visíveis – do Governo (sic) FHC.

    O Supremo foi renovado republicanamente com ministros lulistas e dilmistas como Barbosa e Fux !

    Longe se vai o tempo em que o Supremo  recebia o influxo renovador e republicano do Ministro (sic) Gilmar.

    Da ministra Ellen – Dantas não é Dantas, mas Dantas – e Nelson Johnbim.

    E a Polícia Federal se profissionalizou com Lula e Dilma, passou a ter acesso a tecnologia e – do bolso do cidadão – a recolher gordos salários.

    Mas são todos dessa Classe Média que acha que subiu só por conta própria – e que o Lula e a Dilma são umas antas.

    São self-made, como na ilusória  meritocracia americana.

    As corporações MP,  PF e Justiça executam o Golpe da Classe Media.

    O Golpe da Casa Grande, como diz o navegante Marcos Maurilio.

    É da Casa Grande mas é, sobretudo, o Golpe deles, para eles !

    As corporações não se articulam entre si.

    É pouco provável que o Dr Moro interrogue o Marcelo Odebrecht só depois de tomar um cafezinho com o Dr Daiello, o diretor-geral da PF que tentou abortar a deflagração da Satiagraha.

    Eles se falam por telepatia.

    O que os une e dá rumo é o PIG.

    O Golpe da Classe C se materializa no PiG e nele adquire nexo e consistência.

    Cada Golpista opera dentro da corporação e fica na sua.

    Cada membro dessa bem sucedida Classe Média tem o seu projeto pessoal.

    Como Classe Média por excelência são egoístas, personalistas.

    E só se unem quando percebem que a união reforça o Golpe.

    É uma batalha interna pelo protagonismo e a ribalta.

    É uma batalha entre as corporações e dentro de cada corporação: quem enfiará a faca no peito Dilma ?

    Quem algemará o Lula ?

    É a corrida do ouro !

    E, nela, as regras são as do faroeste.

    O que quer a subversiva Classe Média ?

    Promoção.

    Grana, aumento de salário.

    Celebridade.

    Aparecer na Globo.

    Com a Globo, mais promoção, mais grana …

    Nessa sequência.

    E, ai, convenhamos, o Dr Moro é o campeão !

    Ele é a Classe Média que chegou ao Paraíso !

    Com uma retirada mensal modesta, de R$ 77 mil por mês !

    E o Premio Nobel da Personalidade Global!

    À carreira do Moro só falta agora algemar o Lula.

    E esfaquear a Dilma.

    Pelas costas.

    E chegar ao Supremo !

    Paulo Henrique Amorim

     

  8. Como matemático inventou há mais de 150 anos a fórmula das busca

    no GOOGLE

     

    O matemático britânico George Boole (1815-1864) inventou um sistema de álgebra que é chave para a programação de hoje

    Cada vez que você faz uma busca simples no Google ou em qualquer outro buscador informático, entre os mecanismos de programação que permitem encontrar o que procura há princípios de lógica que foram concebidos há mais de 150 anos.

    Foi o matemático britânico George Boole (1815-1864) que inventou um sistema de álgebra que é chave para a programação de hoje.

    Boole foi homenageado nesta segunda-feira, no 200º aniversário de seu nascimento, com um Google Doodle, uma versão modificada do logotipo na página da empresa.

    O logotipo animado ilustra as chamadas portas lógicas, que são usadas em computação e derivam de funções booleanas.

    A álgebra de Boole, ou álgebra booleana, é uma estrutura algébrica que esquematiza as operações lógicas, e está presente em todas as partes: desde a programação por trás dos videogames até o código dos aplicativos e programas de computador que usamos.

    Pode-se dizer que os tijolos que formam a programação, que são os comandos ou instruções dadas a um sistema informático, são todos baseados na lógica de Boole.

    O matemático britânico George Boole (1815-1864) inventou um sistema de álgebra que é chave para a programação de hoje

    O logotipo do Google ilustra as portas lógicas usadas em computação e que são derivadas das funções de Boole: as letras se acendem baseadas na lógica das portas abaixo delas

     

     IMAGEM GOOGLE DE HOJE

    “Se você é um programador não há como escapar do operador booleano”, afirma Michael Dunn, da Gospelweare, uma desenvolvedora de aplicativos para iOS e Android.

     

    E, OU e NÃO

    Durante os últimos 17 anos de sua vida, George Boole estabeleceu o conceito de lógica algébrica em matemática e simplificou o mundo em enunciados básicos que tinham “sim” ou “não” como resposta, usando a aritmética básica nessa tarefa.

    “As interpretações respectivas dos símbolos 0 e 1 no sistema de lógica são Nada e Universo”, disse o matemático.

    Esse conceito, que ele introduziu em 1847 e expandiu sete anos mais tarde, é o que está presente nos programas atuais de informática.

    “Há um enunciado booleano quase a cada duas linhas de um programa informático, é uma parte totalmente integral da programação”, afirma Dunn.

    Boole usou o conceito de portas lógicas, ou perguntas, que exploram um enunciado.

    As portas lógicas mais básicas são, na linguagem original de Boole, E (“AND”, no original em inglês), OU (“OR”) e NÃO (“NOT”).

    Em seguida, essas três portas podem se combinar para criar enunciados mais complexos.

    Deste modo, quando se busca na internet por “Miley Cyrus”, por exemplo, há um uso implícito da lógica booleana do comando E para combinar as duas palavras, “Miley” e “Cyrus”.

    Muito antes do Google, nos primeiros anos das buscas por computador, era comum usar os comandos E, OU e NÃO para filtrar os resultados.

    Hoje, os avanços na tecnologia de buscas fazem com que muitas delas possam se realizar usando uma linguagem mais natural.

    Ainda assim, o Google ainda permite aos usuários escrever E ou incluir o símbolo de subtração para afinar os resultados.

    Impacto histórico

    Boole morreu há 150 anos, aos 49 anos.

    Em 1864 ele ficou muito doente após se encharcar sob a chuva ao caminhar até o lugar em que dava aulas.

    Morreu em 8 de dezembro daquele ano, por um derrame pleural, acúmulo de água nos pulmões.

    O próprio Boole tinha certa noção do impacto histórico que seu sistema de lógica poderia ter.

    Em 1851 ele disse a um amigo que a lógica booleana poderia ser a “contribuição mais valiosa, se não a única, que fiz ou que provavelmente farei à ciência, e é o motivo pelo qual desejaria ser lembrado, se é que serei lembrado, postumamente.”

    E assim aconteceu – como lembra a animação no maior buscador do mundo.

    http://tecnologia.uol.com.br/noticias/bbc/2015/11/02/como-matematico-inventou-ha-mais-de-150-anos-a-formula-das-buscas-no-google.htm

  9. excelente entrevista no Sul21

    http://www.sul21.com.br/jornal/ex-agente-duplo-conta-como-a-cia-promove-guerras-nao-violentas-para-implodir-governos/

    Ex-agente duplo conta como a CIA promove ‘guerras não violentas’ para implodir governos

     A missão de Raúl Capote era formar líderes universitários e criar o projeto “Genesis”, com o objetivo de estabelecer em Cuba a estratégia do “golpe suave”, elaborada por autores como Gene Sharp. ( Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    A missão da CIA para Raúl Capote era formar líderes universitários e criar o projeto “Genesis”, com o objetivo de estabelecer em Cuba a estratégia do “golpe suave”, elaborada por autores como Gene Sharp. ( Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    Marco Weissheimer

    Entre 2004 e 2011, o escritor e professor cubano Raúl Antonio Capote Fernández atuou, a pedido da inteligência cubana, como agente duplo infiltrado na CIA. Raúl Capote foi contatado muito jovem por pessoas ligadas à agência de inteligência norte-americana e convidado a participar de um projeto que pretendia criar uma “oposição de novo tipo” em Cuba, capaz de, após o desaparecimento de Fidel Castro, iniciar uma “revolução suave” que acabasse por derrubar o governo de Havana. A sua missão era formar líderes universitários e criar o projeto “Genesis”, com o objetivo de estabelecer em Cuba a estratégia do “golpe suave”, elaborada por autores como Gene Sharp.

    Em entrevista ao Sul21, Raúl Capote conta essa experiência, relata como ela fracassou em Cuba e diz que ela já foi aplicada em países como Venezuela, Irã e Líbia e que segue sendo implementada em diversas regiões do mundo. “A ideia da guerra não violenta consiste em ir solapando os pilares de um governo até que ele imploda. O objetivo não é fazer com que um governo renuncie. Se isso acontecer, o projeto fracassou. A ideia é que o governo imploda e que isso cause caos. Com o país em caos, é possível recorrer a meios mais extremos”, assinala.

    Raúl Capote veio a Porto Alegre a convite da Associação Cultural José Martí/RS para participar de uma série de encontros e debates. Ele mantém o blog El Adversário Cubano, onde conta outros detalhes sobre essa história e sobre outras “guerras não violentas” em curso no planeta.

    Sul21: Como é que você começou a trabalhar com assuntos de segurança em Cuba e sob que circunstâncias se tornou um agente duplo, atuando infiltrado na CIA?

    Raúl Capote: Isso começou em 1986. Eu era um jovem inquieto e rebelde que fazia parte de uma organização chamada Associação Hermanos Saiz, que agrupava jovens poetas, pintores e escritores. Esse espírito rebelde para nós era algo muito natural. Fomos ensinados a ser assim. Creio que os serviços especiais norte-americanos confundiram esse espírito de rebeldia com um espírito de possível oposição ao sistema. Eles começaram a se aproximar de nós. Eu vivia em Cienfuegos, no centro-sul de Cuba, uma cidade que tinha uma importância estratégica nesta época porque a revolução queria convertê-la num centro industrial para o país. Havia muitas obras em construção, entre elas uma central Eletronuclear e fábricas de todo tipo. Era uma cidade muito jovem e onde trabalhavam muitos cubanos que tinham se formado na União Soviética e em outros países do campo socialista. Creio que essa conjuntura de ser uma cidade jovem e industrial, com muitos jovens interessados em temas da cultura, da política e da economia, chamou a atenção da CIA.

    "A primeira pessoa que veio falar conosco foi Denis Reichler, um jornalista freelancer da revista Paris Match, que para nós era uma espécie de ídolo do jornalismo esportivo". (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    “A primeira pessoa que veio falar conosco foi Denis Reichler, um jornalista freelancer da revista Paris Match, que para nós era uma espécie de ídolo do jornalismo esportivo”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    Eles começaram a se aproximar de nós por meio de organizações não-governamentais. A primeira pessoa que veio falar conosco foi Denis Reichler, um jornalista freelancer da revista Paris Match, que para nós era uma espécie de ídolo do jornalismo esportivo. O que admirávamos nele era sua atuação como jornalista que havia estado na África e em muitos outros lugares. Era uma referência positiva para se aproximar de um grupo de jovens tão rebelde. Ele nos colocou em contato com organizações não-governamentais que, supostamente, estavam interessadas em financiar projetos artísticos em Cuba. Nos colocou em contato com pessoas que começaram a planejar ajuda econômica e a trabalhar com nós, em um processo de aproximação que buscava ganhar a nossa confiança. Éramos jovens e estávamos começando a fazer literatura ou artes plásticas. Ainda não tínhamos nenhuma obra, só tentativas.

    Era um processo de aproximação feito com muita cautela e sem pressa. Neste período, a Segurança de Estado cubana entrou em contato comigo, me explicou o que estava acontecendo, que aquelas pessoas não pertenciam, de fato, a organizações não governamentais e quais eram as suas reais intenções. Isso me dava três possibilidades. A primeira era seguir trabalhando com eles. A segunda era interromper o trabalho e o contato com eles. E a terceira possibilidade, que me foi proposta pela segurança cubana, era seguir trabalhando com eles, converter-me em um agente da segurança cubana e tratar de decifrar quais eram os planos dessas pessoas no mundo da cultura e das artes, especialmente junto à juventude.

    Sul21: Esse contato com a agência de segurança cubana e o trabalho que se seguiu daí aconteceram ainda em 1986?

    Raúl Capote: Sim, em 1986. Para mim era algo extraordinário. Nos anos 80, existia na sociedade cubana toda uma mística sobre o trabalho da segurança cubana, que sempre foi muito popular. Havia uma história legendária sobre ela, que tinha frustrado planos da CIA contra Cuba. Pertencer a essa organização me pareceu algo maravilhoso. Não avaliava, então, o quão complicado seria o trabalho que eu teria que enfrentar nem a quantidade de renúncias que eu teria que fazer. Eu tinha 20 anos quando comecei esse trabalho. Foi um longo processo. Houve um momento em que ocorreu uma interrupção desse movimento de aproximação feito pelos inimigos de Cuba. Em 1987, houve uma grande denúncia pública. Mais de 30 agentes da segurança cubana expuseram o trabalho de quase 96 oficiais da CIA que estavam atuando dentro do país.

    "Em 2004 começou o processo do meu recrutamento pela CIA. Neste ano, conheci muitos oficiais da agência, inclusive aquele que seria meu chefe mais tarde". (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    “Em 2004 começou o processo do meu recrutamento pela CIA. Neste ano, conheci muitos oficiais da agência, inclusive aquele que seria meu chefe mais tarde”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    Isso fez com que a CIA se tornasse mais cautelosa e tomasse algumas precauções. Passaram-se então alguns anos de contato muito leve por meio de algum jornalista ou de um representante de uma ong. Em 1994 eu fui morar em Havana e passei a trabalhar como organizador do sindicato de trabalhadores da cultura na cidade. Era uma mudança radical em muitos sentidos. Até então eu trabalhava com um universo de 3 ou 4 mil jovens e passei a dirigir 40 mil trabalhadores da cultura. Isso me tornou um alvo ainda mais interessante para a CIA. Eu era líder de um sindicato onde estavam praticamente todos os trabalhadores da cultura – artistas, músicos, escritores. Era um sindicato muito forte. Aí os contatos voltaram.

    Eles passaram a me visitar com um plano mais complicado. Começaram a falar em dar informações sobre como se movia esse mundo da cultura, sobre como os jovens viam a Revolução naquele momento, etc. Esse processo vai se incrementando com o passar dos anos até 2004. Neste período, entramos em contato com associações e fundações mais vinculadas com o governo dos Estados Unidos como a Usaid e a Fundação Panamericana para o Desenvolvimento. Em 2004 começou então o processo do meu recrutamento pela CIA. Neste ano, conheci muitos oficiais da agência, inclusive aquele que seria meu chefe mais tarde.

    Sul21: Conheceu esses oficiais da CIA em Cuba mesmo?

    Raúl Capote: Sim, em Cuba. Em 2004, então, eles me recrutam e eu me converto em um agente da CIA com uma tarefa muito específica. Minha tarefa não era fazer espionagem, até porque eu não tinha acesso mesmo a informações muito importantes, ou praticar ações encobertas ou atos terroristas, como normalmente faziam em Cuba. O meu trabalho era promover a guerra cultural, a guerra no terreno das ideias, que eles definem muito bem ao chamar de guerra cultural. Nós usamos expressões complicadas para isso como subversão político-ideológica ou algo do gênero. Eles simplificam. É guerra cultural mesmo. O que eu não imaginava era chegar a conhecer o quanto de verdade havia no controle real que a CIA tem sobre os meios de comunicação e a indústria cultural nos Estados Unidos e no mundo inteiro. Descobri que isso existe de fato, não é teoria da conspiração como alguns acreditam.

    A CIA utiliza o cinema, as rádios, as televisões os jornais e outros canais a partir de um plano prévio. A agência criou um departamento que se especializou neste tipo de guerra cultural. Eu entrei neste mundo e conheci muitas pessoas que trabalhavam nele. Em 2005, eu me converti em chefe de um projeto específico da CIA em Cuba, chamado de Projeto Gênesis.

    Sul21: Você chegou a ir aos Estados Unidos para fazer algum tipo de treinamento especial ou para reuniões?

    Raúl Capote: Sim, tive contato direto com eles. O Gênesis era um projeto muito bem pensado e que me permitiu conhecer também como a CIA estava trabalhando na América Latina com a mesma ideia de guerra cultural. Esse projeto não foi uma novidade cubana, mas sim o resultado de um trabalho realizado pelos Estados Unidos em muitas regiões da América Latina. Ele começou a ser implementado no processo de transição democrática na América Latina, no Chile e em muitos outros lugares. Essa experiência partiu da constatação de que as universidades latino-americanas tinham sido nas últimas décadas um foco de insurreição e de formação de militantes de esquerda. Eles decidiram mudar isso e converter a universidade latino-americana em um centro de produção do pensamento da direita e não da esquerda. Eles pensavam que o fato de essas universidades terem atravessado um período de repressão muito grande, quando muitos professores e estudantes militantes de esquerda foram mortos, facilitava um pouco esse trabalho de conversão.

    "A ideia era criar uma nova classe dirigente dentro das universidades e, por consequência, nos seus respectivos países". (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    “A ideia era criar uma nova classe dirigente dentro das universidades e, por consequência, nos seus respectivos países”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    Assim, começaram a implementar em toda a América Latina um milionário plano de integração acadêmica. Muitos estudantes e professores foram fazer esse intercâmbio nos Estados Unidos, onde realizaram diversos cursos, entre eles o famoso curso de liderança. A ideia era criar uma nova classe dirigente dentro das universidades e, por consequência, nos seus respectivos países. A quantidade de líderes mundiais hoje que são fruto desses programas é impressionante. Esse processo foi aplicado na Venezuela, por exemplo, com uma ênfase muito forte, a partir de 2009.

    Entre 2003 e 2004 se enviava, mensalmente, um grupo de dez estudantes com um professor para cursos de formação e liderança na antiga Iugoslávia, atual Sérvia, sob a coordenação do antigo grupo de resistência sérvio, onde estava Srdja Popovic e uma série de jovens que contavam a experiência da derrubada de Milosevic.

    Participavam desses cursos também o Instituto Albert Einstein, o Instituto de Luta pela Guerra Não Violenta, criado pelos sérvios, o multimilionário húngaro George Soros que colocou muito dinheiro neste projeto, e o Instituto Republicano Internacional que recebia fundos do governo norte-americano e o aplicavam nestes cursos. Aí se formaram muitos dos líderes da chamada Primavera Árabe e muitos líderes da oposição síria. Criou-se toda uma estrutura para fomentar o uso da chamada luta não violenta e do golpe suave. Estudantes venezuelanos, acompanhados de alguns professores, começaram a fazer esses cursos de forma periódica. O objetivo era repetir esse processo em Cuba, para formar ativistas especializados no manejo da guerra não violenta.

    Eu recebi uma preparação intensa de como se organiza um golpe suave para derrubar um governo, quais são as medidas fundamentais para construir essa estratégia. É claro que, dentro de Cuba, seria muito mais difícil fazer essa formação. A alternativa encontrada foi usar o sistema de bolsas de estudo para promover o intercâmbio de estudantes. A ideia era propor, por exemplo, uma bolsa de estudos de seis meses ou mais em Jerusalém para um estudante de história ou ciências sociais. Ou então oferecer para uma jovem estudante de arte uma bolsa em Colônia, na Alemanha. Escolheu-se universidades muito pontuais, que não fossem norte-americanas e que pudessem ser atrativas para determinadas áreas de interesse. Mas os cursos oferecidos nestas universidades não eram exatamente sobre arte ou sobre história, mas sim sobre formação de lideranças, com cursos de inglês, cursos de táticas de guerra não convencional, sobre como funcionavam as organizações democráticas. O objetivo era que, mais tarde, esses estudantes se transformassem em elementos de mudança em Cuba.

    Sul21: E os estudantes que recebiam essas bolsas, sabiam da real natureza desse intercâmbio?

    Raúl Capote: Não sabiam. O truque da bolsa era que, em geral, oferecia um curso de seis meses. As pessoas supunham que o curso era relacionado com a sua especialidade. Por que não passar seis meses em Jerusalém, Colônia ou outro local, com tudo pago, recebendo um curso de inglês, entre outras coisas? – pensavam. A agência estimava que, se cada dez estudantes, um se convertesse em um futuro opositor, já seria um grande lucro.

    "A estratégia, em resumo, era aplicar a cartilha de Gene Sharp, teórico do golpe suave. A ideia da guerra não violenta consiste em ir solapando os pilares de um governo até que ele imploda". (Foto: Divulgação)

    “A estratégia, em resumo, era aplicar a cartilha de Gene Sharp, teórico do golpe suave. A ideia da guerra não violenta consiste em ir solapando os pilares de um governo até que ele imploda”. (Foto: Divulgação)

    Esse plano começou a ser implementado em Cuba com muita força a partir de 2005, 2006, sem muitos resultados. Para surpresa da CIA, não houve muitos interessados pelos cursos, que não tiveram o impacto esperado junto aos jovens cubanos. Além disso, eu é que estava dirigindo a operação…Era possível que não tivesse êxito…(risos). Outro plano envolvendo a minha atuação como agente era fazer com que eu ocupasse uma posição elevada dentro do Ministério da Educação. Pretendiam me dar todo o apoio possível para tanto, apoio acadêmico e inclusive monetário. A ideia era me converter em uma pessoa imprescindível no sistema de educação cubano por minhas relações e contatos no mundo acadêmico.

    Uma das coisas mais importantes para eles nesta época era o tempo que lhes restava. Estavam muito preocupados com essa questão temporal, pois aguardavam o momento do desaparecimento de Fidel. Avaliavam que muitos dos líderes históricos da Revolução Cubana não estariam mais em condições de assumir o posto de comando quando isso acontecesse. Trabalhavam com um período de dez ou quinze anos, no qual se formaria em Cuba uma nova oposição, que não teria nada a ver com a oposição anterior, que eles próprios consideravam desprestigiada e sem base social. Queriam criar uma oposição de novo tipo.

    Sul21: Como pretendiam fazer isso?

    Raúl Capote: A estratégia utilizada em Cuba se diferenciou um pouco daquela usada em outros lugares. Eles queriam formar uma oposição de esquerda, pois avaliavam que uma oposição de direita não teria êxito em Cuba, pelo enraizamento da tradição e do pensamento revolucionário e também pelo fato que a direita nunca teve uma posição muito significativa junto ao povo cubano. Passaram a tentar criar, então, organizações que fossem supostamente de esquerda. Essa era a estratégia central do projeto Genesis. Para nos auxiliar nesta tarefa, nos deram acesso a modernos meios eletrônicos de comunicação que nos permitiram acessar a internet, as redes sociais e outros espaços. A ideia era nos dotar de uma grande capacidade de mobilização e começar a gerar conteúdo dentro do país. Isso tudo seria feito em segredo, em baixo perfil, nos treinando no uso dessas novas tecnologias.

    "Em 2007, me entregaram um equipamento de comunicação que se conectava por satélite com o Departamento de Defesa e que não podia ser rastreado". (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    “Em 2007, me entregaram um equipamento de comunicação que se conectava por satélite com o Departamento de Defesa e que não podia ser rastreado”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    Em 2007, me entregaram um equipamento de comunicação que se conectava por satélite com o Departamento de Defesa e que não podia ser rastreado. Esse equipamento permitia que eu tivesse comunicação direta com meu chefe em Washington e também criar uma rede em Cuba indetectável. De forma concomitante com isso, se começou outro projeto por meio do qual começaram a introduzir telefones celulares no país. Em função do bloqueio imposto pelos Estados Unidos, Cuba não tinha muitos celulares. Eles começaram a distribuir celulares de maneira gratuita, por diferentes meios, e criaram o programa ZunZuneo, que pretendia ser uma espécie de twitter cubano.

    Essa rede começou a distribuir mensagens de texto principalmente e notícias relacionadas ao esporte, à cultura e às artes. A ideia era criar dentro do país um hábito de consultar essa página e fazer com que as pessoas confiassem neste espaço. Assim, no momento necessário, o site começaria a enviar mensagens para mobilizar ações contra a revolução. Fizeram alguns testes no país, em determinados momentos, que não deram resultado, mas seguiram implementando o projeto. Mais tarde, fizeram alguns aperfeiçoamentos e criaram outro sistema que se chamou Piramideo, parecido com o ZunZuneo, mas com alguns acréscimos fruto de experiências no Oriente Médio, especialmente no Irã, onde foi utilizado como ferramenta de mobilização em determinadas situações dentro do país.

    Sul21: Qual foi o impacto dessas iniciativas na sociedade cubana, especialmente junto à juventude? Elas tiveram visibilidade?

    Raúl Capote: Tudo era feito pensando em um determinado momento no futuro de Cuba onde deveria ocorrer uma mudança de governo. Eles pensavam que isso ocorreria entre 2015 e 2016, que é exatamente o momento que estamos vivendo agora. Neste momento, segundo o planejamento feito, já deveria estar formada uma oposição social de novo tipo, saída da universidade e integrada principalmente por estudantes e professores, mas também por artistas, pequenos comerciantes e representantes de outros setores que apoiassem essa ideia. O surgimento público desse novo movimento político se daria através do lançamento da organização Fundação Genesis para a Liberdade, que deveria se dar em um ano em que ocorressem eleições em Cuba (que ocorrem a cada cinco anos).

    Essa organização até poderia ser considerada uma fundação, mas de “genesis” não tinha nada e de liberdade muito menos. Em primeiro lugar, porque o líder da organização, eu no caso, era um agente da CIA. Em segundo lugar, eu não podia tomar nenhuma decisão sem ouvir o grupo consultivo que era constituído por oficiais da CIA. Então, de liberdade não tinha nada. Por meio dessa fundação, se esperava criar um oi mais de um partido político supostamente de esquerda. O discurso desse novo partido consistiria em dizer que era preciso reformar e modernizar o socialismo cubano. A nossa principal palavra de ordem era esta: modernizar. “Precisamos colocar o socialismo à altura do tempo”, “a época heroica já passou”, “ninguém mais faz isso no mundo”…diríamos coisas assim.

    "O nascimento da Fundação Genesis como organização seria acompanhado por uma grande campanha midiática". (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    “O nascimento da Fundação Genesis como organização seria acompanhado por uma grande campanha midiática”.
    (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    Eles acreditavam que, com o desaparecimento de líderes históricos carismáticos da Revolução como Fidel, esse novo movimento político teria um grande impacto na sociedade cubana levando inclusive a uma fratura na unidade interna do país. O nascimento da Fundação Genesis como organização seria acompanhado por uma grande campanha midiática. Haveria uma coletiva de imprensa com alguns dos mais importantes meios de comunicação do mundo. O passo seguinte seria organizar ações de rua, manifestações, ocupação de espaços públicos de maneira pacífica com o objetivo de causar impacto na sociedade.

    Sul21: Qual era a meta principal dessa tática?

    Raúl Capote: Em resumo, aplicar a cartilha de Gene Sharp, teórico do golpe suave. A ideia da guerra não violenta consiste em ir solapando os pilares de um governo até que ele imploda. O objetivo não é fazer com que um governo renuncie. Se isso acontecer, o projeto fracassou. A ideia é que o governo imploda e que isso cause caos. Com o país em caos, é possível recorrer a meios mais extremos. A meta em Cuba era esta: causar um caos tal no país que fizesse desabar todos os pilares da revolução. Neste cenário, várias possibilidades eram consideradas, entre elas, uma “intervenção humanitária” dos Estados Unidos no país. Outra era a instalação de um governo de transição que levasse a um governo de direita.

    O truque fundamental do projeto Genesis era que tinha supostamente um discurso de esquerda, mas as propostas reais que defendia consistiam em privatizar praticamente tudo, inclusive a saúde e a seguridade social. Era um socialismo anti-socialista e anti-social, com terríveis medidas de austeridade. Eles diziam para não nos preocuparmos, pois o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a comunidade cubana no exterior iriam apoiar a “reconstrução do país”. Mas esse projeto nunca conseguiu ter base social nem conseguiu formar estudantes como pretendia…

    Sul21: E você, na condição de agente duplo, se esforçava na implantação do projeto ou trabalhava contra ele?

    Raúl Capote: Fazia tudo o que podia para que não tivesse resultado. Era um jogo de xadrez muito interessante. Eu tinha que fazer com que eles acreditassem que estava funcionando e, na prática, fazer com que não funcionasse. Era bem difícil. Mas o projeto tinha muitos pontos débeis. Um deles era a crença de que a revolução dependia de uma única pessoa. Acreditar que a Revolução Cubana é Fidel é um erro. Outro erro era acreditar que os cubanos são pessoas ingênuas.

    Em 2006, Fidel anunciou que estava se afastando de suas funções por problemas de saúde e que seria substituído por Raul (seu irmão, Raul Castro). Esse era um momento propício para aplicar a estratégia da Fundação Genesis e eles precipitaram um conjunto de ações. Acreditavam que poderia ocorrer um levantamento no centro de Havana.

    Para tanto, usaram um médico chamado Darsi Ferrer, um contrarrevolucionário desconhecido. No dia 13 de agosto de 2006, data de aniversário de Fidel, ele deveria provocar um levantamento em Havana e convocar uma coletiva para dizer que o país estava mergulhado no caos, que havia militares sublevados e que a população não queria Raul no governo. Planejaram gravar em um estúdio, de modo muito parecido com o que fizeram na Líbia onde filmaram ações que, na verdade, não estavam acontecendo. O plano era filmar cenários de repressão como se os militares cubanos estivessem reprimindo a população, e transmitir essas imagens para todo o mundo. A mim me surpreendeu muito que um oficial da CIA em Cuba tivesse o poder de pautar e subordinar os mais importantes meios de comunicação do mundo. Era isso que estava se planejando ali.

    "Quando essas imagens do “caos” em Cuba tivessem sido transmitidas ao mundo, eu deveria convocar uma coletiva de imprensa e pedir uma intervenção militar dos Estados Unidos para conter as violações de direitos humanos". (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    “Quando essas imagens do “caos” em Cuba tivessem sido transmitidas ao mundo, eu deveria convocar uma coletiva de imprensa e pedir uma intervenção militar dos Estados Unidos para conter as violações de direitos humanos”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

    Sul21: E qual era o seu papel neste plano?

    Raúl Capote: Quando essas imagens do “caos” em Cuba tivessem sido transmitidas ao mundo, eu deveria convocar uma coletiva de imprensa e pedir uma intervenção militar dos Estados Unidos para conter as violações de direitos humanos. Eu não era um contrarrevolucionário ou opositor, mas um professor e acadêmico conhecido no país. A credibilidade da minha aparição seria maior. Fiquei com um grande conflito interno neste período. Eu jamais iria fazer aquele pedido de intervenção militar dos Estados Unidos.

    Sul21: O que aconteceu, então?

    Raúl Capote: As coisas começaram a dar errado para eles muito rapidamente. Depois do anúncio do afastamento de Fidel, passaram-se alguns dias e não houve nenhum caos no país, que seguiu funcionando normalmente. Não houve manifestações, protestos, nada. As pessoas seguiram com suas vidas. O outro problema que ocorreu é que o médico escolhido para desencadear o levante ficou sabendo que os principais canais de Miami estavam dizendo que um opositor cubano chamado Darsi Ferrer iria se imolar pela democracia. Aquilo foi uma surpresa total, pois não estava em seus planos colocar fogo no próprio corpo e morrer. Ele ficou convencido que iam matá-lo e, no dia 13 de agosto, ao invés de ir ao lugar escolhido para a execução do plano, sai de casa e inventa uma desculpa para não ir até lá. E o projeto fracassa.

    Sul21: Quando você abandona a condição de agente duplo?

    Raúl Capote: Em 2010, quando a Líbia entrou em situação de guerra civil, o governo cubano me pediu para participar de uma denúncia pública para que as pessoas ficassem sabendo como esse tipo de golpe é tramado. Era uma decisão muito difícil, pois trazia riscos para mim e para minha família. Mas aceitei a proposta e começamos a gravar um conjunto de programas chamado “As razões de Cuba”, onde um grupo de agentes como eu vai à televisão contar o que tinham vivenciado. O programa foi dividido em capítulos. O meu foi ao ar em 4 de abril de 2011, onde contei tudo isso na televisão.

    Sul21: Fora de Cuba, se fala muito da situação de restrição de acesso à internet e às redes sociais na ilha, que haveria controle e a população não teria livre acesso à rede. Qual é mesmo a situação do acesso à internet em Cuba?

    Raúl Capote: Sim, constantemente se acusa o governo cubano de não permitir o livre acesso à internet. É uma grande mentira. Se formos olhar os discursos de Fidel nos anos 90, veremos que a revolução cubana sempre defendeu o acesso livre à internet. O problema é que os donos da internet são os norte-americanos, Cuba está cercada de cabos submarinos de fibra ótica, mas não pode usá-los por causa do bloqueio. Cuba não tem acesso à tecnologia necessária para garantir o acesso à internet para todos os seus cidadãos por que as empresas são proibidas, pelos Estados Unidos, de negociar com Cuba. Em função desse quadro, o acesso à internet tornou-se muito caro para Cuba. E ela é lenta porque é preciso uma infraestrutura que garanta que o sinal chegue em todos os lugares do país. Nós acreditamos que a internet é uma ferramenta para defender e propagar a revolução. Os Estados Unidos não querem que Cuba tenha livre acesso à internet, porque sabem isso significaria que poderíamos divulgar muito mais nossas ideias também.

    É impossível no mundo hoje que uma sociedade se desenvolva sem a internet. Nós temos a Universidade de Ciências Informáticas, que é uma das maiores da América Latina e forma todos os anos milhares de engenheiros criadores de softwares e técnicos nesta área. É uma universidade que se auto-financia com a venda desses softwares. Temos escolas técnicas em todas as províncias que formam milhares de jovens para o uso das redes sociais e das novas tecnologias. Apesar do alto custo que ainda representa, a acesso e uso da internet em Cuba tem aumentado enormemente, apesar de todos os bloqueios que ainda sofremos.

    1. O stand up no evangelho.

      Os filhos da sabedoria –* 31 «Com quem eu vou comparar os homens desta geração? Com quem se parecem eles? 32 São como crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegasdizendo: ‘Tocamos flauta, e vocês não dançaramcantamos música triste, e vocês não choraram’. 33 Pois veio João Batistaque não comia nem bebia, e vocês disseram: ‘Ele tem um demônio!’ 34 Veio o Filho do Homemque come e bebe, e vocês dizem: ‘Ele é um comilão e beberrãoamigo dos cobradores de impostos e dos pecadores!’ 35 Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos.» – Lucas 7, 31-35

      * 31-35: As autoridades religiosas do tempo de Jesus se comportam de maneira infantil: acusam João Batista de louco, porque é severo demais; acusam Jesus de boa-vida, porque parece muito condescendente. O povo e os cobradores de impostos se comportam de maneira sábia: acolhem João Batista e Jesus, reconhecendo neles a revelação da misericordiosa justiça de Deus.

  10. ACERVO DAS CANÇÕES INDÍGENAS DA AMAZÔNIA CHEGA Á INTERNET

    OBSERVAÇÃO: NÃO ME RECORDO SE JÁ POSTEI ISSO. Li há alguns dias para preparar um post “TXAI”. Creio que não tenha postado, contudo. 

     

    ACERVO DAS CANÇÕES INDÍGENAS DA AMAZÔNIA CHEGA Á INTERNET

     

    A diversidade musical das comunidades indígenas do norte do Amazonas e do Estado de Roraima foi reunida em uma inédita e rica coletânea. São quase quatro horas de 80 faixas musicais de grupos indígenas das etnias baniwa, wapichana, macuxi e tauepang, resultado do projeto intitulado “A Música das Cachoeiras” do grupo Cauxi Produtora Cultural. O nome é uma referência às correntezas da bacia do Alto rio Negro. O coordenador Agenor Vasconcelo define o projeto como um “registro etnográfico audiovisual”, no qual o principal foco é a música.

    O lançamento em Manaus acontece no próximo dia 6 de dezembro, na Estação Cultural Arte e Fato. É partir desta data que o conteúdo completo estará disponível para download pelo endereçohttp://www.musicadascachoeiras.com.br.  Uma prévia do material já pode ser acessada nos seguintes endereços: facebook.com/musicadascachoeiras e soundcloud.com/musicadascachoeiras.

    Os autores do projeto “A Música das Cachoeiras” empreenderam uma expedição de janeiro a junho deste ano nas comunidades indígenas. Registraram a gaitada do músico Ademarzino Garrido e a embolada do pandeiro de comunidades do Alto Rio Negro, no Amazonas, a incomum mistura forró tradicional com a dança tradicional Parixara, o hip-hop dos índios taurepang, entre outros gêneros musicais indígenas.

    Conheceram músicos de cada comunidade, além de compositores já consolidados nas cidades de São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, e em Boa Vista (RR), como Paulo Moura, Eliakim Rufino, Mike Gy Brás, Paulo Fabiano e Rivanildo Fidelis.

    O projeto foi integralmente patrocinado pelo programa Natura Musical, no valor de R$ 100 mil, selecionado por meio de edital nacional em 2012, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura do Governo Federal. O acervo inclui gravação de músicas e vídeos, registros fotográficos, produção de uma cartilha e a criação de um site.

    Os realizadores explicam que o projeto nasceu de uma ideia: resgatar a mesma expedição que etnógrafo alemão Theodor Koch-Grünberg (1872-1924) realizou nas comunidades do Alto Rio Negro e na região do Monte Roraima entre 1903 e 1913. Koch-Grünberg foi um pesquisador que morou na região e registrou em suas obras a cultura material e imaterial dos povos ameríndios.

    Grupo de dança dos índios wapichana (RR) se apresenta para equipe. Foto: Divulgação

    Agenor Vasconcelos tomou conhecimento sobre a pesquisa do alemão na época em que fazia mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). “O grande desafio após o término do mestrado seria poder viajar e colher as minhas próprias impressões, refazendo o trajeto já esmiuçado por mim diversas vezes mentalmente por meio dos registros de Koch-Grünberg. O que eu não esperava seria a possibilidade de formar um grupo expedicionário para pesquisar em equipe. Isso foi fantástico”, explicou.

    Após a seleção no projeto Natura Musical, uma equipe de seis pessoas formada por músicos, fotógrafos, produtores e antropólogos iniciou a viagem pelas áreas escolhidas. Envolvidos de tal forma com os músicos de cada região, a equipe acabou também produzindo composições com os integrantes das bandas das comunidades.

    “Mas não havia intervenção direta. Sempre estávamos preocupados em possibilitar uma gravação profissional independente das condições de trabalho. Na foz do rio Içana, por exemplo, ponto limítrofe da expedição no alto rio Negro, conseguimos reunir uma banda de teclado, guitarra e vocal. Havíamos levado pré-amplificadores, microfones condensadores, interface de áudio e muitos quilos de equipamentos para montar um estúdio aonde quer que fosse. Gravamos e os resultados são maravilhosos e divertidos”, explica.

    Inspiração e aprendizado

    Entre as boas surpresas encontradas na viagem, está Ademarzinho Garrido que, segundo Vasconcelos, é descendente de Germano Garrido, anfitrião de Koch-Grünberg na época em que o alemão esteve no Alto Rio Negro. Ademarzinho é líder da banda Maripuriana, onde toca violão e gaita. No registro feito pela equipe, Vasconcelos descreve a participação de Ademarzinho como o autor de “um solo de gaita, que dialoga com a guitarra em vários momentos da canção”.

    A equipe também esteve na comunidade baniwa Itacoatiara-mirim, onde conheceu Luiz Laureno, e na comunidade Boa Vista, na foz do rio Içana, onde gravou com a banda Taína Rukena. Nesta mesma comunidade registrou hinos evangélicos cantados na língua nhengatu acompanhados em teclados eletrônicos e em ritmo calipso.

    Nas comunidades indígenas de Roraima, o grupo registrou o som parixara, um ritmo “lento que se dança em longas filas e rodas e com cantos variados”, conforme descreve Agenor Vasconcelos, e o tukúi e marik, cantos interpretados pelos índios macuxi e taurepang.

    Além do componente etnográfico e audiovisual, a equipe de “A Música das Cachoeiras” espera que o acervo seja uma fonte de pesquisa para futuras gerações e inspiração para os artistas. “Tanto músicos como pintores, literatos, poderão basear novas criações a partir dessa tão rica cultura Amazônica”, diz Vasconcelos.

    O coordenador conta que a pesquisa foi também um aprendizado para eles próprios. “Pudemos aprender nuances da língua e da cultura dos povos que tivemos oportunidade de conhecer. Por meio da música figurativa, cantada, também percebemos a língua indígena viva no seio de um Brasil distante”, afirma..

    O projeto “A Música das Cachoeiras” estará disponível gratuitamente no site oficial. Ele é composto por faixas, clipes e mini-documentários. Um livro-CD que também foi produzido terá 2/3 de seus exemplares distribuídos gratuitamente.

     

     

    Luiz Laureano Baniwa, do Alto Rio Negro, que toca instrumentos feitos de casco de tracajá e flautas de paxiúba. Foto: Divulgação.

    Participação de comunidades

    O indígena do Alto Rio Negro Moisés Luiz da Silva considera o registro e a divulgação da música de seu povo como fundamental para valorização da cultura baniwa. Moisés foi o principal articular entre a equipe do projeto e as lideranças da sua comunidade Itacoatiara-mirim. Entre os que participaram da gravação estão Luiz  Laureano da Silva, mestre da maloca, Mário Felício Joaquim e Luzia Inácia.

    “Recebi a notícia sobre o projeto pela professora Deisy Montardo (Ufam). Então o Agenor entrou em contato comigo e conversamos. O segundo plano foi consultar o povo e as lideranças baniwa, que concordaram em participar. Achamos que esse registro de gravações de músicas é uma forma de valorizar nossa cultura e divulgar para outras sociedades indígenas e não-indígenas”, afirmou Moisés.

    O grupo baniwa já participou de outros projetos, como o Podáali Valorização das Músicas, patrocinado pela Petrobrás Cultural, e do Museu do Índio, em 2013.

    http://amazoniareal.com.br/acervo-inedito-de-cancoes-indigenas-da-amazonia-chega-na-internet/

  11. Nassa tem escrito colunas que

    Nassa tem escrito colunas que pega na veia. E espeta, sutilmente, Dilma.

      Não é um cara que escreve pró governo adoidado.Pago ou por ideologia( não consigo enxergar um )

      Me chama atenção seu post sobre juiz legalista.

      Vejamos o paradoxo: Ao mesmo tempo que condena os juizes legalistas que permitem  aprescrição ( e cita nomes) se enfurece quando presos por tempo indeteminável como faz o juiz Moro. A bem da verdade, se enfure porque a operação é de um lado só. 

           Não absolve os acusados, apenas se irrita como de outros partidos tbm não tivesssem o mesmo tratamento.

               Ou seja: Eu matei, o outro tbm, então absolve todo mundo, sr. juiz.Essa tem sido ”defesa ”’ do PT.

                    E eu tendo a imaginar que o juiz Moro está julgando os fatos mais contundentes. Se quando tudo isso acabar, e ele não continuar atigindo todos os envolvidos, darei meu braço a torcer.Por enquanto,não.

            Voltando ao ”legalismo ”:

               Como pode ter uma justiça legalista neste país ? Assim sendo, todos serão absolvidos por prescrição.

                    É erxatamente esse o ponto : Moro sabe disso e quer criar um diferencial ( ou jurispudicência) que  a corrupação seja dominuida. Muito diminuida. Vcs sabem o quanto foi restituido pros cofres públicos ?

                      Centenas de x , somados, em todos os governos.

    Outro Ponto : Nassa se engana redondamente quando diz que a midia incita as pessoas ( outras palavras)

        É o contrário : A mídia vai de encontro ao que o povo quer.

             Sempre foi assim.E quem escreveu o contrário, se danou.Porque a história registra.

        Em suma: É mais do que notório que a imensa maioria do povo não a quer mais no governo. E não pensa nas consequecências ( pior sem ela ).

         Quando Lula for preso , talvez Dilma tenha paz.—porque Dilma não fez as estrepolias financeiras que Lula fez pra ele, sua família, amigos e assemelhados.

  12. Golpe em marcha, desta vez são os caminhoneiros

    Prezado Nassif e leitores do blog: há pouco chegou o link desta notícia no meu WhatsApp. 

    Um grupo de caminhoneiros apoiado por revoltados on line etc prometem parar o país, a partir de 09/11, segunda-feira próxima, e provoacar desabastecimento até a derrubada da presidente. EStão manipulando insatisfações para inflar projeto político de derubada do governo. É preciso apurar. Há também um áudio do agitador. Receio ampla divulgação prévia disso pois ajudará na criação do clima de terror, por outro lado todos precisam ser alertadas, notoriamente as autoridades e a opinião esclarecida – e a não esclarecida também – dos perigos à vista. Abs, Josias Pires

    Greve dos caminhoneiros pedirá renúncia de Dilma Rousseff

     uipi_negocia____o_entre_governo_e_caminhoneiros_come__a_amanh___07082012-595372Alegando descumprimento das reivindicações do movimento realizado no início do ano, os caminhoneiros estão organizando uma nova greve nacional a partir do dia 9 de novembro. Categoria pede a renúncia da presidente Dilma Rousseff. Os profissionais consideram que o governo federal não atendeu nenhuma das reivindicações. Eles pedem a redução do valor do diesel, a criação da tabela mínima de frete, o refinanciamento de caminhões e a reserva de mercado de 40% nas cargas do governo para a categoria. O movimento conta com o apoio de organizações como o Vem para Rua, Revoltados Online, e Movimento Brasil livre. Veja abaixo comunicado oficial do Comando Nacional de Transporte. Gostaríamos em nome de todos os transportadores desse país comunicar que a partir do dia 09/11/2015 iniciaremos uma nova paralisação nacional da categoria, apoiados dessa vez pelos movimentos sociais Vem Pra Rua, Revoltados Online, Avança Brasil Maçons BR e o Movimento Brasil Livre, a pauta conjunta é a RENUNCIA DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEF e seus “gerentes”, para que possamos voltar a ter credibilidade aos olhos do mundo e recuperar nossa combalida economia destruída pela irresponsabilidade com o dinheiro do povo brasileiro, ou seja, nosso dinheiro. Essa decisão do nosso movimento se ampara, principalmente no fato de que o governo não atendeu reivindicações fáceis de serem atendidas, como por exemplo, a anulação das multas referentes a manifestação passada, bastando pra isso no máximo 15 minutos de boa vontade da Presidência e do Ministro da Justiça. Provaram que não se importam com nossa categoria que ja esta massacrada pelos exploradores dos grandes grupos multinacionais. Segue nossa pauta para o próximo governo: 1 – Que seja atendido nossa pauta entregue em Março na sua integralidade; – Redução do óleo diesel,– Criação do frete minimo,– Anulação das multas nas nossas manifestações anteriores,– Reserva de mercado de 40% nas cargas onde o governo é agente pagador,– refinanciamento onde TODOS os bancos aceitem,– Respeito as decisões do fórum do transporte que foi criado,– Liberação de crédito com juros subsidiados no valor de 50.000,00 para transportadores autônomos. 2- Regulamentação da profissão de motorista: – Aposentadoria com 25 anos de contribuição,– Salario unificado em todo território nacional, bem como gratificações,3- Fator previdenciário permanecer em 1% para as empresas de transporte de cargas.Não nos negamos a contribuir com o país, mas queremos que o país também faça sua parte conosco, uma vez que somos a ÚNICA categoria nesse país que trabalhamos hoje, pelo mesmo valor de 10 anos atrás. Agora é pelo Brasil!!!!! Ivar Luiz SchmidtLider do Comando Nacional do Transporte Fonte: Blog Gata Amarrada

     

  13. Um questionamento de leigo.

    Como já afirmado, sou leigo no assunto.

    Ontem conversando com conhecido de São Paulo, que trabalha em área tributária, tive de me esconder dos marimbondos quando falava do absurdo que era ter de pagar os tributos  do Rio de Janeiro (as GRE da vida) apenas no Bradesco. A titica que era, para ele e clientes que não possuem contas no referido banco, terem de fazer malabarismos para efetuar pagamentos. Caracas, o banco vai aceitar cheque de outro banco? Como fazer pagamento eletrônico?

    Acredito que deve haver alguma coisa de errado.

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