O Ministério Público de Pernambuco escreveu hoje um vergonhoso capítulo em sua história.

O Procurador-Geral Aguinaldo Fenelon afastou Belize Câmara da Promotoria de Meio-ambiente, após esta ganhar duas liminares que impediam que construções ilegais fossem a cabo por algumas empresas, em especial a Moura Dubeux.

Colocou ela na Promotoria de Infância de Jaboatão. Belize já estava acumulando Jaboatão com a Promotoria de Meio-ambiente de Recife, bastou afastá-la daqui.

Bem conveniente para o establishment.

Belize era um grande calo para o poder econômico desta cidade, e começou a ter vitórias que incomodaram.

Na semana passada, obteve uma grande vitória contra o Consórcio Novo Recife. Belize conseguiu uma liminar na justiça estadual, por uma serie de ilegalidades no projeto.

E esta semana, em outra ação, a promotora conseguiu outra liminar, desta vez contra a Moura Dubeux. Neste caso era ainda mais grave, já que a construtora estava fazendo um prédio com gabarito acima do permitido, já que a lei dos doze bairros impedia a construção de prédios altos, e o processo estaria completamente irregular. Queria construir um prédio de 40 pavimentos, e isso não pode mais.

Era demais para o império. Era preciso afastá-la.

Como se vê, em Recife o poder econômico faz cada vez mais o que quer. Adquire meios de comunicação, ajuda com muito dinheiro campanhas de prefeito e ainda consegue afastar “promotores inconvenientes”.

O afastamento de Belize é uma grande derrota para os movimentos sociais desta cidade. A promotora era atualmente a única pessoa do Poder Público que atuava contra o escárnio promovido pelas construtoras em uma cidade que não planeja nada.

Já no caso do MPPE, este virou aparelho político do Governo do Estado. Assim como serviu para dar uma ajudinha na campanha de prefeito passada, ajuda agora no pós-eleição.

Que vergonha.