Bradesco fechou 2012 com lucro de R$ 11,38 bi

De O Globo

Lucro do Bradesco sobe 3,2% em 2012 a R$ 11,38 bilhões

  • Foi o quarto maior da história dos bancos, segundo a Economatica
  • Carteira de crédito da instituição cresceu 11,5%

RONALDO D’ERCOLE

SÃO PAULO – O Bradesco abriu a temporada de balanços dos bancos com lucro líquido de R$ 11,38 bilhões em 2012, uma alta de 3,2% sobre o ano anterior. Trata-se do quarto maior da história dos bancos no Brasil, segundo a consultoria Economatica, mas mostra uma desaceleração. Em 2010, o crescimento ante 2009 havia atingido impressionantes 25%, o que correspondeu a um lucro de R$ 10,02 bilhões. Em 2011, o resultado foi de R$ 11,028, uma alta de 10%.

O maior lucro da história foi registrado pelo Itaú Unibanco que, em 2011, divulgou R$ 13,83 bilhões. Já na segunda posição, está o lucro do Banco do Brasil com R$ 12,68 bilhões, no mesmo ano. O terceiro maior lucro é o Itaú Unibanco no ano de 2010 com R$ 11,70 bilhões. A consultoria lista os maiores lucros anuais nominalmente, sem ajuste pela inflação.

O baixo crescimento da economia e a persistência do elevado níveis da inadimplência restringiram o crescimento da operações de crédito do Bradesco em 2012, com impacto no lucro e na rentabilidade. A rentabilidade medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido recuou de 21%, em dezembro de 2011, para 19,2%.

— O ideal seria que ficássemos no patamar de 220%, mas a queda reflete o processo de redução das taxas de juros e dos spreads no país. É uma mudança de patamar, mas extremamente sustentável e em níveis elevados e apropriados ao custo do capital no país — disse o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.

O banco informou ainda um lucro líquido de R$ 2,893 bilhões no quarto trimestre de 2012, alta de 6,1% sobre igual período do ano anterior. Em bases recorrentes, o lucro ajustado do segundo maior banco privado do país foi de R$ 2,918 bilhões, 5,3% maior na relação anual e pouco abaixo da previsão média de analistas ouvidos pela Reuters, que apontava para lucro recorrente de US$ 2,95 bilhões.

Na ponta dos empréstimos, o Bradesco viu sua carteira total crescer 11,5%, fechando dezembro com saldo de R$ 385,5 bilhões. O desempenho está abaixo do crescimento entre 13% e 17% das últimas projeções do banco, que já haviam sido revistas para baixo ao longo de 2012. E levou o banco a novamente perder market share no mercado de crédito, em que os bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) foram novamente muito agressivos. Nos 12 meses até dezembro, a fatia do Bradesco no mercado de crédito brasileiro encolheu de 12% para 11,2%.

— Nosso crédito está adequado no seu crescimento, abaixo do que o mercado cresceu, cerca de 16,7% em 2012, mas tem adequação à multiplicidade do PIB no ano passado — disse Trabuco, em teleconferência.

Sobre o fato de o governo estar novamente pressionando os bancos privados a acelerarem as concessões de crédito como forma de empurrar os investimentos e a economia este ano, Trabuco ressaltou a importância do papel anticíclico que os bancos privados têm desempenhado nos últimos anos, mas disse que o Bradesco continuará dosando seus empréstimos às suas condições de capitação de recursos.

— Quando se compara banco público com privado tem que se levar em conta as estratégias, as condições de prazo e custos de captação de funding, que são diferentes — ressaltou. — Os bancos públicos fazem seu papel anticíclico, que é muito louvável, os privados têm limitações de custos e prazos para crescer de forma tão acelerada. Não tem nada a ver dizer que os bancos privados colocaram o pé no freio por causa da inadimplêencia.

As projeções do Bradesco para a ampliação de crédito variam de 13% a 15%, conservadoras se comparadas à década passada, quando cresciam acima de 20%.

A área de seguros, previdência e capitalização do Bradesco foi responsável por 31,1% do lucro líquido ajustado do banco no ano passado. Essas operações tiveram lucro anual de R$ 3,587 bilhões, com crescimento de 12,1% em relação a 2011. Para este ano, a previsão do Bradesco é de que os prêmios de seguros aumentem entre 12% e 15%.

O crescimento menor refletiu a combinação de baixa atividade econômica do Brasil e elevação dos calotes, o que levou os bancos do país a serem mais prudentes na concessão de crédito. O índice de inadimplência do Bradesco, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias em relação à carteira total, ficou em 4,1%, estável na base sequencial, mas 0,2 ponto percentual maior que no final de 2011.

Luis Nassif

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