EUA negam resposta pública ao Brasil

Jornal GGN – Após solicitação do Itamaraty para que o governo dos Estados Unidos (EUA) respondesse às denúncias de que cidadãos brasileiros haviam sido objeto de espionagem por parte de agências de inteligência daquele país, o órgão brasileiro obteve, no domingo (7), a resposta de que o governo não responderia publicamente aos questionamentos de espionagem.

Em declaração à BBC Brasil, o governo norte-aemricano disse que “vai responder apropriadamente a nossos parceiros no Brasil pelas vias diplomáticas e de inteligência. Não vamos comentar publicamente ou especificar supostas atividades de inteligência. Como política, já deixamos claros que os EUA obtêm inteligência estrangeira do tipo coletado por todas as nações”.

Os questionamentos do Itamaraty foram feitos após a denúncia do jornal O Globo de que o Brasil teria tido telefonemas e correspondência eletrônica de pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no país.  De acordo com as denúncias, Não há números precisos, mas em janeiro passado, por exemplo, o Brasil ficou pouco atrás dos Estados Unidos, que teve 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens espionados.

 

-mail) espionados, com base em documentos coletados por Edward Snowden.

Após uma hora de reunião, nesta segunda-feira (8), em Brasília, sobre a denúncia, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil informou à Agência Brasil que aguarda “instruções de Washington” para se manifestar. 

Relações desgastadas

A situação a que foi submetido o presidente Evo Morales despertou indignação de vários países da América Latina. A porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, tentou tirar de seu governo a decisão de impedir a passagem do avião do presidente boliviano, que foi obrigado a permanecer na Áustria por 13 horas na terça-feira (2). “Temos estado em contato com uma variedade de países em todo o mundo onde Snowden tem alguma chance de pousar ou até transitar, mas não vou dizer quando essas (conversas) ocorreram, nem em que países foram”, admitiu Jen.

De acordo com a porta-voz, o governo solicita que Snowden seja enviado para os EUA, de qualquer país onde ele esteja, e se recusou a dizer se os EUA tinham ou não informação de que o ex-agente pudesse estar no avião do chefe de Estado boliviano. “Quero pedir-lhes que contatem os países aos quais estão se referindo e perguntem a eles sobre as decisões que foram feitas”, afirmou Jen Psaki.

O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, disse não saber quem inventou a acusação de que Snowden estaria no avião presidencial, mas quer denunciar à comunidade internacional essa “injustiça com o avião do presidente”. 

A situação gerou indignação entre líderes latino-americanos. A presidente argentina, Cristina Kirchner, caracterizou o episódio como “humilhante” para um chefe de Estado da região. O presidente do Equador, Rafael Correa, postou em seu perfil no Twitter: “nossa América não pode tolerar tanto abuso”. “O que é com a Bolívia é com todos”, postou.

Já a presidente Dilma Rousseff afirmou, em comunicado oficial, que “o constrangimento ao presidente Morales atinge não só a Bolívia, mas a toda América Latina”. Dilma acrescentou que o caso compromete o diálogo entre os dois continentes e possíveis negociações.

Por meio do Antônio Patriota, o Iatamaraty disse que acompanhou desde o primeiro momento, e com grande preocupação, a situação a que foi submetido o presidente Evo Morales, e transmitiu ao governo boliviano, representado pelo Chanceler David Choquehuanca repúdio ante à “atitude arrogante” dos países europeus. Patriota disse que “a não autorização do sobrevoo causou surpresa, por não coadunar-se com as práticas internacionais”.

Organizações como a Unasul, o grupo sul-americano de nações, e a OEA (Organização dos Estados Americanos, com sede em Washington), também criticaram a decisão.

Em nota, o governo francês se desculpou com o governo boliviano pelo constrangimento gerado a Morales. O porta-voz do Quai d’Orsay, Philippe Lalliot, afirmou que o ministro dos Negócios Estrangeiros telefonou ao seu homólogo boliviano para lhe manifestar desolação após o incidente causado pela demora em confirmar a autorização para o avião do presidente Evo Morales sobrevoar o espaço aéreo francês. Segundo a AL jazeera, o presidente François Hollande disse, em Berlim, que a demora se deveu a informações contraditórias sobre a identidade dos passageiros do avião, e que a autorização foi concedida assim que se soube da presença do presidente boliviano a bordo.

 

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador