Justiça discorda de Alckmin e Metrô e determina readmissão de 33 metroviários

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Jornal GGN – A Justiça do Trabalho de São Paulo determinou que 23 dos 42 metroviários dispensados pela greve da categoria sejam readmitidos, nesta terça-feira (30). “É uma conquista muito importante da categoria contra os desmandos do governador Alckmin e seu secretário Jurandir Fernandes. Vamos lutar com toda a força para termos de volta os sete companheiros que ainda não foram reintegrados”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Júnior.

A decisão é a segunda do juiz Thiago Melosi Sória, discordando da argumentação do governador de São Paulo, de que os metroviários teriam cometido vandalismo durante a paralisação, em junho deste ano, que reinvindicava aumento salarial, entre outros direitos.
 
Leia também: A criminalização pela imprensa de uma greve que não terminou
 
Na última quinta-feira (27), a Justiça já havia concedido liminar para a reintegração de dez funcionários. “Analisando o vídeo que registrou a conduta dos substituídos na estação Tatuapé, em 05 de junho de 2014, vejo que, embora os trabalhadores estivessem na plataforma, não aparecem impedindo o fechamento das portas do trem. As testemunhas mencionadas [pela empresa], além de não identificarem os praticantes, disseram que não houve violência ou dano”, argumentou o juiz.
 
Junto com os dez da última semana, mais 23 receberam a liminar de readmissão. No total, já são 33 intervenções da Justiça, contrariando o Metrô e o governador e candidato a reeleição Geraldo Alckmin (PSDB). A empresa havia justificado as demissões como justa causa.
 
Em junho deste ano, o presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Paulo Pasin, disse em entrevista ao Jornal GGN que a demissão dos 42 metroviários era uma estratégia de Alckmin para acabar com o sindicato. Do total de trabalhadores afastados, 12 eram dirigentes sindicais, sendo dois do Sindicato, dois da Fenametro, quatro membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e um grupo de delegados sindicais.
 
Leia mais: Demissão é estratégia de Alckmin para acabar com sindicato, diz Pasin
 
O juiz Melosi Sória considerou que a defesa do Metrô não conseguiu comprovar a individualização da responsabilidade dos demitidos na suposta infração. Os advogados apenas descreveram que houve o impendimento da circulação dos trens, em um ato coletivo e uniforme. Ainda que alguns dos apontados pela empresa estivessem nas greves de junho, o juiz não identificou qualquer ato de violência ou depredação. 
 
O sindicato dos metroviários informa que ainda falta a readmissão dos outros sete funcionários.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. e o trensalão, parou onde ?

    O barão do café tem muito interesse em desarticular o sindidato dos metroviarios. Eles sabem muito sobre um affaire do metrô e trens de SP, mais conhecido como trensalão… 

  2. Medida correta, os tucanoides

    Medida correta, os tucanoides usaram a ilegalidade da greve pra demitir todos os “indemitíveis” (sindicalistas, cipeiros etc) sem prova nenhuma de que tivessem vandalizado algo.

    Isso deveria render indenização.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador