Bolsonaro não é a civilização contra a barbárie, é a civilização contra a imbecilidade, pois a barbárie sempre existiu.

O uso do espantalho Bolsonaro como o estereótipo da Barbárie esconde através de uma imensa cortina de fumaça da real barbárie que vigora no Estado Brasileiro.

Não é por nada que fomos o último país do mundo a eliminar a escravidão, não é por um acaso que em 18 de setembro de 1850 instituímos pela primeira vez no Brasil uma lei sobre a terra, chamada Lei das Terras que impedia aos negros libertos a propriedade da Terra no nosso país salvo pela compra ou pela seção do Estado, esta lei saiu exatamente no mesmo mês da lei Eusébio de Queiroz (4 de setembro de 1850) que proibia o tráfico atlântico de escravos, um prenúncio do fim da escravidão.

O nosso Império e a nossa República sempre primaram pela exploração e pela humilhação sistemática do povo brasileiro, negro, mestiço ou simplesmente pobre. Sempre este povo não tinha direito a palavra e os nossos doutores garantiam que ele se mantivesse no seu lugar.

Apesar de uma industrialização tardia a classe operária através de um século de lutas foi galgando pequenos direitos que são agora retirados não pelo clã Bolsonaro, mas sim por seus aliados que alguns tem o desrespeito de chamar as forças de centro.

Qual a diferença de um chefe do legislativo que chora de emoção quando vê seu êxito em retirar direitos previdenciários de grande parte da população trabalhadora de Bolsonaro chorando pelo seu filho que se vê envolvido em um dos milhares de crimes políticos que sucederam no nosso país?

Qual a diferença de um ex juiz que insiste em passar uma lei que dá direito de um popular ser julgado e condenado a pena de morte por um soldado de qualquer corporação com discurso fascistoide daquele que ocupa a cadeira da presidência da república?

Qual a diferença de um ridículo “I love you” pronunciado pela boca de um lambe-botas de políticos estrangeiros com propostas de desmonte do Estado brasileiro e venda de seu patrimônio escrito pela equipe de um economista neoliberal de notória falta de qualificação?

Por que estranhamos tanto as declarações estúpidas de desejo de volta ao Estado de Exceção de um medíocre parente do ocupante da cadeira da presidência e não estranhamos que os nossos juízes e promotores na sua maioria expressam em seus atos e sentenças um verdadeiro Estado de Exceção que vive a população brasileira?

Bolsonaro não personifica a Barbárie, ele personifica a imbecilidade e a ignorância que encobre os mesmos sentimentos antidemocráticos que as várias personalidades que dominam a política brasileira serviçal das forças da grande burguesia nacional e internacional que ela sim domina e manda neste país.

Vamos parar com o falso discurso da civilização ou barbárie, pois na realidade o povo brasileiro há séculos encontra-se sujeito a esta BARBÁRIE.

Redação

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