Por obra do acaso

Instado pela postagem “A fórmula Veja de Jornalismo“, por Henrique, o Outro, no blog do Nassif, fui pesquisar no Google – sim! Porque sempre me sinto intimado a ir mais fundo, até mesmo para absorver melhor a informação. O autor do artigo cita o livro “O andar do bêbado”, do físico norte americano Leonard Mlodinow, argumentando ser dessa obra que a Veja extraiu a sua fórmula de jornalismo de esgoto. Cliquei no primeiro link do Google e, não por obra do acaso, caí exatamente numa página da revista Veja que resenha o tal livro. O título da resenha, que li empolgado, confirma a tese de Henrique: “Por obra do acaso”.  Num trecho do livro, publicado na própria Veja, Mlodinow cita: 

“O filósofo e matemático britânico Bertrand Russell escreveu: Todos começamos com o “realismo ingênuo”, isto é, a doutrina de que as coisas são aquilo que parecem ser. Achamos que a grama é verde, que as pedras são duras e que a neve é fria. Mas a física nos assegura que o verdejar da grama, a dureza das pedras e a frieza da neve não são o verdejar da grama, a dureza das pedras e a frieza da neve que conhecemos em nossa experiência própria, e sim algo muito diferente.”

Vemos o mundo de acordo com os mitos que conhecemos. Está, por exemplo, na rede neural de grande parcela da sociedade brasileira a imagem milhões de vezes processada através da insistência e repetição da velha mídia, que a corrupção é prerrogativa dos políticos, mais propriamente, da esquerda que ascendeu ao poder com o intuito apenas de roubar o erário público. Não por obra do acaso, a revista Veja é a que mais repete este jargão e lança, todas as semanas, a pauta para o resto da mídia atrelada no trem do golpe político que já derrubou cinco ministros de Estado e tenta derrubar mais um, Orlando Silva, dos Esportes, com denúncias cujas provas jamais aparecem, batendo na mesma tecla da corrupção que assola onde houver alguem do PT e do PC do B. 

Como afirma a tese de Mlodnow, as estatísticas não servem de base para o acerto de nenhuma previsão. Então, como num jogo de roleta, a Veja e o carrocel da mídia golpista usa dados em que todos os lados tem a mesma face. Mesmo assim, o fracasso e o sucesso do jogo estão sujeitos a forças que nenhum indivíduo ou sistema consegue controlar.

Não por obra do acaso. 

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Redação

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