Ministro da Justiça determina PF investigar morte de sem-terra no Paraná

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

 

(function(d, s, id) { var js, fjs = d.getElementsByTagName(s)[0]; if (d.getElementById(id)) return; js = d.createElement(s); js.id = id; js.src = “//connect.facebook.net/pt_BR/sdk.js#xfbml=1&version=v2.3”; fjs.parentNode.insertBefore(js, fjs);}(document, ‘script’, ‘facebook-jssdk’));

Vigília de solidariedade a Vilmar Bordim (44) e Leonir Orback (25), militantes do MST assassinados nesta quinta-feira (7), em Quedas do Iguaçu (PR). Vilmar era casado, e pai de três filhos, e Leomar deixou esposa grávida de nove meses. Vídeo: Brigada Carlos Marighella

Publicado por MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em Sexta, 8 de abril de 2016

Vigília de solidariedade a Vilmar Bordim (44) e Leonir Orback (25), militantes do MST assassinados nesta quinta-feira (7), em Quedas do Iguaçu (PR). Vilmar era casado, e pai de três filhos, e Leomar deixou esposa grávida de nove meses. Vídeo: MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

Por Andreia Verdélio

Da Agência Brasil

Polícia Federal vai investigar morte de sem-terra no Paraná

O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, determinou à Polícia Federal a instauração de um inquérito para apurar a morte de dois camponeses na última quinta-feira (7) na cidade de Quedas do Iguaçu, região oeste do Paraná. Os dois eram integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e foram baleados durante um confronto com policiais militares.

O ministro da Justiça determinou ainda o envio da Força Nacional para a região.

Segundo o movimento, as duas pessoas que morreram são os trabalhadores rurais Vilmar Bordim, de 44 anos, e Leomar Bhorbak, de 25 anos. Ambos eram do Acampamento Dom Tomás Balduíno, localizado na fazenda da empresa de celulose Araupel. Além das mortes, sete pessoas ficaram feridas, cinco já receberam alta do hospital.

A fazenda da Araupel é motivo de conflito desde a primeira ocupação do MST no local, em 1996, quando dois integrantes do movimento também morreram em um confronto com funcionários da empresa. A área onde o MST está acampado atualmente foi ocupada há cerca de dois anos e é razão de briga judicial entre a Araupel e o movimento.

O MST pediu a punição imediata dos policiais militares responsáveis pela morte dos trabalhadores rurais.

A Polícia Civil do Paraná investiga o caso e o Comando-Geral da Polícia Militar determinou a abertura de um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias do confronto.

Versões diferentes

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná e o MST relatam versões diferentes do ocorrido e as duas entidades dizem que foram vítimas de emboscada do grupo contrário.

A versão do órgão estadual é de que, devido ao conflito agrário, quatro policiais da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) acompanharam policiais do Batalhão Ambiental e funcionários da Araupel no combate a um incêndio florestal dentro da fazenda. “O grupo teria sido vítima de uma emboscada organizada por mais de 20 integrantes do MST e reagiu ao ataque”, informou a secretaria. A polícia afirmou ter encontrado armas de fogo com os camponeses mortos.

Segundo a secretaria, um dos membros do MST disse, em depoimentos à Polícia Civil de Cascavel, que o primeiro tiro partiu de um dos integrantes movimento e que a polícia apenas revidou.

Na versão do MST, cerca de 20 integrantes do movimento realizavam uma ronda de rotina ao redor do acampamento onde vivem quando foram surpreendidos pelos policiais militares e seguranças da Araupel. Eles teriam disparado contra os veículos onde estavam os integrantes do MST, que tentaram fugir pela mata.

O movimento ressaltou que os dois mortos foram baleados pelas costas e também negou que tenha havido um incêndio na região.

*Colaborou Daniel Isaia, de Porto Alegre

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Ele “determinou” também que

    Ele “determinou” também que se investigasse a morte do policial Lucas Arcanjo. E daí? Quem vai investigar á a mesma PF que “investigou” o popóptero? Perda de tempo.

     

     

  2. EL DOURADO DOS CARAJÁS -II

    EL DOURADO DOS CARAJÁS -II

    O FATO SINTETIZA A INTOLERÂNCIA  DO PODER PÚBLICO AS LEGÍTIMAS AGENDAS SOCIAIS.

    ESSE SERÁ O FILME  QUE ASSISTIREMOS CASO O GOLPE SE CONCRETIZE

    QUEM SE ESQUECEU DO ATENTADO DO GOVERNO DO ESTADO DA REPÚBLICA DO  PARANÁ AOS  PROFESSORES ??

    TAL FATO EVIDÊNCIA SIMPLESMENTE SUA VOCAÇÃO.

    O FATO É;, SE FOR CARACTERIZADO CHACINA, O CAMINHO É O OBVIO. ACIONAR A JUSTIÇA BRASILEIRA , CASO

    OCORRA OMISSÃO, RECORRER A CORTE INTERNACIONAL, AOS ORGANISMOS DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS.

    RESPONSABILIZAR OS CRIMINOSOS E COM MUITA DOR DEMONSTRAR  PARA O MUNDO A VERDADEIRA CARA  DO

    NOSSO QUERIDO BRASIL.

  3. EL DOURADO DOS CARAJÁS -II

    EL DOURADO DOS CARAJÁS -II

    O FATO SINTETIZA A INTOLERÂNCIA  DO PODER PÚBLICO AS LEGÍTIMAS AGENDAS SOCIAIS.

    ESSE SERÁ O FILME  QUE ASSISTIREMOS CASO O GOLPE SE CONCRETIZE

    QUEM SE ESQUECEU DO ATENTADO DO GOVERNO DO ESTADO DA REPÚBLICA DO  PARANÁ AOS  PROFESSORES ??

    TAL FATO EVIDÊNCIA SIMPLESMENTE SUA VOCAÇÃO.

    O FATO É;, SE FOR CARACTERIZADO CHACINA, O CAMINHO É O OBVIO. ACIONAR A JUSTIÇA BRASILEIRA , CASO

    OCORRA OMISSÃO, RECORRER A CORTE INTERNACIONAL, AOS ORGANISMOS DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS.

    RESPONSABILIZAR OS CRIMINOSOS E COM MUITA DOR DEMONSTRAR  PARA O MUNDO A VERDADEIRA CARA  DO

    NOSSO QUERIDO BRASIL.

  4. Se fosse o outro ministro,

    Se fosse o outro ministro, era capaz de, em nome do republicanismo, deixar tudo por isso mesmo e até pedir desculpas pelo incômodo. O mais engraçado é que esse mesmo ministro agora hoje é um brilhante Advogado Geral da União (sem ironia). Como disseram outro dia, pegaram um zagueirão e colocaram com a camisa 9, esse foi o problema.

  5. Até agora, nenhum ato concreto e efetivo dele!

    Até agora, nenhum ato concreto e efetivo dele. Ele poderia (não, deveria) ter se manifestado a respeito do parecer de janot. Sua fala, de um procurador, é um excelente contraponto ao absurdo cometido pelo PGR e as atos que tem realizado. Poucos, como Aragão, podem denunciar Janot por estes atos. Seria um efetivo chamamento interno ao MPF para a razão. Mas se cala a respeito disso, da mesma forma que Cardoso sempre se calou. 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador