Sobre o cigarro, o álcool, as drogas e a tragédia no RS

Por maria rodrigues

No Brasil fizeram uma onda brava contra fumantes. Quem fuma está sendo até humilhado pelos não fumantes e ex-fumantes – este ainda mais agressivos. Tudo é válido quando autoridades promovem propagandas contra os vícios, sobretudo se parte significativa da sociedade está a favor. E nem é preciso dizer os males que provocam o tabaco em quem dele faz uso, ou nos fumantes passivos. Longa história para se explicar isso.

Mas, queria saber se entre o cigarro e o álcool qual dos dois faz mais estrago a uma sociedade. Se disserem que ambos fazem mal do mesmo jeito, então por que vemos tantas propagandas de cerveja nas televisões, muitas delas por pessoas que até dizem detestarem bebida, como Ivete Sangalo, ou por um viciado inveterado como Zeca Padodinho, gente boa, mas que dá um péssimo exemplo quando não consegue aparecer um minuto sem um copo cheio. Ele quebra as regras de um programa, como o do Faustão, cantando e bebendo. Deve avisar, de antemão, que sem bebida ele não aceita o convite. E tem também a propaganda de cachaça, geralmente Pitu, como vi há pouco no Carnatal, em Natal. São autdors enormes com aquela garrafona de cachaça, estimulando os cachaceiros, os pobres viciados, e a juventude, que ainda está só experimentando pra depois se sentir um desgraçado como tantos.

E o que dizer do fato, incontestável, de que o craque chegou primeiro em São Paulo. Nos outros estados da Federação ninguém via craque. Dizem que os traficantes de drogas do RJ, por exemplo, não aceitavam a venda do produto por ser barato. Ficando apenas aí, a pergunta é: por que os governos de são Paulo permitiram chegar a ser protagonista de uma cracolãndia? Por que nada se fez no nascedouro contra essa praga hoje alastrada Brasil afora?

Agora eu toco numa ferida que está escancarada em razão dessa tragédia de Santa Maria/RS. 

Como explicar tanta criança, jovenzinhos, todos participando de uma boite, numa festa sem hora pra acabar. A desgraça mesmo começou por volta das duas e meia da manhã. Desde quando pessoas de menor idade podem permanecer madrugada afora em ambientes onde corre bebida alcóolica, talvez drogas pesadas, e tanto mais que não cabe, em absoluto, para gente pequena. 

A tragédia aconteceria com ou sem cianças e jovenzinhos, claro. Apenas queria saber se não existe mais limite de idade para menores frequentarem baladas noturnas.

O que aconteceu nessa boate em Santa Maria foi a coisa mais irresponsável sob todos os aspectos. As paredes são verdadeira muralhas, daí nem terem sido atingidas pelo fogo. antes tivessem, porque alguma brecha teria sido aberta e daria para amenizar a miséria toda. E que coisa mais esdrúxula num ambiente fechado alguém acender um objeto capaz de provocar incêndio. Aí, tem que diga que isso sempre aconteceu. Ou seja, acontecia com frequência uma coisa criminosa porque não há fiscalização nesses ambientes? 

Não interessa mais saber se alvará tava vencido ou não. Interessa saber é até onde essas casas de show vão continuar sendo abertas sem a menor fiscalização do poder público.

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