Mil dias sem Marielle Franco: ato com ‘despertador da Justiça’

No dia 8 de dezembro, mil dias do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Alarmes serão disparados na Cinelândia, e nas redes #1000DiasSemRespostas

Foto: Reprodução

Do Instituto Marielle Franco e Anistia Internacional

No mesmo dia em que o calendário brasileiro celebra a Justiça – 8 de dezembro – completam-se exatos 1000 dias do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Nesta grave e irônica data, a Anistia Internacional e o Instituto Marielle Franco lançam o Despertador da Justiça. Será um protesto, na Cinelândia e nas redes sociais, com o objetivo de romper o silêncio das autoridades, que ainda não conseguiram responder: quem mandou matar Marielle, e por quê?

Às 8h da manhã do dia 8 de dezembro, 550 relógios terão seus alarmes disparados simultaneamente, bem em frente à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, na Cinelândia. Do alto, será possível ver a frase no chão: “1000 dias sem respostas”.

Devido aos protocolos de saúde pública diante do aumento dos casos da Covid-19, na cidade do Rio de Janeiro, não haverá convocação para que os ativistas da Anistia Internacional e o público em geral participem do ato. É possível – e fundamental – participar de casa. A ação continua ao longo do dia nas redes sociais. A Anistia Internacional, o Instituto Marielle Franco e influenciadores digitais como Camila Pitanga, Leandra Leal, Bruna Linzmeyer, Leoni, Petro Zezé, Rene Silva e Raull Santiago convocam toda a população a usar a hashtag #1000DiasSemRespostas.

Outra maneira de participar é assinando uma petição, no endereço https://bit.ly/mariellejustiça, para pressionar por justiça o governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e o procurador-geral do Ministério Público, Eduardo Gussem. O Instituto Marielle Franco também abriu inscrição para voluntárias que queiram se mobilizar na luta por justiça. Para se inscrever basta acessar: institutomariellefranco.org/voluntarias

“Não podemos aceitar a falta de respostas e de responsabilização desse crime brutal contra uma defensora de direitos humanos e vereadora eleita. Hoje, nesse marco de 1000 dias que coincidem com o Dia da Justiça, precisamos, de fato, despertar para a Justiça. Por Marielle, por Anderson e por todas as populações mais vulnerabilizadas. A trajetória de Marielle Franco – e o legado impulsionado pela mobilização social, física e digital que seu assassinato causou – precisa prosseguir. O silenciamento de seu mandato é a maior representação da perseguição a quem defende uma sociedade verdadeiramente justa”, afirma Jurema Werneck, Diretora Executiva da Anistia Internacional.

“São 1000 dias que acordamos todas as manhãs com a esperança de uma resposta. 1000 dias de dor e saudade. E não somos só nós da família que estamos interessadas. O Brasil precisa dessa resposta para que casos como esse não se repitam. Para que mulheres negras eleitas não sejam mais ameaçadas e sejam sim cuidadas. Para construirmos um futuro que garanta direito a vida para jovens negras como Agatha, Emily e Rebeca, crianças assassinadas que perdem suas vidas e sonhos. Não desistiremos de lutar por elas, nem muito menos por nós”, diz Anielle Franco, irmã de Marielle e diretora executiva do Instituto Marielle Franco.

“A Cinelândia é palco tradicional de manifestações democráticas no Rio de Janeiro, e também endereço da Câmara de Vereadores da cidade. É um local muito representativo tanto para a democracia quanto para a história de Marielle Franco”, explica Duda Pacheco, Diretor da URBN Experience, agência que concebeu e produziu a ação.

Redação

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