O problema não são as primeiras cem mil mortes, o problema serão as seguintes, por Rogério Maestri

Segundo as projeções do modelo matemático do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) norte-americano, atualizadas no dia 6 de agosto até 1º de dezembro desse ano variam entre 250 a 167 mil mortes com o valor central de 192 mil mortes no Brasil.

O problema não são as primeiras cem mil mortes, o problema serão as seguintes

por Rogério Maestri

Já no fim do mês de janeiro, quando a palavra pandemia nem era conhecida pelos brasileiros, quando o Covid-19 era chamado de Coronavírus ou simplesmente aquela doença que estava ocorrendo na China, comecei a escrever aqui no GGN que deveríamos nos preocupar não com as bobagens do Bolsonaro, mas sim com a epidemia que se agigantava e tomava proporções alarmantes, porém era algo distante e irreal, mas no dia  escrevi no dia 28/01/2019 que foi postado no dia 29 e que iniciava como uma alerta do que ocorreria:

Peço para quem leia este texto que faça uma pequena reflexão sobre presença de um vírus mortal qualquer no Brasil

Quando todos escutam as besteiras de um governo formado por idiotas, a maior parte das reações são de memes, lacrações ou no máximo tentativas de aberturas de processos contra ministros e demais abortos da natureza que ocupam os maiores escalões do governo. Porém, todos esquecem que vírus, destruição das forças produtivas, os resultados econômicos de inconsequentes políticas internas e externas beirando a imbecilidade e mais centenas de tipos de catástrofes naturais ou artificiais, criadas pelo próprio governo, podem fazer sobre o nosso povo.

Mesmo quando se começou a campanha “Fique em casa”, que dizia para todos os que não trabalhavam em ocupações essenciais para que todos sobrevivessem, tais como na produção, transporte armazenamento e comercialização de alimentos, ou setores não tão visíveis como a geração, transporte e distribuição de energia elétrica ou de água para o consumo, achava-se que protegendo-se dentro das casas os mais bem aquinhoados da nossa sociedade teríamos uma solução do problema, esquecendo que milhões de trabalhadores sem máscara sem dinheiro e com possibilidade de perder os empregos continuavam a andar no transporte coletivo sem a mínima proteção.

Quando se vê que a epidemia progride inexoravelmente no país, tem-se a ilusão das vacinas, que começam a ser testadas e até hoje não se sabe quanto tempo elas nos protegerão nem qual será o seu grau de letalidade nas pessoas que forem imunizadas.

Se no dia 28 de janeiro desse ano a quase 7 meses não deram importância a minha mensagem, espero que deem importância ao que vou falar hoje.

Não se iludam os cem mil mortos podem ser os primeiros cem mil. Segundo as projeções do modelo matemático do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) norte-americano, atualizadas no dia 6 de agosto (vide aqui) até 1º de dezembro desse ano variam entre 250 a 167 mil mortes com o valor central de 192 mil mortes no Brasil. Como esses dados são projetados a partir das mortes confirmadas através de exames, é possível de forma conservadora prever que na realidade a pandemia no Brasil está criando uma quantidade de mortos tanto do Covid-19 (não diagnosticado) e mortos por outras doenças que não conseguem ser assistidas pelos corpos médicos de 40% a mais desse valor. Se refizermos os três valores agregando essas mortes não diagnosticadas e de outras doenças que as pessoas não morriam em situação normal, chegamos no dia primeiro de dezembro desse ano a valores de 233, 269 e 350 mil mortes (otimista, conservador e pessimista). Isso em primeiro de dezembro, quando provavelmente ainda não se terá uma vacinação em massa.

Com 100 mil mortes está se chegando a uma situação crítica, onde:

A doença está chegando em todas as famílias.

No dia de hoje, no Estado do Rio Grande do Sul, dos 497 municípios existentes somente 25 deles não confirmaram a presença da doença, como muitas vezes as pessoas com sintomas leves não chegam a comunicar a doença, provavelmente esses 25 podem ser reduzidos a um número que se pode contar com os dedos das mãos. Considerando o mesmo estado que está abaixo da média nacional em mortes por habitante 240 municípios já tiveram um ou mais óbitos confirmados de Covid-19, sendo que muitos dos óbitos não foram feitos quaisquer exames nos falecidos. Devido as previsões, devido a progressão da doença podemos dizer com certeza que em breve:

Os óbitos chegarão a todas as famílias.

Em consequência de tudo o que está acima escrito que demonstra que o pior ainda está por vir e que a bala de prata que exterminaria a doença ainda está longe, digo:

Peço para quem leia este texto que faça uma pequena reflexão o vírus mortal que está ainda no

Que se prepare para o pior e atuem para que pelo menos não passemos dos 250.000 mortos que seria a situação que se poderia ter se esses governos tivessem o mínimo de responsabilidade. Atuem e lutem porque a imobilidade levará aos 250 mil ou mesmo mais até eu haja uma vacina.

Redação

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