PSDB – um partido que se revira, por Sergio Saraiva

A chegada de João Doria à presidência do que chama de “seu novo PSDB” provoca uma revolução no partido dos tucanos

PSDB – um partido que se revira, por Sergio Saraiva

A chegada de João Doria à presidência do que chama de “seu novo PSDB” provoca uma revolução no partido dos tucanos; que embora, como seja sua característica principal, pareça não sair do lugar – revira-se.

Algumas cenas da convecção do partido, realizada na sexta-feira de 31 de maio de 2019, que sagrou Doria representam como nada esse momento “revolucionário” do PSDB.

Geraldo Alckmin, ex-presidente da agremiação, ex-governador de São Paulo e ex-candidato derrotado à presidência da República, não compareceu à convenção – um assessor entregou um bilhete seu com a mensagem: “fui”. O que levou os convencionais a entender: “já era”.

Agora, em relação à ausência de Aécio Neves, ex-presidente da agremiação, ex-governador de Minas Gerais e ex-candidato derrotado à presidência da República, chegou mesmo a ser lida uma nota de pesar pelo seu falecimento. Informação logo em seguida desmentida, o que levou os convencionais a manter a nota de pesar.

Tasso Jereissati – antigo quadro partidário tucano, ex-presidente da agremiação e ex-governador do Ceará – compareceu à convenção e chegou até a discursar: “renovar não é só idade, é ideias. Cabeça nova, hábitos, comportamento político. Tem muita gente nova. Muita gente boa, que tem condições de levar o partido no seu rumo verdadeiro”. O que causou um silêncio compungido da plateia, já que o incompreensível de suas palavras foi tomado pelos convencionais como sinal de já alguma dificuldade em perceber a realidade. Mas Tasso foi rápida gentilmente retirado do palco, o que evitou maiores constrangimentos.

Na segunda-feira seguinte à convenção tucana – 03 de junho de 2019 – Alckmin anuncia no jornal Folha de São Paulo: está deixando a política.

O “novo PSDB” – com a retirada de Alckmin e com as recusas de Franco Montoro e Mario Covas em assumirem, ambos enviaram mensagens psicografadas alegando terem nomes e histórias a preservar, FHC deve mesmo vir a ocupar o posto alma penada do “novo PSDB” de João Doria.

José Serra manterá o cargo de Nosferatu emérito do partido.

Ainda quanto a Alckmin, sem espaço no partido e – ao contrário do que ocorreu com Bolsonaro em situação algo similar- sem ter podido se beneficiar da facada nas costas que lhe foi desferida por João Doria; aposentado e desiludido com a política, o ex-governador de São Paulo anunciou que se dedicará, a partir de agora, apenas à sua sorveteria em Pindamonhangaba – interior de São Paulo.

Que a terra lhe seja leve.

PS: Oficina de Concertos Gerais e Poesia – um olhar distorcido que permite ver os fatos como eles realmente são.

Redação

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