O especialista, o debate, o saber e a democracia

Por nilccemar

O saber do especialista deve ser respeitado. Foi outorgado e oficializado pelas instituições próprias, as acadêmicas. Mas, ser respeitado não significa, necessaria e imediatamente,  ser acatado. Uma, porque sabemos como funcionam as instituições outorgantes, as academias. Sabe-se que a produção do saber não é, necessariamente, neutra. Ao contrário, tem orientações políticas. Se as pesquisas são financiadas, pelos financiadores, se por instituições públicas, por interesses políticos. Portanto, o saber do especialista, embora tenha que ser respeitado, não pode ser SOBERANO. O saber qualificado tem que, necessariamente, ser considerado do debate do seu tema. O especialista tem que ser ouvido, e sua posição não pode ser descartada sem contra-argumentação que anule, de maneira inquestionável, seu parecer, ele é um perito no assunto. Mesmo assim, o saber do especialista tem que ser confrontado, socialmente, com outros saberes. E não só, com outros saberes, muitas vezes com outro quereres. Toda ciência é política, e para atender a todos tem que ser democrática. A exposição do especialista ao debate é o que destrói os embustes do raciocínio, como sofismas e outros embananamentos, de que o especialista desonesto pode se utilizar, com o poder que a academia lhe confere, para objetivos excusos.

Luis Nassif

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