Em Manaus, nível do Rio Negro cai mais de 7 metros em outubro

Jornal GGN –  O Rio Negro, no Amazonas, teve uma queda de 7,26 metros em seu nível desde o dia 1º de outubro, afetando a vida dos moradores de Manaus. De acordo com especialistas, a redução das chuvas e o calor intenso causados pelo El Niño contribuíram para a queda acelerada do nível do rio. Segundo o superindente do Serviço Geológico do Brasil, Marco Antônio de Oliveira, a vazante pode durar algumas semanas, mas o Rio Negro não deve descer mais do que em 2010.

Enviado por Odonir Oliveira

Do G1

Nível do Rio Negro desce mais de sete metros em outubro, em Manaus

Rio Negro desceu o total de 7,26 m desde dia 1º de outubro. Cenário mudou em partes da capital; Lago do Aleixo secou na Zona Leste.

 

A descida dos rios muda a rotina de ribeirinhos e a paisagem em algumas áreas de Manaus. Nesta quarta-feira (28), o Rio Negro baixou  3 cm e chegou a cota de 15,92 m. De acordo com a medição realizada no Porto Privatizado de Manaus, o nível desceu o total de 7,26 m desde o dia 1º de outubro.

No Centro, Zona Sul e Leste da capital é possível ver o quanto o nível do Rio Negro baixou. Casas flutuantes e barcos de famílias que viviam sobre o rio ficaram encalhados próximo a Ponte do São Raimundo, desde a última semana. Já no Lago do Aleixo, é possível ver a terra – que antes ficava sob a água – rachada. Moradores do local enfrentam dificuldades para pescar e se locomover.

A redução de chuvas e o calor intenso causados pelo fenômeno El Niño contribuem para a rápida queda do nível do rio, segundo especialistas.

De acordo com o superintendente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Marco Antônio de Oliveira, a vazante pode durar algumas semanas. “A atenção tem que ser dada para região do Alto Rio Negro, onde só vai finalizar no mês de janeiro ou fevereiro. A tendência é que o rio continue caindo na região de Barcelos até São Gabriel da Cachoeira. Agora, no Rio Amazonas e Solimões já é um final de vazante. O rio não deve descer mais que no ano de 2010, pelo menos por enquanto”,  disse ao G1.

 

Escolas

Por conta da cheia e agora da seca dos rios, a solução foi mudar o calendário escolar. Para 3 mil alunos de 29 escolas de Manaus, as aulas começaram em janeiro e vão ser interrompidas no fim deste mês.  A mudança não deve afetar o número de dias de aula.

“O rio é que manda. A seca e a cheia são elas que fazem com que a gente planeje uma educação que possa atender esses alunos em situação diferenciada”, disse Edilene Pinheiro, chefe da Divisão de Educação da Zona Rural, à Rede Amazônica.

Descida do Rio Negro em Manaus afeta navegação  (Foto: Leandro Tapajós/G1 AM)

Navegação

O emissor de passagens fluviais, Nazareno Marques, de 39 anos, que trabalha na orla da Manaus Moderna – porto no Centro da capital -, afirma que a vazante ajudou a diminuir o fluxo de passageiros nas embarcações.

“A venda deu uma caída por causa da seca e dessa fumaça. Esta muito ruim de navegar. As pessoas estão com medo de viajar. Tem a questão da crise também. Ela afetou essa parte de turismo. P pessoal gostava muito de viajar pra passear, agora atrapalhou bastante.  Atrapalha muito aqui. Atrasa muito as viagens, para longe o barco, fica longe para carregar bagagem até o navio. A gente está esperando uma melhora em novembro e dezembro. Lá pelo dia 15 de novembro o rio deve começar a encher. Ano passado foi melhor, não secou tanto e a crise não estava tanto”, disse Marques.

Barcos estão atracados em meio a barro na Manaus Moderna (Foto: Diego Toledano)

Com a descida dos rios, bancos de areia se formam e prejudicam a navegabilidade no Rio Negro e em outros cursos d’água. Há 10 dias, a Marinha determinou restrições à navegação em um trecho do Rio Solimões, no Amazonas. A medida, que é parcial, ocorre em razão de risco de acidentes com embarcações no período da seca.

O capitão dos Portos, Alfred Dombrow Júnior, decretou impraticabilidade parcial no Rio Solimões, no trecho conhecido como Ilha do Meio, que fica situado a pouco mais 85 km (46 milhas náuticas) no sentido do Terminal Fluvial do Solimões (Tesol), em Coari.

O trecho alvo de restrição é usado como rota por embarcações que escoam parte da produção de petróleo e Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – gás de cozinha – da província petrolífera de Urucu da Petrobras.

(*Colaborou Indiara Bessa do G1 AM)

Vazante do Rio Negro muda paisagem em Manaus (Foto: Leandro Tapajós/G1 AM)

Marcas na Ponte do São Raimundo mostram onde chega o volume de água (Foto: Leandro Tapajós/G1 AM)

Redação

7 Comentários

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  1. só falta agora, ao contrário

    só falta agora, ao contrário do caso de SP é pura irresponsabilidade, culpar o governo federal por isso, quando nin guém teria jamais como saber que sequer  aconteceria.

  2. Gritos

    ANDANDO SOBRE AS ÁGUAS

     

    Qual no episódio bíblico

    caminha sobre as águas,

    à revelia da fé em Deus

    o desapego dos homens.

     

    Sequestrando vida

    sugando o sumo

    esgotando o futuro

    esmolando misericórdia.

     

    Do milagre antigo,

    não se precisa agora

    caminhar sobre as águas.

     

    Requisita-se apego

    Implora-se atenção

    Solicita-se empenho

    Exige-se intervenção.

     

    Milagres mudam de direção

    Milagres eternizam-se

    entre homens,

    na natureza,

    por signos, símbolos,

    por ações humanas

    conscientes

    consistentes

    protetoras

    defensoras.

     

    Milagres eternos.

    Odonir Oliveira

     

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