O pragmatismo de curto fôlego de uma certa esquerda, por Ricardo Cavalcanti-Schiel

Foto: Agência PT

Por Ricardo Cavalcanti-Schiel

(comentário ao post “Podemos fazer mais?”, de Ion de Andrade)

A análise que Ion de Andrade oferece – ao debate que aqui se vem travando sobre as “possibilidades” de uma esquerda petista – se concentra quase exclusivamente na dimensão institucional da política, ou seja na dimensão de governo, supondo como pacífica a tese de que Lula será eleito como próximo Presidente da República.

Creio que isso produz um duplo efeito perverso sobre o sentido da análise. Primeiro, que a torna meramente instrumental(izada) quanto à percepção do que seja o campo da política, sobretudo no que respeita às construções simbólicas nesse campo (algo sobre o quê os antropólogos teríamos algo a dizer, mas que os cientistas políticos em geral não têm). Segundo, que a hipótese Lula é apenas uma hipótese e que, ao absolutizá-la como alguns pretendem (talvez para lhe outorgar o efeito performativo de verdade), não se faz mais que continuar míope dentro do campo mesmo da institucionalidade política.

Nesse sentido, as “três vertentes” que o analista pretende sintetizar podem ser não mais que projeções cômodas, restritas e contingentes, sobre um fragmento (o institucional) da política a partir de uma outra projeção voluntarista que está ainda muito longe de comportar todas as possíveis variáveis, ou seja: como, por que caminho e com que composições políticas poderia Lula retornar à Presidência.

Começo pela redução mais simples: a hipótese Lula na Presidência. Suponhamo-na como efetiva e provável (para facilitar as coisas até mesmo para esses analistas tão afiançadamente montados sobre seu wish fulfillment). Significaria a chegada de Lula à Presidência, pelas urnas, a legitimação de algum projeto político propositivo? Ou significaria, antes de mais nada, a reação eleitoral a um movimento destrutivo, embalada pela miragem antiga de um outro movimento que já não tem mais condições de se reproduzir? Significaria a efetiva reconstituição do campo político-institucional agora sob uma redimida hegemonia petista? Ou significaria a consumação do reconhecimento de desintegração desse campo por meio da conclamação de um líder messiânico?

As consequências das dúvidas em torno dessa hipótese podem não sintetizar outra coisa senão algo singelo: a eventual chegada de Lula à Presidência pode não ter conteúdo efetivo algum, pode ser aquilo que os antropólogos, desde Lévi-Strauss, chamamos de “significante flutuante” ou significante com valor semântico zero. É apenas uma “coisa” (no sentido polissêmico que esse termo tem), ou, como se diz em francês, “truc”. Isso não quer dizer que as “coisas” não “sirvam” (simbolicamente) para nada. Elas servem para ocupar um lugar que não pode ser preenchido por nada definido de uma vez por todas, projeto nenhum, especificidade nenhuma. Essa “ocupação” só se sustentará enquanto não-compromisso, para sustentar a persistência de um não-lugar, logicamente necessário, mas sempre (e de forma imperativa para sua própria existência) semanticamente precário. Seria uma espécie de finalização da não-política, um populismo finalizado, não importa tanto sua coloração, róseo como Lula, cor-de-pepino como algum eventual tucano (paulista ou não). Pode ser para isso que caminhamos…

Consideremos agora a redução da política à política institucional. Será que ela expressa de forma suficiente as ainda mal traduzidas demandas “populares”, as que parecem emergir desse lugar social (não necessariamente geográfico) que Ion de Andrade quis chamar (talvez numa espécie de tentação hipostasiante urbanóide) de “periferias”?

Suspeito que haja um grande desencontro aí. Eu chamaria esse desencontro de “síndrome de junho de 2013”. Outros analistas desse fenômeno temporal preciso o traduziram sob a forma de “crise de representação”, e meu velho professor Luis Eduardo Soares chegou a chamá-lo de “colapso da representação”. Com isso tudo eu quero dizer uma coisa bem simples: o campo político-institucional não dispõe de recursos discursivos de mediação que possam prover de legitimação um certo projeto que se descolou das possibilidades de construir mediação.

Não se trata de um descolamento explicado pela figura insondável (exceto para os marxistas e suas miragens de totalização classista) da “conciliação de classes”. Trata-se de um descolamento explicado pela redução funcionalista da política à maquinária eleitoral-partidária, condição suficiente não só para definir toda e qualquer possibilidade de ação como também para definir interlocutores autorizados (aqueles que “não têm votos” – conquistados sabe-se lá por meio de qual máquina de marketing movida por quais propinas – têm mais é que manter seu silêncio obsequioso…). Para fazer uma analogia gaiata com minha categorização anterior, eu chamaria esse descolamento de “síndrome José Dirceu”.

Não se trata, portanto, de reivindicar a política como essa caricatura panfletarista de ir para as ruas politizar as massas por meio de doutrinação ideológica. Trata-se de reivindicar a política como um campo de mediações muito mais amplo que as (in)suficiências palacianas, tecnocráticas e gestoriais. Significa ver a política não em termos de verticalismos, caciquismos, correias de transmissão e forma-partido, mas sim em termos de trabalho de construção e ampliação de legitimidade, em que ela (a política, seus recursos e instrumentos) seja efetivamente publicizada, em lugar de ser clientelizada sob a forma de programas assistenciais que replicam o paradigma livre-cambista e utilitarista “produto-consumidor”, que foi a forma como o PT tratou a cidadania.

É a partir de outra visão da política que, no fundo, se move a crítica à insuficiência do projeto petista, que agora tem a pretensão de se desdobrar nem como tragédia nem como farsa, mas como zumbi, esse signo sem conteúdo vital (semântico), que apenas se move e devora o que pode.

Debruçar-se sobre a possibilidade de construção de um projeto progressista de sociedade é ir muito mais além do fôlego curto das reduções imediatizantes e instrumentalizantes; é debruçar-se sobre essa semântica, ou seja, sobre a possibilidade de sentido do público, da inclusão, da cidadania que não seja apenas uma colcha de retalhos mal-ajambrada de assistencialismos, de corporativismos, de particularismos “afirmativos”, enfim, desse modelo de dedução do público como espaço de predação utilitária.

O ciclo petista (como projeto com possibilidade de sentido e de angariar legitimidade) não se esgotou por causa da “conciliação de classes”. O ciclo petista se esgotou por ter levado ao paroxismo a redução da política à lógica predatória do utilitarismo neoliberal. Foi aí que ele deixou de ser um projeto, para ser mais do mesmo, igual a todo o resto, tocado por gente corrupta e “sem alma” (sem sentido propositivo e transformador) como todos os demais. O ciclo petista significou, em suma, o aborto do projeto progressista de transformação social em que o horizonte utópico da ideia de socialismo apontava para uma coisa bastante elementar: a precedência lógica do público.

Cair gozosamente na armadilha dos reducionismos pretensamente pragmáticos significa render-se à vacuidade semântica da impostura como pretensão política, significa render-se à ordem imutável da “naturalidade” já dada, e para isso basta ocupar o não-lugar do alheamento, arrastar até o limite do asco definitivo o colapso da representação (um limite – apesar de muitos não o reconhecerem – ronda perigosamente a imediata proximidade dos ingênuos).

Não! Os petistas perderam a dimensão da política. É disso que se trata fazer uma autocrítica.

Alguma esquerda viável para o futuro só será possível se essa dimensão for, antes de mais nada, restaurada. Trata-se agora de se retornar às condições mínimas para a produção de sentido, e não de condições práticas para a reprodução do não-sentido, essa permanente provisoriedade onde as razões do Outro (em termos de economia lógica o chamamos de “direita”) são as que mandam.

Redação

43 Comentários

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  1. Por que os comentaristas não colocam claro a sua militância?

    É incrível, a cada dia mais aparecem comentaristas com vergonha ou estratégia de não colocarem a sua militância de forma clara, só há a crítica, porém jamais a ideia do caminho, pois talvez este seja tão tortuoso que deve ser escondido.

    1. Porque eu sou robot e

      Porque eu sou robot e portanto Sergio Haddad eh presidente de Sao Paulo, digo, prefeito, e toda corrupcao infantil da educacao eh culpa dele.  E a falta de creches, sabe como eh?

    2. rdmaestri, em certa ocasião,

      rdmaestri, em certa ocasião, conversando com amigo extremamente culto, confessei meu desapontamento por não compreender certo autor. Disse-lhe que parecia que o cara escrevia em grego. Meu amigo assim respondeu: “Marcio, você é um leitor muito acima da média nacional. Vai por mim, se você não entende, o problema não está em você”. Por vezes, o linguajar supostamente acadêmico, gongórico, oculta, subjacente, algo efetivamente profundo: a ignorância do autor ou sua má-fé. Enfim, rdmaestri, talvez nunca venhamos a ter ciência do posicionamento claro de certas pessoas porque é muito possível que estas pessoas, de fato, não as tenham ou, se tiverem, seja inconfessável. É mais fácil mais cômodo, ficar no joguinho da crítica que não leva a lugar nenhum. Tenho um amigo que vota nulo há décadas. Então, se sente confortável para criticar todo e qualquer governo. É de direita, mas não se posiciona assim expressamente. Considero o papel do crítico político sem propostas próprias (ou ocultas) um dos mais perniciosos da discussão pública. Prefiro um Reinaldo Azevedo ou um Constantino. São mais honestos.

      1. E quando começa o sociologuês, aí sai da frente!

        Márcio, eu também fico embevecido pela sapiência de determinadas pessoas, eles transformam a política em algo tão complicado que para alguém se eleger a vereador de uma cidade do interior deveria ter doutorado em sociologia.

        Mas isto não é só em ciências políticas, certa feita entrei como ouvinte num curso que era apresentado para um doutorado em matemática aplicada na parte de Mecânica dos Fluidos, era um inglês que dava o curso. Ele apresentava uns três artigos por aula e eu ficava achando o mais imbecil de todos os burros. Umas três semanas após começar o curso falei com outro professor da matemática e confessei que não estava entendendo nada, o colega me tranquilizou, pois segundo ele nem o Inglês sabia o que estava falando!

        Ou seja, muitas pessoas escondem a sua ignorância simplesmente complicando e transformando as coisas simples em complexas e cheias de meandros, mas o pior é que muitos perdem tempo procurando entender!

      2. Sintomático…

        Parece que as ideias fora dos esquemas previsíveis ou são sumariamente incompreensíveis ou são vertiginosamente perturbadoras (ou ambos ao mesmo tempo — o que talvez não as torne tão “incompreensíveis” assim; “inaceitáveis”, digamos… Rsrsrs).

  2. Parafraseando Lenin…

    … que fazer, além de exercícios teóricos academicistas?

    “Retornar às condições mínimas para a produção de sentido”?

    Ok. Mais claro, impossível.

  3. Atenção, o foco é nas periferias

    Caro Ricardo,

    No meu texto (clique aqui quem queira ler de fonte) me limitei à tentativa de demonstrar que a esquerda não tem dado a devida atenção ao fenômeno “periferias” como deveria.

    A organização das esquerdas nessas áreas é mínma e, certamente também por isto, não elabora a respeito, É como se estivéssemos na Europa.

    Portanto o foco do artigo não é “institucional”, nem pretende antever qualquer futuro com o sem Lula e sequer se limita às possibilidades de uma esquerda petista, não. O foco do artigo é “apenas” a necesidade de incluirmos as periferias nas nossas formulações, o que, e espero que você concorde, NÃO OCORRE.

    Vou lhe dar dois exemplos recentes do que isto significa: 1. O Mais Médicos só saiu devido a crise política de 2013 e não porque a realidade da desassistência, velha conhecida nossa, tivesse sensibilizado os nossos tomadores de decisão no limiar suficiente para que pudesse ter sido adotado em tempo mais oportuno e 2. Poucos meses depois do golpe eclodiu em todo o Brasil uma crise recheada do horror mais primitivo em nossas prisões. Você sabe que nas nossas prisões há muita gente presa sem culpa formada e que muitos deles foram excutados. Todos pobres. A desassistência na Atenção Básica era uma barbárie municippal e o Mais Médicos subverteu a arquitetura do SUS para oferecer às periferias e zonas rurais um programa federal de acesso finalmente à assistência médica, e foi uma ação unilateral do nosso Executivo. As prisões por sua vez eram e são uma barbárie estadual. Nelas NADA ocorreu e vimos no que deu. Então o projeto de sociedade foi relativizado, não pela correlação de forças, nem pela impossibilidade de fazer, mas por uma condução errática e conjuntural decorrente da nossa formulação precária do que realmente era estratégico. Que tendências políticas nossas propuseram como prioridade do Executivo, quando era nosso, a solução desses problemas, que são apenas ilustrativos de um fenômeno bem generalizado? Aquela família do menino inocente preso e executado se politiza como? Vota em quem? O que queremos realmente?

    Tudo isso dificultou em muito a politização do nosso povo que forma opinião pelo conceito que constrói a partir do seu cotidiano.

    E digo isso com a esperança de que um futuro governo da esquerda possa dar conta de abordar essa problemática com a prioridade que ela merece.

    Pautemos as periferias como ambiente estratégico. Ousemos sair da dualidade Casa Grande e Senzala. Saiamos do discurso e da política pelo controle remoto das redes sociais e cumpramos ou, ao menos queiramos cumprir nos nossos planos a nossa missão histórica. É bem simples, na verdade.

    1. Ion, o negócio é o seguinte…

      É que eu não acho que adiante muita coisa eleger um “sujeito social” para querer representá-lo, tomá-lo como inspiração salvadora ou prover assistência às suas “demandas”.

      Eu entendo que as velhas seduções marxistas heroicizaram a “classe operária” (o que fazia sentido ao menos numa época em que da classe operária se podia deduzir uma “visão de mundo” — ou ao menos um vislumbre –, como um E. P. Thompson ensaiou fazer). Mas, veja bem, a perspectiva diferencial é dessa “visão de mundo” e não da simples estratificação social substantivizadora.

      Até para o próprio Marx, a “classe operária” era o caminho para sair do capitalismo, o caminho para uma nova síntese através da negação (…e se a síntese era uma “dupla negação”, então a especificidade da “classe operária” também precisaria ser negada). É esse o pulo do gato da busca (nesse caso, dialética) de novos universais. E isso está muito longe da busca pelo refúgio no particularismo hipostasiado de algum “novo sujeito” (como passou a ser obsessão de certo pensamento sociológico a partir dos anos 90).

      Então, não se trata de a esquerda querer fugir para a periferia para salvar sua pele ideológica, buscar um pretexto social concreto, substantivo e suficiente para se salvar. Isso pode ser, de uma parte, não mais que cair na armadilha dos particularismos salvacionistas contemporâneos, onde as “identidades” viram tábua de salvação e as relações são comodamente banidas para escanteio no campo do pensamento.

      Irremediavelmente, a  configuração da sociedade é uma configuração de relações; não de identidades. Da mesma maneira como o senhor só é senhor se for senhor de um escravo, também a Casa Grande só o é se Casa Grande de uma senzala. As dualidades não devem se prestar para reificarmos a identidade substantiva dos termos (e sairmos buscando outros, eventualmente mais “eficazes”). As dualidades podem nos servir para explicitar as relações (lógicas, antes de mais nada).

      Então, não teremos saída se nos entretermos apenas em hipostariar algum termo de salvação. A única saída para pensar mais além dos esquemas prévios é retornar aos grande problemas sobre como as relações são postas, pensadas e legitimadas.

      Não tem remendo que dê jeito em algo que está profunda, íntima e estruturalmente troncho. É esse não-projeto petista que está troncho. Ele não precisa de um remendo que o salve. Ele precisa de uma nova perspectiva que permita sair da sua deformidade atávica.

      A partir desse ponto de vista, dá pra vislumbrar melhor agora o que eu quis insinuar antes?

      1. Pitaco amigo

        Prezados,

        vou, dentro de minha ignorância, tentar dar um pitaco no assunto.

        acredito que os dois estão certos, mas esquecem de olhar para as origens de nossa esquerda.

        exceto o PC do B, pela anterioridade, nossa esquerda tem origem na teologia da libertação da igreja católica. Especialmente durante a ditadura, as CEBs eram as únicas “instituições” permitidas nas periferias e junto aos trabalhadores. Sejam os militares ou traficantes não tinham coragem de enfrentá-las. Esse meio forneceu incríveis quadros para a esquerda de hoje.

        com a proibição papal da teologia da libertação, minguaram-se as fontes de quadros libertários.

        o lugar das CEBs foi tomado pela teologia da prosperidade, aí o resultado estamos colhendo … ou melhor, a quebra de safra nos quebrou.

        Não sou religioso, nem frequento igrejas, mas senti muito isso nos anos 70 e 80 quando morava no ABC.

        Ali tínhamos o “símbolo” e a “periferia”, acho.

        Espero que essa minha experiência seja útil para o debate. 😉

    1. Lula, como eh, eh

      Lula, como eh, eh ESQUERDISTA.  Ou “Esquerdista”, se voce preferir.

      O proprio Lula nao tem partido.  Lula tem somente teoria de mente.  Igual eu.

    2. Eu não tenho a menor dúvida disso!

      Lula é o grande significante flutuante!!!

      (Isso implica que ele não tem significado específico algum, pode vir a ser QUALQUR coisa… inclusive uma coisa qualquer. Rsrsrs).

  4. E ainda há espaço para a

    E ainda há espaço para a política ? Ou já era e ”(um limite – apesar de muitos não o reconhecerem – ronda perigosamente a imediata proximidade dos ingênuos)” E a dos que se julgam não tão ingênuos assim , acho eu, que não tenho formação em humanas. Fico apavorada diante de coisas pequenas, corriqueiras do dia a dia: um fascismo  claro  para quem tem um conhecimento mínimo do que esse  seja , e a  total ignorância do que ele é de parte dos que o expressam no discurso e em atitudes. E que  acaba se traduzindo em apoio a ações como a do Doria na cracolândia.

    Há espaço para a política? Ainda?

  5. Entendi que o autor prega que

    Entendi que o autor prega que um governo de esquerda, pra  ser legìtimo, precisa romper com quaisquer resquícios de política neoliberal. 

    Romper é fácil. Agora só falta explicar como se governa de forma democrática sem as amarras do grande capital.

    Se o PT só vez insinuar que, talvez, um dia, quem sabe, se tudo der certo, a gente faz um governo “pra todos”, e as elites cairam de pau, imagina se governasse “como um partido de esquerda”. 

    1. Nao sofisme, ce vai se dar

      Nao sofisme, ce vai se dar mal aqui.  O que eh que “romper com quaisquer resquícios de política neoliberal” tem a ver com “como se governa de forma democrática sem as amarras do grande capital” mesmo?

      O primeiro eh sintoma, o segundo eh causa e ja existe ha milenios.

    2. Suspeito…

      ..que você não entendeu não, Solle.

      Não se trata de “resquício”. Trata-se de lógica.

      O que vem depois… para além do jogo do possível e do impossível, é o jogo estratégico da conquista de legitimidade.

      E, exatamente nesse sentido, a grande política (vai por mim!)… essa é a arte do “impossível”! Soyons réalistes!… Rsrsrsrs.

        1. Ué???

          Mas não é exatamente aqui neste blog onde os petistas mais gostam de hostilizar toda e qualquer esquerda que ouse ser diferente deles????…

          Guarde sua bílis, querido Luiz de Mattos! Amanhã provavelmente você ainda vai ter o Fornazieri pra bater. Rsrsrs.

          1. Não é questão de quem pensa

            Não é questão de quem pensa diferente bicho,veja tenho apanhado feito uma puta que enganou seu cafetão denunciando as fraudes ocorridas na eleição de diretórios e apanho muito mais desde ontem por criticar a tal da democracia interna que só deixou José de Oliveira ser conhecido no dia da eleição,sabe o que é se opor a Ditadura da CNB? Sabe a quem eu confronto?A questão é vocês jamais terem a humildade de reconhecer um avanço sequer diante de ferrenha oposição,repito pois a você o que tenho dito a muitos,tentem fazer melhor diante tantas dificuldades.E só pra lembrar:mando tomar caju a quem reconheço um pouco de sabedoria do contrário nem me atrevo.

    3. Solle, não te preocupe, é para não entender mesmo!

       Não entendi!Também estou na lista dos burros!

      “Segundo, que a hipótese Lula é apenas uma hipótese e que, ao absolutizá-la como alguns pretendem (talvez para lhe outorgar o efeito performativo de verdade), não se faz mais que continuar míope dentro do campo mesmo da institucionalidade política.”

      Alguém traduz para mentes menos brilhantes!

      1. Traduzo para você, Rogério

        Seria mais ou menos assim:

        “A hipótese de Lula chegar à presidência de novo é só uma hipótese mesmo. Querer tomar essa hipótese como fato consumado, para tentar induzir dela tudo que se possa pensar no cenário político é apenas reduzir a política à eleição.”

        Mas é sério mesmo que você é incapaz de entender outros estilos de dizer as coisas, Rogério? Acho que você deveria viajar um pouco, ler livros, assistir a filmes…

      2. Socorro

        Vou traduzir para você.

        O que ele quis dizer é que o Lula não terá a capacidade de mudar a merda feita pelos brasileiros, incluindo aqui o escritor do texto, que só consegue ver coisas ruins no governo de Lula. Com certeza ele gostava mais do FHC, e muito mais do Temer, pois nestes governos existia e existe um direcionamento retilineo e lógico com as mídias pagas com nosso dinheiro produzindo um “efeito performativo de verdade”.

        A preocupação com um texto coloquial o impede de esclarecer se ele é contra ou favor de alguma coisa, muito pelo contrário. Coisa de tucano.

      3. rdmaestri

        Você quer tradução?

        Peça para a academia, mas da qual ele pertence, porque do contrário, ninguém vai conseguir traduzir.

        Esses “intelectuais”…

  6. Que merda eh essa de

    Que merda eh essa de “esquerda petista”????

    Eu sou esquerda desde criancinha, eh parte da minha personalidade!  PT NAO EH IDEOLOGIA, GENTE.

    OU EH ESQWUERDA OU NAO EH!  Se eu estivesse lendo os mesmissimos problemas brasileiros a respeito de ou acontecendo em qualquer outro pais, eu teria que declarar que sou do partido daquele pais ou a favor ou contra aquele partido?

    Puta que pariu!  Eu sou esquerda pura, sem partido!

    1. É isso ai

      Exatamente como você disse Ivan.

      Eu também sou de esquerda desde criancinha, de uma mãe viúva com nove filhos para criar com uma mísera pensão deixada pelo pai.

      Não é porque o PT governou por treze anos que eu sou de esquerda.

      Mas, apesar de todas as críticas que o PT e o Lula vem sofrendo das elites desde quando assumiu, ninguém antes, como governante, fez o que Lula fez.

      Agora que o mundo caiu, colocam a culpa no Lula, inclusive daqueles que hoje se envergonham de dizer que foram petistas.

      Eu apoiei o PT, o Lula e continuarei a apoiá-lo, porque os “intelectuais” com esses artigos com palavras e frases rebuscadas (isso é coisa para a academia analisar e tentar impressioná-la com essa pretensa erudição), querem descobrir a pólvora, mas não sabem como fazê-la.

      Vá lá na periferia, Ricardo Schiel, com esse discursinho maroto para ver o que você ganha.

      As análises se sucedem hoje, tanto a esquerda quanto a direita, batendo na mesma tecla: o fiasco do governo trabalhista (eu prefiro progressista) do Lula.

      O que é mais interessante é que esses de esquerda queriam uma revolução de um governo que governou apenas treze anos.

      Isso num país que está subjugado a uma elite há mais de quinhenots anos.

      Eu vou rezar, fazer promessas para que o próximo governante do país seja Cristo.

      Quem sabe, se assim for, a Globo, o Joesley, o Gimar Mendes… deixam ELE governar.

  7. A análise tem logica, mas a

    A análise tem logica, mas a questao é que em uma sociedade o entusiarmos é mais forte que a logica. Uma liderança tras entusiasmo e modifica a logica. Quando Lula liderava, ele levou o Pais para a frente. Dilma nao liderou, entao a Globo passou a liderar e levou o Pais para onde ela queria, para o buraco para justificar o golpe. Agora, a aritimetica sozinha nao vai tirar o Pais do buraco onde se encontra, vai precisar de entusiasmo.

  8. Procurei a palavra “golpe” no

    Procurei a palavra “golpe” no texto e não a achei em nenhum momento. Vai ver que o articulista acredita que não houve um. Diz que o ciclo petista se encerrou por causa disso ou por causa daquilo, mas esquece de dizer que o partido que ele tanto odeia venceu quatro eleições seguidas, algo inédito no país. Em nenhum momento também, no seu palavreado forçadamente acadêmico (é como se o articulista quisesse deixar claro que é um, o que não quer dizer absolutamente coisa alguma), fala sobre os avanços ocorridos nos anos em que o PT governou: fim da miséria, acesso às universidades, ganhos salariais reais.

    Acredito que esses dois itens: não mencionar o golpe e não mencionar esses avanços, de certa maneira mostra a que lado se alinha o nobre articulista, no seu aberto ódio ao Partido dos Trabalhadores.

    É preciso que quem realmente queira lutar contra o golpe tenha em mente esse tipo de procedimento. “Vacuidade semântica”: pergunta para o pobre que ganhou dignidade nos governos Lula e Dilma se isso é desprovido de significado. Eu acho que o artigo falou, falou, falou e não disse nada. Deu voltas e voltas, somente para dizer mais naquilo que falta ao texto: sua falta de clareza em relação ao golpe e o desapreço por aquilo que realmente afeta o povo e suas demandas reais. 

  9. Criticar de fora é fácil

    “A arapuca está armada e não adianta de fora protestar

    Quando se quer entrar num buraco de rato, de rato você tem de transar”.

    Raul Seixas

    A coisa parece fácil para quem tem apenas que criticar sem ter que fazer nada além da crítica.

  10. A arte do possível

    O PT lutou contra resistencias colossais e seculares.. iSSO JÁ É MUITO, POIS ABIU UMA FISSURA NO MURO QUE SEPARA AS CLASSES SOCIAIS, OS PARASITAS E OS QUE SUGAM.E TRABALHADORES, QUE SÃO PARASITADOS.

    dADA ESTAS CIRCUNSTÂNCIAS E TENDO CHEGADO AO PODER PELA VIA INSTITUCIONAL, ACHO QUE A HISTÓRIA ABSOLVER´PA O PT.

    Aqui quem trata as coisas à base política e não da polícia é agredido pela polícia, processado e provavelmente condenado independentemente de sua presumida inocencia e sem provas que a ilidam

  11. Sobre….

    Hipótese Lula é PT jogar Final de Copa do Mundo com portões fechados, escalando atacate pendurado com 2 cartões amarelos e time adversário sem goleiro.

  12. Comentário.

    Maneira curiosa de fazer uma crítica ao petismo, mas atirando na esquerda toda.

    Essa armadilha do autor é de uma desonestidade pecaminosa.

  13. Gente, não se preocupem se

    Gente, não se preocupem se não entenderam, não é este o objetivo. A academia escreve para o espelho faz tempo e, a tal ponto, que os academicistas abstraidos de seus termos e conceitos (sempre os mais modernos e atualizados, como qualquer produto do mercado) deixam de existir, para eles mesmos! Se vocês não sabiam o que quer dizer academicismo, é isso: para dizer que não acha o Lula e o PT isso tudo (o que, diga-se de passagem qualquer um tem direito de achar) e apontar a radicalização como caminho para salvar a democracia em nosso país (posição que, também, qualquer um tem o direito de defender) utiza-se um conjunto de termos, expressões, conceitos que – assim considera o academicista – conferem à sua opinião estofo de conhecimento. Por que o fazem? Porque vivem e operam no grande marcado de bens simbólicos e é assim que garantem sua sobrevivência , ou seja, não é por maldade, não, nem por petulância ou pedantismo: é necessidade.

    Isto posto, sintam-se à vontade para concordar ou discordar da opinião do rapaz, sem por isso sentirem-se ignorantes. Eu, particularmente, discordo em diversos aspectos, mas como não gosto de escrever em academês não vou detalhar minhas discordâncias, porque aí, ele é que pode não entender.

  14. Não foi golpe?

    Peroração típica de psolista, ou simpatizante dos partidos sem representação, o pstu e o pcb visto que não admite como golpe a deposição da Presidenta eleita por um processo anticonstitucional já que Dilma não cometeu nem um crime, muito menos de responsabilidade. A democracia acabou no dia em que a Câmara dos Horrores comandada por um gângster (Cunha), aceitou um pedido de impeachment totalmente inepto, com a cumplicidade do “çupremo” e patrocinado do exterior. O autor é claramente um ressentido e anti-lulista e portanto seu comentário não tem valor por ser enviesado pela sua antipatia ao PT. Com a tragédia da ditadura golpista que se abateu sobre o Brasil, o ex-Presidente Lula não precisaria fazer nada de novo pois se for possível sua candidatura, ele vencer e tomar posse significa que reconquistamos a democracia. É pouco?

  15. Redução das desigualdades sociais é neoliberalismo?
    Nassif, de repente voltei a agosto de 2002, quando ouvi a antropóloga Ruth Vilaça Correia Leite explicar a um colega que falava algo sobre a insignificância do operário versus José Serra, que na democracia só o voto traduz a vontade popular, e não os estereótipos acadêmicos. Com seu brilhantismo habitual, Ruth Cardoso descartou a lógica empolada e terminologia rebuscada com que se previa a derrota do operário iletrado e semi-aleijado para o candidato tucano lembrando o óbvio, o sufrágio não se espelha no currículo e muito menos cabe à Academia vaticinar quem o ganhará não. Dito e feito, Lula ganhou em outubro daquele ano seu primeiro diploma, como disse então, o diploma de presidente da República. Quando se reduz, agora, seus dois mandatos a “uma colcha mal-ajambrada de assistencialismo” que soergueu entre 30 e 60 milhões de pessoas da miséria, classificando tal feito de “redução da política à lógica predatória do utilitarismo neoliberal” (sic!) ou “projeto troncho”, sinto falta de dona Ruth para explicar que se a redução da desigualdade social fosse utilitarismo neoliberal o mundo já estaria livre da miséria e, semântica à parte, a esquerda não seria alternativa à direita. Da mesma forma, o rancor e ódio com que se tenta destroçar o ex-metalúrgico não fariam desse texto acima tradução perfeita do ideário da República de Curitiba. Classificar de “petista” quem elegeu Lula e Dilma por quatro vezes consecutiva, no auge da cruzada medieval que lava a jato a esperança da cidadania em dias melhores para o Brasil, é classificar de imbecil toda uma Nação, tentando impedi-la de tomar partido contra essa ditadura golpista que a ameaça vender e reduzir-nos a escombros ou meros “significantes flutuantes” à superfície da cloaca político-judicial e midiática no poder – observo por fim.

  16. Que Falta Faz o Serjão

    Quem melhor traduziu esse tipo de estado ou situação da coisa sociológica, encerando o meio de campo, tratando-se de coisas do Brasil, foi sem dúvida o finado Serjão e olha que dona Ruth, em relação ao especialista em questão, tinha um handicap para lá de invejável e sobretudo inibidor a possíveis censuras. 

    Fico imaginando, Serjão, Lula, Zé Dirceu, Brizola, Darcy, Getúlio, etc., para ficarmos apenas no Brasil, enfrentando esse tipo de tratado das poções transformistas ideais  e críticas ao feito, mantidas as condições ideais necessárias e ignorando-se as reais. 

    E segue o enterro pois o defunto é morto e precisa ser enterrado à luz natural, pois a noite se aproxima e a vida continua para quem é vivo.

    PS: Talvez ajude a porção de realidade, disponível mais acima, em artigo de Haddad à Piauí. 

  17. Parece que o autor apresenta

    Parece que o autor apresenta uma visão  descolada da realidade do povo trabalhador ao afirmar que o que se almeja hoje são novas formas de participaçao que fogem da chamada “politica institucional”. O povo esta carente sim de programas sociais e assistencialistas, e se muitos recorrem ainda à figura do Lula, apesar de toda a desconstrução feita pela midia,  nao é. por verem nele um lider messiânico,  mas um defensor destas politicas de inclusão social. A luta contra o individualismo e o isolamento da classe trabalhadora deve incluir a percepçao das demandas particulares de grupos identitarios, mas uma coisa nao exclui a outra. Esta visao pos-moderna que rechaça projetos politicos totalizantes e que tende a ver a sociedade como um agregado irracional e flutuante de vontades so conduz ao fortalecimento de grupos poderosos que sabem muito bem quais sao seus interesses. 

  18. Texto quase incompreensível

    Não vou comentar o significado e o sentido do texto, mas apenas a linguagem: quase incompreensível, ela é típica de corporações, clubinhos, turminhas de academia, que se valem do jargão para que pareçam mais sabidos do que realmente são. Não queria usar o termo, mas não resisto: ridículo.

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