Presidente da Funai será demitido por negar nomeações de ruralistas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Osmar Serraglio, ministro da Justiça – Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – O ministro da Justiça do governo de Michel Temer, Osmar Serraglio (PMDB), resolveu demitir o presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Antônio Fernandes Toninho Costa, porque o representante dos indígenas não nomeou os 28 indicados pela bancada ruralista a compor a organização.
 
A pressão partiu do deputado André Moura (PSC-SE), que levou os nomes da bancada para a instituição que representa os direitos dos índios e a política indigenista no Brasil. Os cargos recomendados eram de funções técnicas na Funai, mas Costa se negou a nomear os políticos.
 
Isso porque Antônio Fernandes, antes um nome de apoio do próprio deputado André Moura, adotava a postura de indicar apenas especialistas para as coordenadorias regionais e assessorias da Funai. Após contrariar as exigências, seu padrinho político e o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, com o aval de Michel Temer, decidiram demitir o presidente da entidade.
 
A bancada ruralista estava por trás das indicações de três coordenadores regionais, nas cidades de Boa Vista (Roraima), Campo Grande (MS) e Passo Fundo (RS). As sugestões dos parlamentares provocou uma insatisfação dentro da Funai, com ameaça inclusive de invasão das três coordenadorias. 
 
Osmar e Moura anunciariam a queda de Costa nesta última quarta-feira (19), mas por ser o dia do índio, o Governo decidiu atrasar o anúncio. Por isso, nesta quinta (20), Costa cumpriu a agenda normalmente, mas já estava se despedindo dos funcionários da Funai.
 
De acordo com apuração do jornal El País, a exoneração de Antônio Fernandes Toninho Costa será publicada no Diário Oficial da União, de acordo com relatos de aliados de Temer. O substituto deverá ser indicado pelo PSC e pela bancada ruralista no Congresso.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Não ficou um nome bom nesse governo

    O que sera que a “grande” imprensa tem a dizer sobre isso? Antes, o PT aparelhava todo o estado. Como poderia ter dito ironicamente Lula sobre corrupção, aparalhemanto, outras coisas mais: “Nunca antes neste Pais…” Não é mesmo?!

  2. Vargas disse = “Metade dos

    Vargas disse = “Metade dos meus homens do governo não  é capaz de nada. A outra metade é capaz de tudo.’  Ao ver a foto do Ministro da Justiça Osmar Serraglio – que é o ministério mais importante pra manter a governabilidade de qualquer governo – me lembrei do ministro da Justiça anterior, o Zé Eduardo Cardoso. E a frase de Vargas se encaixa perfeitamente= Dilma escalou nos postos-chave de seu governo gente capaz de nada – e o símbolo máximo é o Zé Cardoso. Pós golpe, Temer pós em seus ministérios gente capaz de tudo. E aí se explica porque estamos num país que está passando pela maior recessão econômica por três anos, só perdendo pra países que estão a beira de uma guerra – Venezuela- ou em guerra declarada. 

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