O 7º Fórum Brasilianas.org – 4

Apex: “Internacionalização amadurece mercado nacional”

Por Lilian Milena
Do Brasilianas.org 

A internacionalização de uma empresa começa com a exportação de seus produtos. Nesse momento, o empresário passa a ter uma visão critica mais estruturada do mercado internacional e a se preocupar mais com a qualidade dos seus produtos, caso contrário, perde competitividade.

Sérgio Costa, gerente de Negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), simplificou dessa forma a importância da internacionalização de cias nacionais durante o 7º Fórum de Debates Brasilianas.org – Multinacionais Brasileiras.

CostCosta destacou que o crescimento da internacionalização fortalece a imagem do país, sendo importante para melhorar a competitividade das mesmas internamente para não correrem risco de serem atropeladas por produtos internacionais com melhor e maior valor agregado.

Das mais de 10.600 empresas apoiadas hoje pela Apex, 70% são de porte pequeno e médio. A parceria com companhias maiores, como Petrobras, Odebrecht ou Vale, facilita a inserção das pequenas em novos mercados. Costa completa que, para consolidar a participação no mercado externo, o empresário deve priorizar que entre 30% e 35% dos seus ganhos líquidos sejam oriundos de exportações.

Segundo o porta-voz da Apex, ouve melhora consistente das condições de internacionalização das empresas brasileiras a partir de 2004, com a mudança do padrão de crescimento do PIB nacional, crescimento do consumo das famílias e aumento de investimentos externos.

Com isso, as indústrias começaram a investir no aumento da capacidade instalada para atender o aumento da demanda interna. No mesmo período, ouve valorização do Real frente o dólar americano na ordem de 42,5% – o dólar valorizado facilita a aquisição de ativos no exterior.

Cenário é ideal para a internacionalização

Esse cenário, que perdura até o momento, segundo Costa, é ideal para que as empresas nacionais se internacionalizem. Os investimentos brasileiros anunciados no exterior, entre 2003 e 2010, somam US$ 53,2 bilhões, sendo 50,3% desse valor investidos na América Latina e Caribe. Os principais setores que alocaram recursos na região foram: metais (24%), plásticos (19%), carvão, óleo e gás natural (17%), químicos (17%) e energia (11%). E as principais empresas, Braskem, Petrobras, Gerdau, Votorantim, Eletrobras, EBX Group e Vale.

África recebeu 17,1% do montante, contra 12,8% da Ásia, 8,8% da Europa, 5,7% do Oriente Médio e 5,4% da América do Norte.

Os investimentos brasileiros, no período 2003-2010, acumulados em países africanos foram de US$ 8,8 bilhões. “A existência enorme de recursos naturais a serem explorados nesses países, estão atraindo multinacionais”, explica Costa.

Na Ásia, o Brasil acumulou investimentos na ordem de US$ 6,5 bilhões. E na Europa de US$ 4,5 bilhões. “É importante destacar que o bloco [europeu] é bem fechado. Nesse caso há uma diversificação maior das empresas brasileiras que entraram nesse mercado”, completa Costa.

O setor químico é o que aparece com melhor participação, de 22% de todos os recursos investidos, seguido de metais (13%), energia (12%), automotivo (10%), óleo/carvão e gás natural (8%), farmacêutico (8%), alimentos (6%), serviços financieros (6%), aeroespacial (5%) e construção (2%).

As principais companhias que mais investiram na Europa, entre 2003 e 2010, foram Sondotécnica (responsável por 22% dos investimentos brasileiros nessa região), seguida da Petrobras, Marcopolo, CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Sigma Pharma e Embraer.

Os investimentos acumulados no Oriente Médio foram da ordem de US$ 2,9 bilhões – 78% correspondentes ao setor de metais e 18% carvão/óleo e gás natural. Nos Estados Unidos as multinacionais brasileiras investiram US$ 2,8 bilhões, com destaque para Petrobras, JBS, Grupo Votorantim, Santana, Fogo de Chão e Vivenda do Camarão. 

Luis Nassif

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