Novo presidente paraguaio busca reatar com Brasil e Argentin

O novo presidente paraguaio, Horacio Cartes, começou a destravar as relações bilaterais com Brasil e a Argentina, destino de cerca de 80% das exportações industriais do país. Cartes agradeceu publicamente em seu discurso de posse a Dilma Rousseff e Cristina Kirchner por “suas recentes iniciativas para construir relações prósperas e positivas” e disse estar disposto a manter a participação do país no Mercosul. Mas, na prática, deve se manter fora do bloco até o final do ano, quando a Venezuela passar a presidência para a Argentina.

 

O Paraguai foi suspenso do Mercosul no ano passado, depois da destituição do então presidente, Fernando Lugo. Em seguida, os presidentes do Brasil, Argentina e Uruguai aprovaram a entrada da Venezuela como membro pleno do bloco, medida que vinha sendo obstruída pelo Congresso paraguaio. Cristina esteve à frente da operação dentro do Mercosul, já que a Argentina estava na presidência pro tempore. Dilma atuou para isolar o Paraguai internacionalmente, junto a países como Chile, Colômbia e México.

 

Dilma foi recebida por Cartes na noite de quarta-feira, em sua residência particular. A cerca de cinco quilômetros do local, o presidente Federico Franco promovia um jantar de gala para chefes de Estado com a presença de apenas dois governantes, o presidente de Taiwan, Ma Ying Jeou, e o do Chile, Sebastián Piñera.

 

Ao sair do encontro, Dilma disse que Cartes “vai propiciar um salto qualitativo”. Destacou que o novo presidente paraguaio irá participar da reunião da Unasul, no Suriname, dentro de 15 dias, e acenou com ajuda financeira ao país, citando a importância do Focem, um fundo de investimentos do Mercosul, para o financiamento da linha de transmissão que interliga a usina de Itaipu com a área industrial da região metropolitana de Assunção.

 

A linha está viabilizando, entre outros investimentos, a instalação de uma fábrica de cimento da Intercement, controlada pela holding brasileira Camargo Correa. A presidente argentina se ateve em público ao simbolismo: prometeu devolver ao Paraguai pertences do antigo presidente Francisco Solano López, que comandou o país durante a guerra da Tríplice Aliança, entre 1864 e 1870, que terminou com a morte do paraguaio.

Dilma voltou a Brasília logo após uma solenidade em homenagem a Cartes na catedral de Assunção e sequer participou da sessão de cumprimentos formais.

Redação

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