Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Grupos fechados digitais, por Rui Daher

Na próxima segunda-feira, começa a primavera. Poderia ser, das flores ou de Praga. Também a daquela prima, chamada Vera, por quem você se apaixonou e não lhe deu bola. Mas não, para o Brasil, será mais uma estação de trevas, ignorância, violência, negação dos direitos das minorias étnicas e de gênero, como foram as duas anteriores, neste ano de 2019.

É do que tenta me convencer o meu mais recente personagem de quimera, o Harmônica, um serial killer que tirei do cineasta italiano Sérgio Leone.

Mais não digo. Sobre ele já escrevi várias vezes. Quem não leu, se … Ele é um personagem de ficção, como o são Nestor e Pestana (N&P), jornalistas deste BRD (Blog do Rui Daher), no Facebook, e neste Jornal de todos os Brasis, o GGN, são os membros do Conselho Consultivo Celestial do Dominó de Botequim que, vira-e-mexe, visitam a Redação para discussões e aconselhamentos.

Houve muitos outros, mas não quero para mostrar meu curriculum vitae ou revelar criatividade e pretensão de ancião esquerdista. Se no GGN e em CartaCapital me deixam escrever, nunca saberei se por mérito ou comiseração a um “velho ateu, um bêbado cantor, poeta” (Salve! Eduardo Gudin e Roberto Riberti).

Fulcro do texto: pensando em vitória da racionalidade, fomos feridos de morte pelas redes sociais. Por que assim não seria se “o poder que cresce sobre a pobreza e faz dos fracos riquezas” (Geraldo Vandré), foi que nos fez perdedores?

Pensávamos que assim ganharíamos desenvolvimento social, projetos de inserção, igualdade, maior justiça e poder de consumo internos. Nada! Bastou criarem uma ficção corruptiva sobre o maior líder brasileiro, desde Getúlio Vargas, e a resposta da direita foi “óia, nóis aí de novo, como sempre”.

Foi então, que ao contrário da ditadura anterior, quando fomos às ações, algumas violentas e de má repercussão, que assim os defenestramos em 21 anos, que hoje, fracotes, optamos pelos blogs, financeiramente deficitários, que a ninguém podem pagar e, pelo contrário, por nós são sustentados.

Sobram poucas impressas, importantes, de jornalismo honesto, tradicionais, mas prontas para a quebra, “se virando nos vinte” e, pior dos piores, nas redes digitais, grupos fechados esquerdistas, mini- Pravdas, onde intelectuais de fancaria giram como rodas-gigantes de parques de diversões, em torno de soluções para acabar com o governo de Jair Bolsonaro e a Lava-Jato, que quebrou grandes empresas tradicionais e potentes, para apenas impedir Lula de ser candidato, em 2018.

Isso é ação revolucionária?

Convidado por um amigo, participo de único grupo desses pensadores de esquerda. Não me lembro há quantos anos. Até poucos meses atrás, achei legal, enriquecedor e ao mesmo tempo divertido, suave. Hoje em dia, não mais. Primeiro, quando entraram luminares da cultura brasileira, mas “professores de Deus”. Bati. Se afastaram, pelo que me desculpo. Pra burguesia intelectual brasileira, fui inconveniente.

Fiquei.

Dias atrás, correndo pelos sertões, diverti-me, por uns segundos, com dois ou três outros participantes, discutindo, em pilhéria, paixões clubistas. Fui repreendido. No grupo deveríamos girar, como perus, em torno de Moro, Bolsonaro, Gilmar et caterva. Religião – um dos males do mundo -, e futebol – o ópio do povo, NÃO!

Sair não saio, gosto deles. Mas não chorarei se me expulsarem.

https://www.youtube.com/watch?v=67-pY8grcPw

 

   

Rui Daher

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