Letícia Sallorenzo
Letícia Sallorenzo é Mestra (2018) e doutoranda (2024) em Linguística pela Universidade de Brasília. Estuda e analisa processos cognitivos e discursivos de manipulação, o que inclui processos de disseminação de fake news.
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O editorial, o sebastianismo e a compulsão do Estadão, por Letícia Sallorenzo

Mas eu num guento com esse texto do Estadão, não, gente... deixa eu voltar aos velhos tempos do Objetivando Disponibilizar e comentar o bixim ponto a ponto.

O editorial, o sebastianismo e a compulsão do Estadão

por Letícia Sallorenzo

Vim aqui ver se alguém já tinha comentado o editorial do Estadão de hoje, basicamente o “escolha difícil” reloaded.

Mas eu num guento com esse texto do Estadão, não, gente… deixa eu voltar aos velhos tempos do Objetivando Disponibilizar e comentar o bixim ponto a ponto. Vou deixar meus comentários entre colchetes. Vamos lá:

A quem interessa a crise?

[hum. O Estadão que pretende responder essa pergunta? Eu faria pipocas, mas são 9:30 ainda. Vou passar um cafezinho.]

É sintomático que bolsonaristas e petistas, quase ao mesmo tempo, estejam conclamando o “povo” a sair às ruas. [jura? Sintomático por quê? Em que sentido? As convocações são iguais? Jura? E por que o “povo” saiu assim, entre aspas? No manual de redação de vcs não diz nada sobre essas aspas…] Desde a campanha eleitoral de 2018, essas facções [facções, Estadão? Cê num tem vergonha de igualar petista a miliciano, não, Estadão?] lutam para sequestrar o debate político [sequestrar. Debate político. Como é que é mesmo o nome daquela tendência grega meio vintage, de ouvir o povo? Democracia? E, por favor, conceitue “debate político”, e enquadre o nanopresidente dentro desse conceito com exemplos. Eu não consigo.] do País e mantê-lo refém do radicalismo e do tumulto [ah, tá! Manifestação pública só é permitida em Paris porque é chic. Aqui é tumulto! Tá certo…], de onde esperam extrair dividendos eleitoreiros [eleitoreiro? Cemejura que cê usou essa palavra, Estadão? Cê tá ligado q eleitoreiro vem de eleição, e eleição é um troço q a manifestação do Bozo quer acabar, com o fechamento do Congresso?!??!?!]. A nenhum deles interessa a estabilidade, e sim a crise permanente: aos petistas, porque um eventual colapso da economia causado pela inépcia política do governo pode despertar [eu vou comentar aqui antes porque é importante lembrar aqui que Lizinácio vive falando da preocupação dele com O PAÍS e com AS PESSOAS. Eu tinha que isolar este comentário do comentário seguinte porque eu vou falar sobre] o sebastianismo lulopetista [se vc não sabe o q é o mito sebastianista, joga no Google e joga rápido. Eu só queria dizer que o sujeito que escreveu Sebastianismo Lulopetista foi julgado pelo tribunal da inquisição estilístico-retórica e foi condenado a 13 chibatadas com vara de marmelo. Na segunda instância, a pena subiu para 17 chibatadas, e na instância final fechou-se em 38 chibatadas. A apelação desistiu de recorrer ao STF desse tribunal, que queria que a pena final fossem 50 chibatadas bôulicas.]; aos bolsonaristas, porque os entraves no Congresso, que tendem a crescer graças ao comportamento errático do Executivo, serão interpretados como sabotagem de políticos que estariam interessados em impedir o presidente Jair Bolsonaro de governar. [ma che cazzo?!?! Entrave? Congresso? ELES QUEREM FECHAR O CONGRESSO, CACETE!!!!]

A única maneira de neutralizar esse processo é dobrar a aposta na democracia [cejura? E você vai me dizer como se dará isso? Atenção, crianças, rufem os tambores que lá vem a resposta à pergunta-título!] – não aquela que sai fácil da boca dos demagogos, e sim aquela que se sustenta no convívio legítimo de diferentes visões políticas [convívio legítimo de diferentes visões políticas? Jura, Estadão? É tipo o convívio de vcs com o PT? Não, né?], na alternância de poder [tá, concordo. Mas essa alternância de poder se dará pelo processo greco-vintage da democracia, ou vai na base dos impixes brancaleônicos? (Vcs evocaram DSebastião. Eu evoco Brancaleone di Norcia. Me aturem.)] e no respeito às instituições. [BRANCA, BRANCA, BRANCA…. LE-OOOONNN!!!]

Até aqui, em meio ao crescente desconforto com as atitudes indecorosas [tá veno só? A gente aqui toda trabalhada em dar moral pra esse texto de merda q vcs fazem, aí acaba a amizade. Atitude indecorosa é bem diferente de CRIME DE RESPONSABILIDADE CONTRA A CONSTITUIÇÃO, Estadão. Não sei se vc sabe bem a diferença…] e antidemocráticas [não são apenas antidemocráticas. São antilitúrgicas e inconstitucionais] do presidente Bolsonaro e de seu entorno, o Congresso tem demonstrado louvável determinação de levar adiante as pautas de interesse do País[tem, é? Como?]. No ano passado, votou e aprovou uma abrangente reforma da Previdência, crucial para frear a deterioração das contas públicas [ah, sim! Fudendo com o povo! Lindo!] . Agora, prepara-se para discutir e votar matérias tão ou mais espinhosas, como a reforma tributária e o pacto federativo, além de uma já tardia reforma administrativa.

A participação do governo neste momento decisivo para o País é acanhada, quando não francamente prejudicial[que acanhada? Que prejudicial? Fio, O BOLSONARO QUER FECHAR O CONGRESSO, CACETE!!!] Ao criar um conflito atrás do outro e ao indicar crescente indisposição de aceitar as regras escritas e não escritas da democracia [crescente indisposição de não aceitar regra é coisa de moleque leite com pêra. O que o Bolsonaro quer É CRIMINOSO, PORRA!], a começar pela liturgia do cargo, o presidente Jair Bolsonaro dificulta o que já não é fácil, isto é, a negociação das reformas no Congresso[ele não quer dificultar, ele quer inviabilizar!!!] . Não se pode condenar os parlamentares que se queixam de que o presidente Bolsonaro quer deixar ao Legislativo todo o ônus de tocar as reformas, enquanto usufrui eleitoralmente dos bônus de seus resultados.

Ainda assim, o que se tem, especialmente nos momentos de maior atrito como este – em que os bolsonaristas, com apoio tácito do próprio presidente da República, prometem ir às ruas para achincalhar o Congresso e flertar com um golpe de Estado [não é achincalhar nem flertar, É DITADURA!!! (Porque golpe foi em 2016, ainda que vcs não admitam)]–, é um Legislativo sereno e ciente de suas responsabilidades.[claro! A bancada do PSL cuida da serenidade legislativa!]

A reação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, diante da notícia de que o presidente Bolsonaro ajudou a divulgar a convocação de uma manifestação contra o Congresso, foi bastante prudente[foi demorada]. Em vez de responder no mesmo tom raivoso dos bolsonaristas, Rodrigo Maia preferiu dizer que “o Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir”, razão pela qual é necessário que as autoridades deem “o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional”.[foi fraca e amedrontada]

A equilibrada declaração do presidente da Câmara em defesa das instituições e da democracia [traduzinho: we love nhonho] é sinal de que o Congresso continuará a trabalhar nas pautas que, se bem conduzidas, podem melhorar as condições econômicas e sociais do País. Por outro lado[eu gosto desses vírgula-mas dramáticos, depois de ponto, abrindo oração. Vamos acompanhar], há o risco, não desprezível, de muitos parlamentares se sentirem tentados a revidar as seguidas agressões bolsonaristas aprovando as chamadas “pautas-bomba”, projetos de apelo popular que levem ao aumento de despesas públicas [AAAAAAAAAAHHHHH QUE TUDOOOOOOO Congresso bom, prudente e comedido é aquele q aprova agenda que fode povo, Congresso que alivia o rabo do povo é incendiário! Agora eu entendi a lógica! Quem defende o povo é sebastianista, tá certo… ] – e que terão de ser vetados pelo presidente Bolsonaro, com óbvio custo político, se este não quiser comprometer ainda mais o já frágil equilíbrio fiscal.

Assim, mais do que nunca, é preciso que haja entendimento em vez de confronto, e isso demanda um sofisticado trabalho de costura política que até agora o governo não fez – seja por incapacidade, seja porque alguns ideólogos aloprados acham que o presidente Bolsonaro pode prescindir da política para governar [só mesmo o Estadão pra classificar qualquer coisa vinda do governo Bolsonaro de “sofisticado”]. Resta torcer – a palavra é esta [por favor, imaginem aqui o gif do Panda na cadeira de balanço erguendo os braços e levando as mãos à cabeça, pra esconder o rosto de vergonha? Obrigada] – para que o Congresso tenha noção de seu papel nessa tormentosa travessia e não se deixe guiar pelos arreganhos autoritários de quem não tem, e nunca teve, afinidade com a democracia.

[tá. Deixa eu ver se eu entendi: o txt versa sobre relações entre executivo e legislativo, mas vcs enfiaram o PT aqui pra falar mal (e com um mau gosto de assombrar DSebastião!) deles?]

Letícia Sallorenzo

Letícia Sallorenzo é Mestra (2018) e doutoranda (2024) em Linguística pela Universidade de Brasília. Estuda e analisa processos cognitivos e discursivos de manipulação, o que inclui processos de disseminação de fake news.

3 Comentários

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  1. Letícia demolidora argumentando com livro de gramática e analise lógica.
    Acredito e tenho esperança, a tua inteligência para o bem coletivo, mesmo que os dementes não consigam perceber.

  2. Prezada Madrasta,

    O assunto já vai ficando antigo, mas a fala do Guedes tentando(?) consertar(?) a ofensa às empregadas domésticas mereceria um comentariozinho seu…

    Guedes pediu desculpas e disse: “A mãe de meu pai foi doméstica”.

    Não disse “minha avó”, porque quem tem avó no singular, na sua augusta concepção, são os bastardos que só têm o nome da mãe no RG e que jamais conheceram seu pai biológico. Portanto, só têm uma avó, a materna.

    Também não disse “minha avó paterna”, que definiria com exatidão que ele, Guedes, tem pai conhecido e, portanto, avó paterna.

    O problema, nesse último caso, é que se usasse “avó paterna”, estabeleceria um vínculo direto entre si, o excelso postoipirânguico ser, e a avó que, como foi dito (num contexto de desculpas, conquanto obviamente fajutas), foi doméstica.

    Daí a escolha não acidental de “a mãe de meu pai”, em que a avó deixa de ser avó, aquele ser por quem um neto nutre carinho, respeito e admiração, e passa a ser alguém muito distante, com quem o ministro (com minúscula) não tem laço nenhum: um parente qualquer de seu pai – não dele, Guedes.

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