Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Guilherme Boulos, ele entendeu, por Rui Daher

Guilherme Boulos

Guilherme Boulos, ele entendeu, por Rui Daher

Quem esteve ontem no bar, restaurante e instituto cultural AL JANIAH, não sentiu frio e esquentou-se a ouvir as ideias do pré-candidato, pelo PSOL, Guilherme Boulos, entendeu o que é ter um ideário realmente de esquerda, bem fundamentado, com sentido, realista, e viável, se insistirmos, insistirmos e os jovens continuarem insistindo até deslocarem seus umbigos para seus pênis e vaginas, e reproduzirem o Brasil que sempre sonhamos. Boulos é o melhor quadro que, à esquerda, surgiu no País.

Umas observações sobre nosso último texto sobre a agropecuária brasileira. Mais do que contrapor agronegócio e agricultura familiar, oposição que critico há mais de dez anos, quis – e poderão me contradizer ainda mais – (serei forte: nossa tão decantada significância nas exportações de commodities agrícolas, não passa de uma “merdica” no planeta).

Dei números, segui estatístcas, fiz comparações. É óvio, é ululante, é pensar com a profundidade de meu amigo Pires, o raso, agricultura é agricultura. A pecuária é pecuária. Ponto. Seja em soja, coco, leite, carnes. Enfim, tudo que parte de atividade laboral sobre a terra e envolve desde doutores agrônomos, proprietários grandes ou não, com mesmos ou diferentes sobrenomes. Igual aos mais diversos ventres em todas as regiões do Brasil.

Há grandes e pequenos proprietários de terra que produzem de tudo, muito ou pouco. De que adiantaria plantar 15 milhões de hectares de acerolas ou saturar lagos de tucunarés ou lambaris? Talvez piranhas, sim. Paranoá, em Brasília, é ávido por tais peixes e promove até congressos deles.

A diferenciação empresarial x familiar foi uma necessidade, primeiro, estatística e, mais tarde, classificatória para beneficiar aqueles que, obviamente, sem ululância, têm maior necessidade de apoio técnico e recursos financeiros. 

Basta visitarem as propriedades de uns e outros e sentirão a diferença, a começar pelas bebidas que lhes serão servidas. As acomodações que lhes serão oferecidas. É quando verão quem precisa muito e quem um pouco menos. Daí a diferenciação.

Essa efusão do agronegócio, como salvador da pátria, só se justifica como louvação por que a Pátria é pequena. Esta a essência do texto em CartaCapital e no GGN reproduzido, acusar é feita através de divulgação publicitária pelas folhas e telas cotidianas e pelo oligopólio fornecedor de insumos e tradings. Dinheiro que não serve ao País.

Vocês já ouviram falar em bancada ruralista? Creio que sim. As da bola e evangélicas? Provável, também. E alguma coisa sobre caboclos, caipiras, sertanejos? E quem você vê reclamar por mais recursos para a agricultura familiar? Os esquerdopatas”, como eu, Boulos, MST, MTST, FETAG, UNE, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, extinto pela dupla Temer/Meirelles. Cuidado! Eles e os bancos não se cansam de ganhar mais dinheiro e fodam-se os outros.

Vamos deixar claro: enquanto o Brasil não tomar o rumo esquerdopata que o salvará não aliviarei mais. Serei apenas educado e diligente em responder a todos, mas de agora em diante e até as eleições, serei soviético, stalinista. Dane-se a ‘social-democracia’ travestida de neoliberalismo, mas nem por um carvalho. Ou preferem nem por um oak

A tal agricultura empresarial reclama do governo amarelo e paneleiro os baixos recursos do Plano Safra e o aumento dos juros. E alguém reivindica o aumento dos recursos do PRONAF e a queda no apoio à preservação ambiental?

Somente entre esquerdopatas não doentes, mas não bocós.  

Repito: Lula não podendo ser candidato, meu voto é de Guilherme Boulos, do PSOL.

https://www.facebook.com/aljaniah01/videos/640905982930616/?comment_id=640949192926295¬if_id=1528505451125922¬if_t=video_reply

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

16 Comentários

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  1. Apoiado. O enfrentamento da

    Apoiado. 

    O enfrentamento da desigualdade, pobreza, violência e delinquencia inicia no campo. É preciso gerar renda e oportunidades no campo, dinamizando  por tabela as cidades interioranas. E isso significa foco na pequena propriedade. Há muitas opções,  agrícolas e não agrícolas. Por exemplo, geração de energia (solar ou eólica com vendas para a rede), criação de microdestilarias de alcool com distribuição direta para postos de combustível, entre outros. Dependem de vontade política. 

    Hoje o problema na área rural não é mais, prioritariamente, o acesso à terra, e sim, oportunidades e renda. O segmento da pecuária leiteira é um bom exemplo. Quase um milhão de produtores de leite trabalham à exaustão para ganhar menos que um trabalhador  urbano qualificado, mestre de obras, por exemplo. Uma política de aumento de renda para esse segmento, que desse conta de manter os jovens na atividade, seria uma verdadeira revolução. 

    Quanto à agricultura de exportação, tem que romper com a ditadura das exportadoras, as tradings, monopolizados por quatro ou cinco multinacionais, entre as quais a Amaggi, que conseguiu entrar na década de 2000 (sabe-se lá como …). São os que verdadeiramente ganham no interior da cadeia. E resposável na região Centro-Oeste pelas dificuldades dos caminhoneiros.A Amaggi tinha em 2015, 2.500 caminhoneiros cadastrados, e impunha o preço de frete que queria.

    Rodar toneladas e mais toneladas de grãos in natura pelas estradas do Brasil, penetrando cada vez mais fundo no Bioma Amazônico (já que as tradings querem exportar pelos portos do norte), é crimonoso em todos os sentidos. Está se transportando na verdade 50% de água, subtraindo ao País a opção de industrialização do grão, impactando fortemente o meio ambiente, destruindo um bioma vital para país e o mundo, apenas porque é do interesse das tradings.

    Modelo de política agrícola que não interessa à sociedade. Nem aos grandes proprietários.

  2. Grande Rui, nadíssima a

    Grande Rui, nadíssima a acrescentar !  Mas sempre encontro um motivo para “pitacar” : Gostaria muito de votar no Lula, por ele sim, mas principalmente pela certeza de que é o que mais chance tem de ser eleito, provavelmente no primeiro turno. Mas, numa hipótese politicamente absurda, que serve só para raciocínio teórico, impossível de se concretizar, se houver um segundo turno entre Boulos e Lula, vou de Boulos. 

    1. Eduardo, pode ir de Lula com

      Eduardo, pode ir de Lula com tranquilidade. Quanto ao Boulos meu caro, o Moço, terá destaque no cargo que escolher no nosso governo, podes crer. Lula Lá

      Orlando

      Mensagem transmitida por canal não-verbal (metamensagem).

       

      1. Orlando, meu caro

        sim, as vigílias, o bom dia presidente, os abaixo-assinados, as indicções para o Nobel, a cada vez maior percepção de que impeachment e julgamentos foram armação, as pesquisas de opinião … tudo fará nós derrubarmos o Acordo Secular de Elites. Liga para o Moro, a Cármen Lúcia, a família Marinho, e pergunte o que eles acham.

        Abraços

    2. Eduardo,

      e todos os demais. Têm certeza de que Lula será solto e candidato. Quando eu tiver a mesma certeza de vocês votarei nele.

      Abraços

      1. Mestre, meus pitacos não são

        Mestre, meus pitacos não são tão claros como deveriam ser. Mas eu disse que GOSTARIA  de votar no Lula, até para ver se resolve no primeiro turno. Não tenho nenhuma certeza de que ele estará candidato. Se não estiver, meu voto é para o Boulos já no primeiro turno, sem dúvida. Corrijo,  há dúvida sim, não quanto ao Boulos, mas quanto às eleições.

  3. Guilherme, o outro?

    Mais uma nova / velha donzela no Bordel. Mas sabemos, esta é diferente. O pt traiu nossas ilusões. Pueris ilusões ou Ilusórias ilusões. Me desculpe a redundância. Goerender a revelou. Mas dar ouvidos a Malufista, não é mesmo Raquel de Queiroz? Outra da direita, para quem Castelo Branco ou Janio Quadros estavam muito acima de seus companheiros de farsante ideologia (Roda Viva/TV Cultura, talvez anos 80)? O Brasil Republicano, Liberal, Facultativo, Progressista, Multirracial, Desenvolvimentista, Cientifico, Cultural foi atropelado por Ditador Caudilho e Fascista. Junto com tal bandido voltam a Elite mineira de Juiz de Fora,  que manteve MG putrefando por 150 anos. Condição que o progressismo industrial republicano dos Laticinios e Indústria Leiteira do estado (AgroNegócio?), haviam alterado. Mas então volta a Republica de Juiz de Fora. A Familia do Ditador encabeça tal Poder: Tancredo Neves, juntamente com os Dornelles. Francisco Dornelles, primo, será futuro Presidente do PP de Paulo Maluf. João Goulart e Leonel Brizola, tambem familiares, cunhados de tal Ditador, formarão a esperança esquerdopata da época. É Surreal? E é pouco? Ditador, para calar a Democracia Liberal e Facultativa de Estudantes e Advogados Democratas da Faculdade do Largo São Francisco em São Paulo, além de assassinar a sangue frio e desarmados estudantes e advogados, institui seus lacaios, que darão apoio. E manomunados em tal Ditadura Militar, se estruturam em tal Caudilhismo: USP / 1934, da República da USP, de Fefelet’s, de FHC, Juca Kfoury, Paulo Renato? Ou UNE / 1938. De Serra,  Dirceu, Mirian Leitão, …? OAB / 1930. De Temer, Bastos, Fleury, Dallari, Eduardo Cardoso…Nossa Revolução Socialista Tupiniquim? A Família do Fascista, junto com Satélites-Lacaios de USP, OAB, UNE mais  República de Juiz de Fora de Tancredo Neves, JK, Itamar Franco apoiados por Sindicatos Pelegos Parasitas, de onde surgiu Lula e os tais Movimentos Sociais, de Contribuições Sindicais Obrigatórias, Voto Obrgatório e outras ‘trocas de favores’ entre Esquerdopatas e Ditador. E não sabemos porque chegamos novamente a este 1964? Quero dizer 2018? Parlamentarismo com Tancredo Neves, 1.o Ministro? Ou agora seria Aécio? E todas crias de USP, UNE e OAB? Seria trágico se não fosse cômico. O Brasil é uma lamentável fantasia. abs. 

  4. Realista? No Mundo das Fadas, talvez…

    Boulos realmente é um ótimo quadro. É o Lula de 89. Quando crescer, será um ótimo político. Nao pelo PSOL, que já o terá expulsado se ele tiver ganho uma prefeitura sequer antes… Nao se governa sem compromissos e alianças, e o PSOL nao gosta muito de realidade.

    1. Concordo, Anarquista Lúcida

      Mas é a minha opção de 1º turno, como Lula o foi na primeira eleição em que se candidatou e até hoje segui votando nos candidatos por ele indicados. Lula é um estadista. Quem sabe Guilherme se torne outro.

      Abraços

      1. Entendo, mas nao concordo

        Acho que nao podemos arriscar que o candidato indicado por Lula nao vá ao segundo turno. Haverá tempo para votar em Boulos depois. Eu só votaria nele no primeiro turno dessa vez se Lula nao concorrer e nao indicar um petista, ou alguém MUITO próximo (nada de Ciros e cias…). Aí eu votaria em Boulos, mesmo sabendo que ele nao está pronto ainda.

  5. Árvores

    Progressistas, é preciso reflorestar o Brasil TODO, menos as partes das pequenas propriedades produtoras de alimentos limpos, com coquetéis diversificados de espécies nativas, adaptadas a cada um dos biomas que os ruralistas seguem destruindo para o lucro dos traders. 

    Árvores nativas bem consorciadas prescindem de venenos, capitalizam as terras de maneira perene (manejo sustentado), geram riquezas a partir do trabalho, da terra, do fogo (sol), da água e do ar, diminuem o albedo, melhoram e equilibram o regime hídrico, produzem uma gama diversificada de produtos e subprodutos, protegem a fauna selvagem, fixam carbono, geram empregos, cadeias produtivas, pesquisa, conhecimento científico teórico e aplicado (know how), amenizam o clima, combatem o aquecimento global, impulsionam o turismo, criam beleza…

    Não é pouco! 

    A verdadeira vocação natural do Brasil é a florestal; foram os portugueses exóticos os que primeiro violentaram essa vocação, seguidos de “neobrasileiros”, italianos, alemães…

    Até quando continuaremos tecendo loas à mentalidade pop gananciosa curtoprazista dos latifundiários monucultores renhentos, os reacionários históricos que depredam a natureza do maior país tropical do planeta? 

    Até quando a civilização brasileira será uma consequência mal ajambrada, o fruto capitalista doente nascido, crescido e apodrecido no leito da destruição ambiental amaziada com o escravagismo?  

     

    1. Caro Rodrigo,

      além de meus pobres textos para CartaCapital e GGN, é nisso que trabalho há 20 anos.

      Obrigado pelas informações e abraços

      1. Prezado Rui Daher,

        Sou seu leitor regular e admirador, tanto na Carta Capital quanto no GGN.  Sei que de pobre seus textos não têm nada, porque você é um conhecedor em primeira pessoa dos assuntos sobre os quais escreve, sempre com a inteligência e a modéstia que o caracterizam.

        Faço votos de que, dentro de suas possibilidades, interesses e oportunidades, um erudito como você mantenha acesa a importância estratégica da economia florestal em um país como o Brasil, pois essa atividade econômica, apesar de em grande parte dominada e desvirtuada pelos latifúndios e grandes empresas (exceção feita às experiências incipientes de manejo sustentável conduzidas por comunidades amazônidas) é 100% compatível com os pequenos produtores de todo o país, os batalhadores que a duras penas matam a fome do brasileiro.

        Grande abraço   

          1. Maravilha!

            Maravilha de notícia, Rui Daher.

            Para alguma coisa de boa nessa vida já terão valido meus limitados comentários nesse GGN. 

            Não sou ninguém, apenas um engenheiro florestal desvirtuado, já que as circunstâncias da vida, sobre as quais não cabe falar, me levaram por outros caminhos e paragens.

            Contudo, se me permite a sugestão, estarei enviando para o expediente do GGN o e-mail de uma grande figura, o doutor  em silvicultura tropical, PHD Robert Pritchard Miller. Apesar do nome, ele é brasileiro nato e gente finíssima, pedra noventa mesmo, conhecedor a fundo das questões florestais tropicais brasileiras.

            Com certeza, você gostará muito de o conhecer se tiver a oportunidade. Seguramente, se isso acontecer, vocês irão trocar grandes ideias, pois ele é um gerador e compartilhador nato de conhecimentos nobres, o que poderá contribuir para que suas pesquisas sobre temas florestais brasileiros ocorram de maneira mais rápida e facilitada. 

            Aqui nesse link, por exemplo, você encontrará a resenha de um dos livros (infelizmente constando como esgotado) publicado pela EMBRAPA, no qual ele atua como colaborador, juntamente com outros trinta autores:  “Sistemas Agroflorestais: bases científicas para o desenvolvimento sustentável.”

            Por sorte, no entanto, acabo de descobrir que este livro se encontra disponível para download gratuito aqui:

            https://www.researchgate.net/publication/289534112_Sistemas_Agroflorestais_Bases_Cientificas_para_o_Desenvolvimento_Sustentavel

            Axé!

  6. Lula livre
    Respeito sua opinião é votaria tranquilamente em Boulos no primeiro turno se Lula o ungir como o candidato em 2018.
    Após as eleições, seja qual for o resultado, Boulos sairá do PSOL, um partido tacanho da classe média moralista, o oposto de Boulos e do MTST.

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