A expulsão da ex-senadora do PT

Do iG

Ex-senadora Serys Slhessarenko é expulsa do PT em Mato Grosso

Comissão de Ética da executiva regional entendeu que retaliação feita por senadora era infidelidade partidária 

A ex-senadora do PT, Serys Marli Slhessarenko, ficou incrédula com a decisão da Comissão de Ética da executiva regional que decidiu por recomendar sua expulsão. “Hoje sou uma cidadã comum sem poderes e filiada ao Partido”. A petista taxou a decisão de “um ato deslocado”.

A sentença teria ocorrido porque a Comissão entendeu que houve infidelidade partidária por parte da petista nas eleições de 2010. O parecer da comissão será votado pela executiva regional do partido composto por 47 membros.

Nas eleições de 2010, dois petistas brigaram publicamente. Serys defendia seu nome para concorrer à reeleição do Senado e o então deputado federal Carlos Abicalil dizia que o direito de disputar era seu. A decisão foi para uma prévia interna dos petistas. Ao ser derrotada, a então senadora acusou o deputado de traição e não incluiu o nome de Abicalil em seu material de propaganda. Os dois foram derrotados.

“Minha história não condiz com essa decisão. Afinal, são 23 anos de partido, 20 de mandatos sem nenhuma advertência”, afirma Serys. Embora afirme que não abrirá mão de permanecer no PT, Serys reconhece que será difícil reverter a situação. “Vou lutar com todas as possibilidades para permanecer no PT”, acrescentou.

O deputado federal Ságuas Moraes disse através de sua assessoria que trabalha pela unidade do partido. Para ele, a expulsão é uma pena muito severa. Ele disse que deve haver punição, mas que não precisa ser expulsão. A ex-senadora e o ex-deputado são de alas diferente dentro do PT. A maioria da Executiva está hoje sob o domínio de Abicalil.

Por Nilva de Souza

O Terror manifesta solidariedade a Serys Slhessarenko Que o PT expulse os corruptos e mantenha em seus quadros as pessoas de bem.

Do blog O Terror do Nordeste

‘Foi inquisitorial’, diz Serys, expulsa do PT 

Expulsa do PT sob a acusação de infidelidade partidária na eleição de 2010, a ex-senadora Serys Slhessarenko (MT) entrou nesta terça-feira com uma medida cautelar no Diretório Nacional do Partido pedindo a anulação do processo que resultou na punição.

O pedido de expulsão foi feito pelo grupo do ex-deputado Carlos Abicalil, que assumiu uma secretaria no Ministério da Educação, e aprovado na madrugada de segunda-feira por 4 votos a 2 na Comissão de Ética do PT. Agora, deve ser referendado pelo Diretório Estadual, onde Abicalil tem 60% dos votos.

Os dois romperam no ano passado, quando o então deputado federal resolveu disputar prévias para concorrer ao Senado no lugar de Serys.

Majoritário na máquina partidária, Abicalil venceu a prévia, mas o partido saiu dividido do episódio. Nem ele nem Serys, que concorreu a deputada federal, se elegeram.

O grupo de Abicalil pediu a expulsão de Serys alegando que ela fez campanha para o ex-procurador Pedro Taques (PDT), que não era da coligação e acabou sendo eleito.

Ela nega que tenha feito campanha para o adversário, diz que foi vítima de um “processo inquisitorial” e que vai recorrer para ficar no PT. “Eu não vou desistir. Vou usar todas as possibilidades para permanecer no meu partido”.

Leia a seguir trechos de entrevista concedida ao blog.

Como a sra. se sente com essa expulsão do PT?

Para quem fez tudo que eu fiz pelo PT, é muito duro.

A sra. chegou a conversar com a direção nacional do partido sobre esse processo?

Sim, conversei na época em que entraram com o processo com o [José Eduardo] Dutra. Ele ficou de interceder, mas acabou não vindo até aqui.

A que atribui a decisão?

Tenho mais de 20 anos de mandatos pelo PT, mas nunca me dediquei à luta partidária interna. Não quero o poder pelo poder, quero lutar por aquilo em que acredito.

O processo teve fraude?

Foi bastante comprometido. Tive um convite para ser candidata a vice-governadora e não aceitei. Também disse que não estaria no palanque de uma pessoa [Abicalil] que cometeu um ato arbitrário contra mim. Fiz campanha para o outro candidato da coligação, mas para ele realmente não fiz. Não há nenhuma prova de que eu tenha feito campanha para o candidato adversário.

Mas a sra. fez?

Isso eu não fiz, não existe essa prova. Eu desafio alguém que ache alguma campanha que eu fiz para o senador Pedro Taques. Disseram que meus filhos fizeram. Mas eles são adultos, bem sucedidos profissionalmente, com excelente formação, como, dentro da normalidade democrática, eu posso dirigir os votos dessas ‘crianças’?

A sra. enfrentou, na bancada do PT no Senado, momentos de crise do governo Lula, como as CPIs dos Correios e dos Bingos. Fez sacrifícios pelo partido? Se arrepende?

Fiz, fiz. Sou uma política esquisita, porque não espero recompensa. Não tenho aposentadoria parlamentar, não tenho cargos. Sou uma professora universitária. Me sacrifiquei em algumas questões, mas sempre acreditei que havia algo maior em jogo, que era a governabilidade.

Recebeu algum apoio do ex-presidente Lula ou da presidente Dilma Rousseff?

Ainda não. Tudo isso aconteceu na madrugada de domingo para segunda.

Pretende recorrer da decisão?

Eu não vou desistir. Vou usar de todas as possibilidades para permanecer no meu partido. Depois de 20 anos de mandatos e dedicação para construir o PT, acho extremamente injusto. Não cometi nenhum crime que justifique essa punição. Só a perseguição pessoal explica essa pena.

O julgamento foi inquisitorial. Não aceitaram minha defesa nem ouviram minhas testemunhas. Dizem que eu perdi o prazo de defesa, mas não recebi nenhuma intimação. O documento que eles mostram é um Sedex com a assinatura de uma pessoa que eu não sei quem é.

Tem alguma mágoa do PT?

Não. Isso é uma questão local, pessoal.

Luis Nassif

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