Obama sabia de ação da receita, diz funcionário do Tesouro

Do Opera Mundi

Obama sabia de ação da receita contra grupos opositores durante eleição

Revelação foi feita por funcionário do Tesouro e aumenta pressão de republicanos sobre governo

18/05/2013 – 10h14 | Redação (*) | São Paulo

Apesar de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter afirmado que “não sabia” de uma investigação da IRS (Receita Federal norte-americana) contra grupos de oposição republicana como o “Tea Party” em plena campanha eleitoral no ano passado, o inspetor-geral do Departamento do Tesouro para a administração de impostos, J. Russell George, desmentiu o chefe de Estado na noite desta sexta-feira (17/05), na primeira audiência no Congresso que investiga o caso.

Segundo ele, o governo Obama foi informado da investigação em junho do ano passado (a cinco meses da eleição presidencial), e não divulgou a informação. No entanto, ele não teve ciência dos resultados, nas palavras do inspetor. Ele disse ter informado o secretário-adjunto do Tesouro, Neal Wolin, sobre a investigação, mas não sobre seus resultados. Wolin, número dois do Tesouro nomeado por Obama, deverá testemunhar na próxima semana no Congresso.

As novas revelações do escândalo são mais um revés para Obama, que também tem de responder pela revelação de que o Departamento de Defesa do país monitorou escutas de jornalistas da Agência de notícias Associated Press.

O presidente já recriminou a ação da IRS, mas a pressão dos republicanos deverá aumentar, tentando provar que integrantes de alto escalão do governo sabiam dos esforços para prejudicar o Tea Party e outros grupos conservadores, que estavam solicitando isenção de impostos.

No escândalo, se discute também as perguntas feitas para essas organizações. Em Iowa, por exemplo, um grupo contrário ao aborto foi solicitado a detalhar “o conteúdo de suas orações”. Já em Ohio, a Receita levou apenas 34 dias para processar as informações da fundação Barack H. Obama, enquanto a documentação de grupos conservadores ficou retida por mais de um ano.

Steven Miller, o diretor do IRS que anunciou sua renúncia durante a semana, também prestou esclarecimentos aos parlamentares. Admitiu que as ações de sua agência como “irritantes”, mas declarou ao comitê que a motivação não era “partidária”. “Eu acho que o que aconteceu foram erros bobos cometidos por pessoas que tentavam fazer seu trabalho de modo mais eficiente”, disse Miller, se recusando a citar nomes.

Disse ainda que o IRS teve problemas para analisar 70.000 solicitações de isenção de impostos recebidas nos últimos anos, e pediu recursos para que mais analistas sejam contratados. Em resposta, vários republicanos disseram que o Fisco deveria ter seu poder reduzido.

Pressionado, Obama disse na quinta-feira (16) que os envolvidos no escândalo devem ser responsabilizados e que o substituto de Miller, Danny Werfel, faça uma “revisão completa” das atividades do órgão, lhe enviando um relatório em 30 dias. Ele terá de informar as medidas adotadas para responsabilizar os envolvidos no escândalo e corrigir o que os representantes do governo têm procurado qualificar como “falhas”.

(*) com informações do jornal The New York Times e da agência de notícias Reuters

Luis Nassif

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