NÃO VEJO O DIVISIONISMO DAS “ESQUERDAS” COMO UM BOM CAMINHO

Sempre persisti em lutar por manter o Partido dos Trabalhadores, que ajudei a fundar, construir e avançar, em sua trajetória de um partido de (das) massas, socialista democrático, como uma alternativa aos partidos da democracia burguesa. Quando saí do “velho” PCBÃO (tem momentos que penso em retornar) para ajudar a fundar o PT foi pelo motivo de perceber que os cenários e a conjuntura, da complexa sociedade brasileira, em especial as percepções da classe operária, campesina e média, não proporcionavam um horizonte revolucionário próximo, e daí fiz as contas da expectativa de vida humana, pensei no saudoso “Betinho” (“quem tem fome tem pressa”) e em outros companheiros que tombaram nas veredas da luta socialista, dos que se frustraram com o “radicalismo” e principalmente por reconhecer a organização e “inteligência” da burguesia brasileira (uma das mais organizadas e conservadoras elites do mundo), e fui para o campo “reformista” moderado a La Antonio Gramsci, na perspectiva de “rachar” o poder burguês e possibilitar a inclusão de muitos, que vivem na iniquidade deste país. O fato é que muitos companheiros não se conformaram com essa estratégia, e aos poucos foram saindo do PT, esse movimento migratório partidário não é novo, como foi o caso da Convergência Socialista, que em parte formou o PSTU, teve o caso Beth Mendes, e tantas outras debandadas ou defenestrações, ainda para serem mais bem esclarecidas por ambas às partes, e todo um crescimento de divergências internas no PT que foi transformando o partido em uma “Frente Polimorfo Nuclear” a cada dia mais de centro-esquerda. Concordo que o que majoritariamente vemos hoje é um “Lulismo” crescente, que quando fundamos o PT combatíamos (lembremos-nos do Malufismo, do Brizolismo, do Getulismo…), e um partido que cada vez mais, seja pelo pragmatismo, ou pelo utilitarismo, e mesmo pela contaminação neoliberal, pela convivência proximal com a burguesia (as alianças indiscriminadas têm sido o maior mal do PT canceroso de hoje), se torna um “híbrido” do que foi no passado até antes da chegada do operário Luiz Inácio à presidência da república. Apesar disso sou um insistente e resistente (cristão, franciscano, socialista) e não vejo na alternativa sísmica da ruptura a saída, não acredito na proliferação de partidos de “esquerda” democrática análogos ao PT, que iniciam com belos discursos e pouca ou nenhuma eficácia revolucionária na retomada da luta de classes e enfrentamento efetivo com o capital. Se for para seguir disputando às eleições democrático-burguesas fico no PT travando o “bom combate” interno, não que seja masoquista, ou reserva ético-moral de alguma coisa, longe da arrogância e prepotência dos “herodianos e doutores da lei”, (“E a cachoeira do bicheiro Carlinhos encharca a República e suas vestais de nomes gregos ou não. E lá vem a CPI para dar holofote aos que pregarão moral, justiça e ética. Quem estará entre os membros da CPI? Elle, ninguém menos que Fernando Collor de Mello. Folha de São Paulo, 21/04/2012”), mas por entender que a nada leva o divisionismo em nosso território popular democrático, mas somente ao maior fortalecimento da própria burguesia, eis a contradição maior, parece até esquizofrenia, talvez até o seja, mas PSOL, PSTU, PCO,…, e alguns outros companheiros que saíram de nossas fileiras, a mim me parecem engrossar as vozes mais contra os que entre nós desgraçadamente se degeneram que contra a própria degeneração que é o Sistema Capitalista, perdem “munição” nessas intermináveis disputas intestinas deixando passar precioso tempo de nossas existências na consolidação de forças e constituição de acúmulo ideológico real que leve a cenários e conjuntura mais propícia a batalha que se tem que travar com as elites burguesas objetivando a construção de outro modelo de sociedade de bem-estar social e promotora de qualidade de vida e sustentabilidade para todos que coabitam neste país e neste planeta. Que sociedade será essa? Bem, isso já dará em outras reflexões e bons debates.  

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