Museu do Ipiranga ficará fechado por 9 anos


Sugerido por Marco St.

Do Jornal do Campus, da USP

Museu Paulista permanecerá nove anos fechado

Reformas ainda sem data para começar visam acessibilidade para seus visitantes e melhorias na condição estrutural do edifício histórico

O Museu Paulista da USP, mais conhecido como Museu do Ipiranga, foi fechado às pressas no dia 03 de agosto para a realização de reformas estruturais e só deve ser reaberto para visitação em 2022, informa a diretora do local, Sheila Walbe Ornstein.

De acordo com o comunicado oficial, assinado pela diretoria da instituição, “é necessário e comum que museus instalados em prédios históricos fechem parcial ou totalmente para restauros e modernizações”.

O fechamento do Museu Paulista é necessário para, de um lado, “facilitar diagnósticos, projetos, licitações e intervenções; e, de outro, para garantir a incolumidade dos visitantes e servidores, bem como a proteção física do acervo”. Entretanto, segundo a assessoria de imprensa do museu, a ideia inicial era de que num primeiro momento apenas a fachada fosse reformada. O local só seria fechado posteriormente.

A responsável pela interdição imediata teria sido uma vistoria técnica que aconteceu na sexta-feira que a antecedeu. Sheila afirmou que estes “últimos diagnósticos indicaram alguns desplacamentos de forros decorrentes de infiltrações de águas de chuvas”. “O Museu necessita de restauro de fachadas, forros, coberturas e clarabóias, implementação de acessibilidade a pessoas com deficiência e modernização de toda a sua infraestrutura como instalações elétricas, segurança contra incêndio, instalações hidráulicas, coletores de águas pluviais  e assim por diante”, informou a diretora.

Apesar do fechamento imediato, as reformas não devem começar tão cedo. De acordo com Sheila elas “somente poderão ser realizadas depois de finalizados os serviços de diagnósticos e os projetos que irão nortear todas as ações em termos das boas práticas de restauro”. Ela afirmou também que após finalizados, esse projetos e diagnósticos devem ser submetidos aos Órgãos do Patrimônio, como o CONDEPHAAT e IPHAN, e que somente depois de aprovados, poderão ser licitados.

Como não existe uma certeza de quando as reformas começarão, a reabertura do museu ainda não possui uma data definida. Ao ser questionada sobre a previsão média sobre quando as atividades do museu serão reiniciadas, a diretora voltou a falar dessas etapas que precedem a reforma e afirmou que eles trabalharão com a meta do bicentenário, em 2022.

Também ainda não houve acerto sobre qual será o destino das obras de arte enquanto o Museu estiver fechado. “Estamos estudando as alternativas de deslocamento do acervo dentro do próprio edifício e também a possibilidade de aluguel de imóveis”, afirmou Sheila. Segundo ela, a USP está “tomando as providências cabíveis” para evitar danos ao patrimônio da instituição.

Segundo a diretora do Museu Paulista, as últimas vistorias antes da que antecedeu o fechamento foram realizadas no mês de julho. A interdição, originalmente, não tinha data para ocorrer, mas, nas últimas semanas, “foi constatada uma maior aceleração de queda de desempenho de alguns elementos construtivos”, como no caso de alguns forros. Dessa forma, a antecipação foi preventiva, “o que permitirá evitar os impactos negativos no sistema construtivo do uso intenso comum neste período”.

O Museu do Ipiranga, com um movimento diário de 3 mil pessoas, é um dos mais visitados de São Paulo e possui um acervo de 150 mil peças, entre mobiliário, roupas e lembranças da família imperial, quadros, itens de iconografia em geral, fotos e documentos. Uma de suas obras mais conhecidas é o quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo.

Orçamento

De acordo com a assessoria de imprensa do Museu Paulista, o valor destinado para as reformas é de 21 milhões de reais. Entretanto essa instituição não é a única na USP a demandar um grande investimento para manutenção e adaptação. O Museu de Arte Contemporânea (MAC), por exemplo, também recebeu grandes somas recentemente para a construção de uma nova sede, próxima ao parque Ibirapuera, que, contando com reforma em toda a estrutura e construção de dois edifícios anexos, custou 76 milhões de reais.

Além disso, a USP prevê um gasto de 100 milhões de reais com a construção de um complexo de três edifícios e uma passarela suspensa chamado Praça dos Museus. A ideia é que o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), o Museu de Zoologia e um espaço para exposições de ciência fiquem abrigados nos novos prédios, localizados perto da Portaria 3 da Cidade Universitária.

A previsão inicial era de que a Praça dos Museus ficasse pronta em 2013, para coincidir com o último ano de mandato do atual reitor da Universidade, João Grandino Rodas. Entretanto, o projeto já é antigo: foi idealizado ainda nos anos 1990, mas só obteve permissão judicial para ser executado recentemente.

Luis Nassif

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