Empresa de SE cria produto único no mercado de P&G

Empresa ousa e conquista mercado dominado por multinacionais na área de gás e petróleo

Por Lilian Milena
Sala Petrobras – Do Brasilianas.org 

Empresa sergipana cria produto inovador para o setor de petróleo e gás. Nascida em 1994, a Sigmarhoh desenvolveu um elastômero resistente a todo o tipo de fluido de perfuração, facilitando a exploração e produção no setor.

O elastômero é um tipo de material flexível utilizado nos componentes de vedação dos equipamentos de perfuração da indústria de petroleo onshore, ou seja, para a exploração de gás e petróleo em terra. Antes da inovação, eram necessários três modelos de elastômero, um para cada fase do processo de perfuração.

O diretor da empresa, Sandro Cesar Tojal Nunes, conta que o desenvolvimento do produto partiu da ideia de criar um elastômero que pudesse concorrer com a principal fornecedora desse equipamento no Brasil, a NOV (NationalOilwellVarco), que ofertava um tipo de elastômero para cada tipo de fluído de perfuração. Como ela tinha tradição nesse mercado, nosso material precisaria ser mais eficiente do que o dela”, explicou. 

Segundo Nunes, o produto da Sigmarhoh apresentou melhor desempenho, com aumento de 20% a 30% da vida útil em comparação com os materiais tradicionalmente fabricados. Em junho de 2011, o caso da Sigmarhoh foi destaque entre as atrações apresentadas durante a conferência de inovação e tecnologia realizada pela Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras), pela prestação de serviços de testes de formação e avaliações de poços de petróleo, que antes eram realizados exclusivamente por empresas estrangeiras como a Halliburton e a Schlumberger.

O elastômero também é uma das 11 soluções de mercado induzidas pelo programa de parceria entre o Sebrae e Petrobras Rede PetroGás Sergipe. 

Redes Petro

A coordenadora Nacional de Carteira de Petróleo, Gás e Energia do Sebrae, Eliane Borges, explica que o convênio com a Petrobras foi selado em 2004. O objetivo do programa era inserir de forma competitiva micro e pequenas empresas na cadeia produtiva de petróleo, gás e energia. 

A Petrobras e o Sebrae apoiam 18 redes de empresas do setor de petróleo e gás em 15 estados, articuladas para atender as demandas de empresas-âncoras (clique aqui). A primeira rede a ser trabalhada pelo convênio foi a de Sergipe, que contribuiu com o projeto de vedações especiais da Sigmarhoh. Eliane conta que no primeiro workshop realizado no estado apareceram mais de 100 demandas tecnológicas das grandes empresas que poderiam ser atendidas com a participação de micro e pequenas empresas. 

“Fizemos uma triagem e sobraram cerca de 60 tecnologias. Dessas, 11 foram viabilizadas pela Rede PetroGás Sergipe”, ou seja, 11 demandas das grandes empresas foram supridas por tecnologias ou processos inovadores desenvolvidos por micro e pequenas empresas, dentre elas as Sigmarhoh com o seu elastômero. 

“A empresa [Sigmarhoh] começou aprimorando elastômeros que já existiam no mercado e no final acabou desenvolvendo um produto que serve para qualquer tipo de lama. Isso não existe no mundo”, completa Eliane. 

Nunes conta que conheceu a Rede PetroGás Sergipe em 2005. “Com as ações do Sebrae e Petrobras conseguimos crescer três anos em um”, avalia. Foi através desse convênio, completa, que a Sigmarhoh implantou certificados de qualidade e ampliou seu contato com outras empresas através de feiras nacionais e internacionais. 

O elastômero da Sigmarhoh foi desenvolvido em um ano, com o investimento de 100 mil reais, “entre pesquisas, máquinas, equipamentos, matéria-prima, testes de campo e mídia publicitária”, disse Nunes. 

No início contrataram o estudante Thiago Fontes, do curso de Química Industrial da Universidade Federal de Sergipe, na época como estagiário. Depois de formado, Fontes foi encaminhado para maior centro de estudos em borracha do país, o Cetepo (Centro Tecnológico de Polímeros), localizado na cidade de São Leopoldo no Rio grande do Sul.

“Quando ele voltou, montamos uma mini-célula de produção de elastômero e conseguimos o resultado de desempenho melhor que o próprio produto importado. O ponto alto não foi ver que o elastômero foi resistente aos três tipos de lama, mas sim ter um desempenho operacional superior aos demais produtos do mercado”, lembrou Nunes. 


Fonte: Reprodução

Luis Nassif

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