Hungria começa a prender imigrantes na fronteira

Jornal GGN – Nesta terça-feira, a Hungria decretou estado de emergência ao longo de sua fronteira com a Sérvia e prendeu 174 imigrantes, dentro de uma nova lei que torna crime a imigração ilegal no país. Uma cerca de 175 quilômetros foi construída pelo governo húngaro na fronteira com a Sérvia, e 900 policiais e 4,3 mil militares foram deslocados para a região.

Viktor Orbán, primeiro­-ministro húngaro, disse que o bloqueio da rota usada por refugiados muçulmanos tem o intuito de “salvar os valores cristãos da Europa”. O ministro sérvio de Relações Exteriores, Ivica Dacic,  criticou o país vizinho, dizendo ser “inaceitável” a atitude do governo húngaro. O Ministério das Relações Exteriores da Hungria disse que o país pretende construir uma cerca anti­imigrante também na fronteira com a Romênia.

Do Estadão

Hungria declara estado de emergência e começa a prender imigrantes na fronteira

Governo húngaro afirma que decisão de bloquear fluxo é uma tentativa de ‘salvar os valores cristãos’ da Europa; novos naufrágios no Mar Egeu matam 22

A Hungria declarou nesta terça-­feira estado de emergência ao longo de sua fronteira com a Sérvia e prendeu 174 imigrantes sob a vigência da nova lei que torna crime a imigração ilegal no país. O governo húngaro ameaçou processar e prender outros que tentarem entrar ilegalmente pela passagem com o país vizinho.

Ao mesmo tempo, o fluxo de pessoas que chegam ilegalmente ao continente não deu sinais de redução e nesta terça­feira mais dois naufrágios de embarcações precárias no Mar Egeu mataram 22 pessoas. A Guarda Costeira turca informou que 211 imigrantes foram resgatados, enquanto mergulhadores retiraram os corpos dos 22 pessoas, entre eles 4 crianças. Uma das embarcações era de madeira.

Um dia após ministros da União Europeia não conseguirem encontrar uma solução substancial para a crise, os líderes da Alemanha, Angela Merkel, e da Áustria, Werner Faymann, fizeram um apelo para que os demais chefes de governo do bloco se reúnam para discutir a crise.

De acordo com a agência Reuters, 174 pessoas foram presas nesta terça-­feira por tentar cruzar a fronteira da Sérvia com a Hungria, que ganhou reforço com as cercas de arame farpado do lado húngaro. O primeiro­-ministro húngaro, Viktor Orbán, afirmou que seu governo decidiu bloquear a rota usada por refugiados muçulmanos para “salvar os valores cristãos da Europa”.

Foi estabelecida uma “zona de trânsito” ao longo da fronteira com a Sérvia. Dentro dessa área, segundo o porta-­voz de Orbán, Zoltan Kovacs, apenas aqueles que já enviaram os papéis para requerer o asilo terão permissão para entrar. Os demais teriam de retornar para a Sérvia.

Na tarde desta terça­-feira, a Hungria disse ter recebido 48 pedidos de asilo na zona de trânsito e rejeitado 13. A atitude do governo húngaro desencadeou uma reação na Sérvia.

O ministro sérvio de Relações Exteriores, Ivica Dacic, considerou “inaceitável” a atitude do país vizinho, segundo a agência Reuters.

Falando da cidade fronteiriça de Horgos, o ministro sérvio do Trabalho, Aleksandar Vulin, afirmou que a situação poderia criar uma “espiral fora do controle”. Ele pediu à Hungria que abra suas fronteiras e permita aos refugiados pedirem asilo dentro de seu território.

Segundo Vulin, os imigrantes continuavam chegando de “todas as direções” e pelo menos mil deles estavam presos em uma “terra de ninguém”. O ministro afirmou que a Sérvia poderia fornecer comida, água e transporte para acampamentos temporários, mas acrescentou que a crise não poderia ser resolvida sem a cooperação da Hungria. Alguns dos imigrantes na fronteira ameaçaram fazer greve de fome e gritavam: “Abram, abram, abram”.

O governo húngaro construiu uma cerca de 175 quilômetros em sua fronteira com a Sérvia para conter a chegada de refugiados e colocou 900 policiais e 4,3 mil militares na região. Este ano, o país registrou mais de 180 mil refugiados que entraram no país de forma ilegal, embora a maioria tenha seguido para Alemanha, Holanda e nações da Escandinávia.

O Ministério das Relações Exteriores da Hungria informou nesta terça-­feira que o país tem planos de construir uma cerca anti­imigrante também na fronteira com a Romênia.

A Áustria, por sua vez, comunicou à Comissão Europeia que a partir da zero hora de quarta-­feira estabeleceria controles em suas fronteiras. O governo tomou a decisão por decreto e a ministra do Interior, Johanna Mikl­Leitner, enviou uma carta à Comissão Europeia explicando que a medida é, em princípio, temporária. A prioridade será resolver o problema nas fronteiras leste e sul, ou seja, com a Eslováquia, Hungria, Eslovênia e Itália.

O tratamento recebido pelos refugiados foi duramente criticado por ONGs de defesa dos direitos humanos, como a Human Rights Watch, para as quais as condições nos centros de amparo são “desumanas”.

Redação

1 Comentário

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  1. Parem de falar sobre Hungria!

    É chato ser solidário com aqueles que chutam emigrantes mas A VERDADE é que o problema não é deles.

    E os imigrantes querem ir para a Alemanha, não para a Hungria.

    A questão é que a UE passou uma LEI que diz que imigrantes TEM QUE ser fichados no local de ENTRADA na Europa, ou seja, não podem passar diretamente pela Hungria e ir direto para a Alemanha.

    Quem será que teve a idéia desta lei? Quem será?

     

    Deixe quem lucrou com as causas do exodo, lidar com o exodo! A Hungria não tem nada a ver com issoe é só cortina de fumaça para as verdadeiras FRONTEIRAS FECHADAS!

    Afinal de contas, eles estão lá na Hungria, não estão?

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