Greve geral deve ocorrer depois do feriado, diz União dos Caminhoneiros

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reuters
 
Jornal GGN – Logo após o anúncio da Petrobras de reajuste de 13% no valor do diesel, intesificaram rumores sobre uma nova paralisação geral dos caminhoneiros para o início desta semana. Neste sábado, a União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC) confirmou que a categoria está organizando uma mobilização, mas que deve ocorrer somente após o feriado da Independência, dia 7 de setembro.
 
Os boatos foram intensificados pelas redes sociais durante todo este fim de semana. Com os traumas deixados pela última greve geral dos caminhoneiros, em algumas cidades, inclusive, postos de gasolina registraram filas intensas de pessoas buscando abastecer seus veículos nesta sexta (31) e sábado (01).
 
Entretanto, informações eram compartilhadas pelas redes sociais, sem posicionamentos oficiais da categoria. Mas a UDC emitiu em nota na noite deste sábado, informando que a movimentação entre os caminhoneiros efetivamente está ocorrendo e que a nova paralisação deve ocorrer a partir do próximo final de semana.
 
A entidade acusa o governo de não ter cumprido com o acordo prometido em reuniões desde a última greve geral e permitiu o aumento do preço do diesel, para 13%, desde está sexta-feira. Isso porque o decreto assinado por Michel Temer prevê a revisão dos pisos mínimos caso o combustível tenha oscilação acima de 10%. 
 
“Queremos ver a lei chegar na ponta, nos caminhoneiros que estão nas estradas”, disse a União dos Caminhoneiros.
 
Por isso, a categoria critica a falta de fiscalização do governo, por meio da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) sobre as transportadoras, para cumprirem a tabela mínima do frete. Na nota, a UDC informa que as providências estão sendo exigidas ao governo “a fim de que a população brasileira não sofra os danos de uma nova paralisação”.
 
O Movimento dos Transportadores de Grãos, do Mato Grosso foi ouvido por reportagem da Folha de S. Paulo, que afirmou que se a ANTT não se posicionar até o dia 7 ou 8 de setembro, os riscos são grandes de novas paralisações.
 
Por outro lado, com o aumento dos ruromes, a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) disse que irá se reunir com o governo para discutir o tema e “fará o possível para evitar nova paralisação”. Afirmando que está contrária a novas manifestações, a Abcam diz aguardar o posicionamento da Casa Civil para a reunião. 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. soldadinhos de chumbo

    Desta vez os camioneiros pedirão intervenção militar?

    Acredito que sim. Fazer reunião com governo golpista dá nisso.

    Um dia, eles (e nós!) aprendemos!

    1. Intervenção militar

      Assim como Montezuma foi chamado de mulher dos espanhois, poderíamos dizer que nossos generais são prostitutas dos americanos. É  humilhante ver o comportamento do nosso exército perante a entrega de nossas riquezas nacionais.

      1. É isso que revolta quem

        É isso que revolta quem realmente é patriota nesse país, ver seus generais, almirantes e outras altas partentes se comportarem como capachos dos interesses internacionais…

        E ficam cantando pelos quarteis: “brava gente brasileira -(onde está?)

                                                                        Longe vai temor servil”

        O dia sete de setembro está vindo aí e será que irão dizer essas frases em público?

         

  2. politicamente previsível: o fascismo se move pelo medo e terror.

    Eu particularmente achava que próximo as eleições haveira outra greve dos caminhoneiros pelo teor politico de extrema direta da greve e pelo movimento fascista e seu candidato terem insuflado e apoiado a greve. Hoje no “El País” há uma matéria sobre Luciano Hang, dono da Havan e parte do movimento fascista pró- bolsonaro que insuflou e apoiou a greve, chegou a ser investigado pela Procuradoria Geral da República – investigação que não foi levada adiante pelo MP pois a Havan não é uma entidade de interesse público. Quanto a abcam não tem interesse na greve agora, o presidente da entidade é filiado ao PSDB e o caos agora não favorece o apagado Alckmin.

    O caos a beira da eleição só favorece o fascismo, é a tática deles para chegar ao poder. Não estamos diante de uma eleição qualquer, temos um movimento fascista ativo no Brasil, não esperem eleições normais.

    1. Sim o fascismo se alimenta do medo.

      Portanto se existirem forças interessadas em promover o fascismo, elas deverão também promover um “anti-fascismo” que acuse o maior numero possivel de pessoas de “fascistas”, para que elas sintam medo de serem marginalizadas, estigmatizadas e destruidas, o destino que a História mostra que cabe aos fascistas.

      Os verdadeiros fascistas portanto necessariamente patrocinarão um discurso “anti-fascista” que seja o mais agressivo e generalizador possivel, acusando todos os dissidentes em campos como imigração, aborto, feminismo, genero, posse de armas, meio-ambiente, direitos humanos, etc…de “fascistas”.

      A famosa estratégia da pinça, voce precisa fortalecer os dois lados opostos para obter o efeito desejado.

      Legitimar esses dissidentes e incorporar suas opiniões civilizadamente ao debate é a malor vacina contra o fascismo.

      Mas esse não parece ser o interesse da grande mídia, de boa parte da “esquerda” e das ongs internacionais atuantes no Brasil.

      O que mostra que o verdadeiro fascismo é muito mais insidioso e competente do que parece.

  3. Comentário fragmentado…

    Com o preço dos combustíveis oscilando ao preço do dólar, a famosa flutuação, e o dólar em valores nunca antes vistos neste país… Bom, o pessoal que abraçou o Parente e está de acordo com o pacotão “fora controle do Estado sobre a Petrobras”… tem que assumir. País com política energética administra seus preços. Agora, toma. 

    É esse emburrecimento coletivo que me dá medo. Se não é a Dilma, o Lula preso, o PT pra falar mal, xingar, demonstrar suas projeções no nível das sevícias. Chega a realidade e numa má-fé coletiva, vão saindo de fininho, continuando a falar mal do Lula etc.

    Nestas horas, chego a entender como o escritor francês Jean Genet sentiu-se vingado por ver os nazistas colocando um país inteiro de joelhos. Explica-se: os bons franceses fizeram de Genet um marginal, e dali não podia sair, aí chegou alguém mais profissional, com suástica.

    Quero o pessoal da prancheta pesquisando no meio dos caminhoneiros aí… “quem apoiou o impeachment da Dilma?”

    Depois a gente conversa.

    Pq sinto que não tá sobrando um. 

    1. Greve dos donos de transportadoras…
      A greve geral anunciada não passa de uma intenção clara dos donos de transportadoras e não dos pobres autônomos em provocar o caos e criar uma situação que favoreça algo que venha prejudicar o combalido processo democrático.

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