Interiorização do Desenvolvimento II

Modelos de desenvolvimento regional devem priorizar visão sistêmica

Por Bruno de Pierro
Do Brasilianas.org 

Necessidade de convergência setorial e ampliação dos conhecimentos sobre novos consumidores marcam 2º painel do Fórum.

Os novos pólos do desenvolvimento regional e as políticas que promovem a integração deles guiaram o bloco de discussão do segundo painel do 02º Fórum de Debates Brasilianas.org sobre interiorização do Desenvolvimento, ontem (15). No encontro entre a assessora da presidência do BNDES, Helenas Lastres, e o sócio-diretor da Data Popular, Renato Meirelles, temas centrais receberam foco, tais como a visão sistêmica que deve ser lançada sobre o desenvolvimento regional e a importância de se conhecer o perfil das classes C e D, cujo crescimento é determinante no novo cenário econômico nacional.

Em sua apresentação, Lastres destacou a necessidade de articulação entre as institucionalidades representativas e capazes de implementar pactos de desenvolvimento territorial. Segundo ela, o BNDES busca conduzir políticas orientadas por uma visão estratégica de longo prazo, transetoriais, multiescalares, sistêmicas e coordenadas, que valorizem o pacto federativo, com soluções identificadas localmente.

NaesNa esteira da integração de conhecimentos complexos está o amplo arsenal de informações sobre as classes C e D trazidos por Meirelles. O diretor da Data Popular considera essencial entender os novos padrões de consumo, não mais regidos pelas classes A e B, e acredita que o Brasil só não quebrou durante a última crise mundial, pois foi amparado basicamente pelo mercado interno.

“A nova classe média está presente em todo o país com participações diferentes, estágios de desenvolvimento diferentes no país, logo a política de desenvolvimento regional tem que contemplar essa diferença”, explicou Meirelles, que ainda expôs vários dados que justificaram o poder de compra e de transformação da nova classe C no país.

De acordo com Lastres, os esforços agora devem caminhar no sentido de colocar o desenvolvimento regional como parte essencial da estratégia nacional, superando a armadilha da dissociação entre diferentes objetivos e escalas do desenvolvimento.

Há, portanto, uma urgência em desenvolver formas e indicadores de coordenação e de avaliação de projetos e empresas que contemplem a responsabilidade socioambiental, a capacidade produtiva e inovativa e o compromisso com o desenvolvimento regional e territorial. E, segundo Meirelles, parte desse sistema de integração tem ligação com as novas formas de inserção da classe C no consumo, o que interfere no modo de organização das empresas diante de uma nova sociedade. 

Luis Nassif

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