Por que o cagão do Dunga fez-me lembrar o nojo de Ulisses Guimarães

Há alguns dias o colega Alex, alí no blog do Nassif, convidava-nos a um boicote à Globo (salvo outra coisa, dada a minha memória) e citava o apoio do torcedor brasileiro ao técnico Dunga no entrevero com um jornalista, seu xará Escobar; comprovado por uma pesquisa da  UOL onde 13 mil visitantes deram tal opoio numa vitória acachapante em relação aos contrários.

Ponderei, 13 mil almas são uma pálida representação da torcida brasileira.

Eu, por exemplo, nem soube da tal pesquisa UOL, porém, se fosse votar, estaria com os 10% que não estão com nenhum dos dois, Globo ou Dunga, ou melhor, que estou contra os dois. Não tenho nada a favor da hegemonia da Globo e um bocado contra. Ela só tem servido para estabelecer falsos consensos e buscar a padronização da população em favor do domínio do  pequeno grupo de sempre. Tema longo, sobre o qual palpitaria com gosto, mas não neste momento.

Já em relação a Dunga, na minha opinião, tratasse de um temporão filhote da ditadura. E a essa, como nos ensinou Ulisses Guimarães, devemos ter horror e nojo.

Que idade teria o nosso Alex? Não o conheço, então imagino-o jovem. Se tem menos de 40 é provável que não tenha entendido a afirmação sobre a descendência ditatorial do Dunga ou, com certeza e felizmente, não teve a vivência do que ela representa.

O Dunga humano é, ao meu ver, apenas um homem frágil por incapaz de trabalhar suas perdas e que guarda mágoas no freezer. Não é capaz de entender a idéia de ter uma missão e por ela trabalhar – o homem que tem uma missão já tem sua recompensa, diria um Nietzsche torto. Assim, Dunga necessita ter um inimigo imaginário a quem atacar para obter uma razão de vida. Ter um inimigo imaginário, ainda mais, é  útil, pois pode-se culpá-lo por todos os nossos fracassos. E, inimigos imaginários não contra-atacam.

Até aí, apenas mais um caso de psicopatia social. Um caso que se tornou público, mas que é muito comum. Em qualquer empresa, condomínio, família, repartição ou redação eles estão.

Ocorre que a personagem Dunga nos remeter a um passado do qual devemos ter  horror e nojo.  Não creio que o próprio Carlos Caetano Bledorn Verri (o Dunga) tenha noção disso, mas lá está o mesmo ufanismo setentista da ditadura, o mesmo ódio às opiniões diferentes, a mesma tentativa de transforma-las em crime de lesa-pátria. O mesmo bater no peito, o mesmo dedo na cara, o mesmo desrespeito ao diferente. A mesma tentativa de estabelecer relações castrenses à vida civíl. Assisto as falas de Dunga e lá estão a mesma “patria de chuteiras” e seus guerreiros. O mesmo machismo brahameiro broxa e broxante.

Não, chega, já vivi tudo isso antes. A tudo isso meu horror e nojo.

Dunga é um filhote da ditadura e a Globo a “venus platinada” dessa mesma ditadura.

Alex, nos inclua fora dessa.

Redação

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