Medicina da USP registra 8 casos de estupro e 2 contra homossexuais, aponta MPE

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Um inquérito instaurado pelo Ministério Público de São Paulo demonstra que nos últimos anos, pelo menos oito casos de estupros e dois sobre discriminação contra homossexuais foram registrados na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). Estudantes relataram nos autos, e em depoimentos prestado na Assembleia Legislativa do Estado, que foram violentadas por veteranos. Segundo o inquérito, a Faculdade recebeu as denúncias e instaurou processos administrativos, que não possuem conclusão. Para as vítimas, a USP tenta abafar os casos para não manchar a imagem da instituição.

Inquérito do MPE cita oito casos de estupro na Fmusp

Do Estadão

Alunas da faculdade de medicina da USP denunciaram, nesta terça-feira, 11, casos de estupro em festas organizadas por alunos da instituição

O inquérito instaurado pelo Ministério Público Estadual (MPE) que investiga os casos de violência sexual e agressão às mulheres e homossexuais na Faculdade de Medicina da USP (Fmusp) menciona a ocorrência de oito estupros nos últimos anos.

O documento obtido pelo Estado mostra que as vítimas, que relataram os episódios anonimamente, afirmaram que não houve “qualquer suporte da diretoria”, que deixou de dar prosseguimento a procedimentos administrativos de apuração. Nesta terça-feira, 11, em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), duas jovens afirmaram terem sido estupradas em festas da Fmusp organizadas por veterenos da medicina.

“Não são casos pontuais. Desde o início me chamou atenção esse caráter coletivo, essa cultura de violação aos direitos, uma cultura opressora e violenta”, afirmou a promotora Paula Figueiredo,  da Promotoria de Direitos Humanos, ao Estado.

De acordo com Paula, o objetivo do inquérito é buscar mecanismos para reforçar, por meio de campanhas, uma mudança de estrutura interna que acabe com este tipo de ocorrência.

Segundo o inquérito, as vítimas relataram que houve tentativa de “ocultar os casos” para “evitar exposição à imagem da universidade”. Uma das vítimas, que chegou a relatar anonimamente o episódio em que foi estuprada na imprensa, afirmou que tem sido humilhada.

O inquérito ainda cita dois casos concretos de discriminação contra homossexuais da Faculdade de Direito em festas da Fmusp – como foi relatado pelo Estado à época. Um jovem, que pediu para não ter o nome identificado na reportagem, disse ter sido impedido de entrar em uma ala da festa Carecas no Bosque, que só aceitava casais heterossexuais. Outro rapaz foi expulso da festa pelo mesmo motivo.

A promotora  pediu à USP que informasse todas as notícias recebidas nos últimos cinco anos relacionadas à violações sexuais ou discriminações, além de detalhamento dos mecanismos de punição aos casos pela universidade. O inquérito ainda pede informações sobre matérias da grade curricular que envolvam fundamentos de direitos humanos.

Ofensas. Uma das alunas que denunciou nesta terça na Alesp o episódio em que foi estuprada, afirmou que vem recebendo ofensas e ameaças pelas redes sociais. “Essa escória da Fmusp deveria ser extirpada da humanidade…lixos…essas prostitutas sujas deveriam sumir e ir cursar algo mais condizente com a mentalidade essência delas”, disse um estudante. “Dia de luto para a grande Casa de Arnaldo” (…) Vejo punhados de infelizes alunos que não fazem a menor ideia de onde estão, da grandiosidade da Casa em que pisam, querendo minar mais de 100 anos de História”, escreveu uma usuária em sua página pessoal. 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

21 Comentários

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  1. Essa é a turma de médicos que

    Essa é a turma de médicos que iremos formar.

    A de se apurar se tem algum do PROUNI ou FIES. Tenho certeza que não acharão dessa classe em meio a esses supostos criminosos.

    Essa é a classe médica que o CRM deseja, criminosos hediondos travestidos de médicos com seus jalecos brancos, ocultando as manchas de sangue e imoralidade desses mauricinhos e patricinhas.

    Com a palavra algum médico fascista.

  2. As Associações Médicas,

    As Associações Médicas, principalmente de São Paulo, cavam há muito tempo um buraco negro de desmoralização da categoria profissional.

    Um médico estuprar, por décadas, dezenas de mulheres, como fez Roger Abdelmassih, e ninguém punir ou investigar as acusações das pacientes, até aparecer queixas de uma quantidade de mulheres que só caberia na arquibancada do Corinthians, perderam a noção?

    Há 03 categorias no Brasil que estão  cavando para si a credibilidade que tem hoje as Polícias Civis e Militares. São os Médicos, os Procuradores e Juízes. Ou essa gente se toca que não são Deuses e param de acobertar os marginais das corporações ou todos juntinhos receberão a pecha de Marginais.

    Nao demora veremos os superiores hierárquicos dessas categorias chorando na televisão, pedindo a população que os compreenda e não os confunda com os marginais, como fez o Chefe da PM de São Paulo.

  3. Tá explicada a reação dos

    Tá explicada a reação dos reaças de jaleco, quando da reeleição de Dilma…

    A mentalidae retrógrada e discriminatória, faz parte do currículko univesritário.

  4. Meu Deus, a fmusp

    Meu Deus, a fmusp definitivamente não é mais a mesma. A cada ano que passa mais escândalos aparecem. Mas nenhum ainda igual ao que matou o calouro na piscina. Salvo poucas exceções, os alunos formam um bando de filhinhos de papai rico e alguns muito ricos. Querem a medicina por status e dinheiro e dane-se o resto, mesmo que o resto sejam colegas. Quanta arrogância. 

  5. O pior de tudo é ouvir  que a

    O pior de tudo é ouvir  que a reitoria da faculdade de medicina, da USP,  “punirá” os estudantes dentro do “rigor do código de ética”.

    Código de ética é o ESCAMBAU! Teem que ser PUNIDOS pelo CÓDIGO PENAL.

    CADEIA MESMO!

  6. Campanha é o caramba!!!!

    “De acordo com Paula, o objetivo do inquérito é buscar mecanismos para reforçar, por meio de campanhas, uma mudança de estrutura interna que acabe com este tipo de ocorrência.”

    Que papo é esse de “campanha”? São monstros cruéis! Têm que ser punidos exemplarmente! O que é isso?!?!?!

    Campanha é o caramba!!! Cadeia neles!!!

  7. Quando eu estava na faculdade

    A gente apelidava a medicina da USP de “CUSP”.

    Eu nem sabia o motivo na época, mas agora tá explicado o apelido onomatopeico: tem gente por lá que cospe na cara da sociedade.

  8. Já sabemos de onde vem tanta

    Já sabemos de onde vem tanta imbecilidade. Tá explicado a reação dos “médicos” brasileiros diante da nação,

    Roger Abdelmassih faz escola, na USP

    1. Estupro no curso de Medicina

      Um idiota ou doente é eufemismo. Visto que o estupro é um ato perverso, a justiça tomando conhecimento, a sociedade acompanhando, a estudante continuando sob ameça, porque os estudantes não estão presos? Se formarão e estuprarão pacientes. Matarão pessoas, sua ética é inexistente. A USP tem de ser responsabilizada judicialmente. As alunas devem entrar com o processo. O silêncio é fatal para a saúde mental das mesmas. Que tipo de médicas, fóbicas, oprimidas, vitimizadas, se tornarão? Uma cadeia de significantes produzindo significados. Uma bos campanha: pais, não matriculem suas filhas na USP. 

  9. Quando formandos estupram as

    Quando formandos estupram as colegas, após formados ofendem e agridem os médicos de Cuba.

    A classe médica está muito mal na fita.

  10. Fina flor da canalhice

    Quanto mais se sabe dos médicos, mais nojo se sente deles. Os médicos são a fina flor da canalhice de classe média. Que safados.

  11. O fascismo nas Universidades.

    Talvez as pessoas não se lembrem, mas no ano passado houve um trote racista na faculdade de direito da UFMG com alguns estudantes fazendo a saudação nazista. O que aconteceu com eles? Um deles foi expulso da universidade, mas outros três foram apenas suspensos. Até onde eu saiba, nenhum deles foi para a cadeia. O fascismo avança celeremente dentro das Universidades brasileiras. A discriminação, o preconceito,a violência e o cerceamento a liberdade de pensamento e à democracia caminham a passos largos no meio universitário não sé entre os estudantes, mas inclusive entre professores e até entre chefias e professores  e técnicos administrativos, com uma verdadeira epidemia de assédio moral nas relações de trabalho nas universidades.

    O fascismo já tomou o aparelho da grande mídia jornalistica, já têm avançado na religião com setores fanáticos evangélicos; a Universidade é um dos últimos ‘aparelhos ideológicos’ da sociedade civil onde ainda há alguma resistência. O óbvio então é que ela seja a bola da vez, e não foi por um acaso que Rodrigo Constantino o fascista travestido de liberal celebrou o ‘avanço da direita’ nas universidades nas páginas da Veja, o que fala por si só.

    É preciso que alunos, técnicos administrativos e professores se engajem coletivamente na luta contra o fascismo dentro da universidade. Os professores deveriam exigir, não só nos conselhos universitários como na justiça,  a prisão e a expulsão dos estudantes que tomam estes e outros tipos de atitudes fascistas. Quanto aos diretores devem em primeiro lugar ser demitidos do serviço público  após um processo administrativo pois sua atitude vai contra o código de ética do funcionalismo público. Além disso devem ser processados criminalmente, pois ter conhecimento de um crime e não denunciá-lo, até onde eu saiba, caracteriza legalmente a cumplicidade.O diretor pode desmentir? Então a partir de agora levem alguém de confiança junto para a conversa e gravem esse tipo de conversas com os diretores, ou mandem mensagens eletrônicas para que exista uma prova material. Chega de cartas e manifestos, é preciso ação firme para deter o fascismo.

     

  12. É bom não misturar temas e

    É bom não misturar temas e contextos. A questão dos TROTES precisa ser enfrentada e NUNCA FOI, nem pelo Ministerio da Educação, nem pela Policia, nem pelo Ministerio Publico. Não é questão de medicos, advogados ou engenheiros, é a questão de bandidos infiltrados em universidades. O aplicador de trote violento ou humilhante será um mau profissional,

    mau carater , a quem não deve ser permitido obter o diploma. Uma vez expulso, ficha suja, não entra em outra faculdade.

    O TROTE deveria ser um acolhimento e não uma orgia de violencia. É relativamente facil saber numa turma quem são os cafajestes, psicopatas que curtem esse trote asqueroso. Basta expulsar esse lixo das faculdades, prende-se a classe toda e só solta com delação, em meia hora se sabaerá qual é a  “turma” que curte a violencia.

    É incrivel que nos dias de hoje ainda exista esse ideia do trote violento e EXISTE PELA CONIVENCIA DAS REITORIAS, que não tem corgaem de enfrentar o problema.

  13. abusos

    Bem se vê pelas festas em jogos universitários… Os de medicina são os piores…. Acham que podem fazer o que bem entendem dentro da cidade a qual estão alojados, destruir as escolas que os acolheram e sair impunes…

    Fui diretora de uma escola que acolheu esses alunos da USP. A escola foi devolvida detonada, uma das classes teve a porta arrombada pq lá estavam os “bichos” que teriam que sair pra fazer o que os veteranos queriam. E eles não saíram. Então arrombaram a porta. O que queriam tanto com esses alunos para se sentirem acuados dessa forma? Acredito que tem muita gente boa nesse meio dos jogos, que vão para realmente lutar pela sua Instituição de Ensino, mas tem um bando de vagabundo, filhinho de papai que não sabe o que é regra, o que é limite e o que é respeito pelo próximo.

    Eu espero realmente que os culpados sejam punidos.

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