Estratégia: O centro da divergência na Esquerda, por Arnobio Rocha

A realidade mundial, com Trump, com Bolsonaro parece ter feito cair a ficha de vários setores mais afoitos, o PT, Lula, não são o mal maior, acontece.

Estratégia: O centro da divergência na Esquerda

por Arnobio Rocha

O mundo experimenta desde a crise 2.0 (2005-2008) uma ruptura ideológica proposta pelo ultraliberalismo, os dois centros de ataque, da retomada da iniciativa do Kapital, após a crise, são:

DEMOCRACIA E POLÍTICA.

A desconstrução veio das “Primaveras Árabes”, Egito, Argelia, seguida pelos “Indignados”, da Espanha, Itália, os “Occupies” da Inglaterra e EUA.

Depois as jornadas da Praça Maiden, na Ucrânia. No Brasil, a ruptura se deu nas jornadas de junho de 2013.

Parte da esquerda, consciente ou não, usou a mesma lógica do ultraliberalismo para questionar a “velha” POLÍTICA e a “carcomida” DEMOCRACIA. Talvez intuíu-se de que se tratava de uma mera TÁTICA.

Entretanto, esse flanco aberto fez surgir e/ou liberar o esgoto neofascista, todos esses movimentos da extrema-direita que ao fim e ao cabo criaram dois monstros: lavatismo e Bolsonarismo.

O desprezo aos partidos, aos Sindicatos, é parte fundamental nesse ataque. Não sendo hegemônicos, melhor romper com esses dois pesos mortos da velha política.

Houve ainda apoio velado ao judiciário, ao MP e à lava jato, num entendimento de que a queda do PT era condição necessária para uma nova Esquerda.

Sim, a TÁTICA do combate à Corrupção, acabou galvanizando amplos espectros, do Tea Party à extrema-esquerda, unidos contra o “mal”.

A realidade mundial, com Trump, com Bolsonaro parece ter feito cair a ficha de vários setores mais afoitos, agora, descobrem que o PT, Lula, não são o mal maior, acontece.

Uma última ideia, a Negação da Política não trouxe nada de novo, novos mecanismos de representação, novos espaços fora da institucionalidade, por que será?

Os esforços continuam sendo jogados no calendário eleitoral imposto pelo Kapital, fazendo chuva ou sol, porém com um buraco imenso no fosso social, com elementos de barbárie.

É isso, ou não!

Redação

2 Comentários

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  1. Meu caro Arnóbio, essa desconstrução vem desde o maio de 64 na França, onde se abriu mão dos direitos sociais em nome do individualismo e os direitos individuais.

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