Na Argentina, avós da Praça de Maio encontram neto número 122

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Imagem: Nico
 
Do Brasil de Fato
 
Avós da Praça de Maio recuperam neto de número 122 na Argentina
 
“Quero compartilhar essa emoção que acabo de viver ao saber que foi encontrado meu primo”, diz familiar
 
Página/12

O neto de número 122, fruto de sequestros e desaparecimentos durante a ditadura militar da Argentina, foi encontrado pelas Avós da Praça de Maio nesse domingo (23).

O filho de Iris Nélida García Soler e de Enrique Bustamante, sequestrados em 1977, nasceu na Escola de Mecânica da Armada (Esma), um centro de torturas dos militares. Ele foi separado de sua mãe e apropriado por famílias ligadas ao regime. Agora, ele recuperou sua identidade e se converteu no neto 122 dentro da história de busca e luta das Avós da Praça de Maio por localizar essas crianças.

“Quero compartilhar essa emoção e indescritível alegria que acabo de viver ao saber da notícia que foi encontrado meu sobrinho sequestrado”, disse Alicia, prima de Iris.

Segundo as Avós da Praça de Maio, como parte do registro da busca pelos netos desaparecidos, os pais Soler e Bustamante foram sequestrados por agentes da Polícia Federal em janeiro de 1977, na pensão em que viviam, na cidade Buenos Aires.

Eles eram militantes do movimento Montoneros. Iris Nélida estava grávida de três meses. Ela e seu companheiro, Enrique, foram vistos no centro clandestino de detenção Club Atlético, que funcionou dentro da órbita da Polícia Federal no cruzamento das avenidas Paseo Colón e San Juan, segundo o jornal argentino Página 12.

Durante o cativeiro, a gravidez de Iris chegou ao término e ela deu à luz na ex-Esma, em julho de 1977. O bebê foi uma das 400 crianças apropriados durante a última ditadura e que seguem sendo buscados pelas Avós da Praça de Maio.

Ele se converteu no neto recuperado de número 122. Hoje, ele possui 42 anos, tem dois filhos e não vive na cidade de Buenos Aires. Neste momento, está em processo de recuperação de sua identidade e de contato com sua família biológica.

Tradução: Brasil de Fato

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3 Comentários

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  1. a fé não costuma falhar

    Vejo, nesse acontecimento, a dolosa e hedionda maldade ser derrotada, mais uma vez, pela determinação do amor, da dor, da emoção e de uma extrema manifestação do sentimento de união familiar, que une parentes, amigos e a mais pura fé.

  2. Neto 122

    Quanta alegria nesta imensa tristeza. Viva as Avós da Praça de Maio, exemplo de luta para todas as avós do mundo. 

     

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