Restaurante cobra 30% a mais de homens para alertar desigualdade de gênero

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Um restaurante em São Paulo passou a cobrar 30% a mais para os clientes homens. A ação foi, inicialmente, criticada pelos consumidores, com diversas reações negativas. O objetivo da campanha chamada “Unfair Menu” (Menu Injusto), entretanto, era de ser justo com as mulheres, que segundo pesquisas, recebem 30% a menos para desempenhar as mesmas funções no Brasil.
 
O estudo Estatísticas de Gênero 2014, do IBGE, mostrou que as mulheres ainda recebem menos que os homens: enquanto eles ganham R$ 10, elas ganham R$ 6,80. Como efeito de comparação, para a mulher receber o mesmo que o homem ao longo de um ano, ela teria que trabalhar 536 dias: são cinco meses e meio para pagar o preço da desigualdade.
 
Outra pesquisa da organização internacional ActionAid revelou que a desigualdade de gênero custa US$ 9 trilhões, a cada ano, no mercado de trabalho dos países emergentes. Um valor maior que os Produtos Internos Brutos (PIBs) do Reino Unido, França e Alemanha juntos.
 
A ação da agência de publicidade Agnelo, em parceria com o restuarante Ramona, foi filmada por câmeras escondidas. Assista:
 
https://www.youtube.com/watch?v=IBidtPYStdk width:700 height:394
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

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  1. Falsa sensibilidade social

    É uma forma de atrair mulheres ao local e, com isso….mais homens!!

    Ou seja, é medida de marketing para trazer mais público.

  2. Deixa ver se eu entendi.

    O esperto arrumou um jeito de cobrar 30% a a mais de metade do clientes sob a alegação de que isso estava contribuindo para a igualdade de gêneros.

    É isso.

    Por que não deram simplesmente um desconto nas contas pagar por mulheres? 

    Ou como dizia minha vózinha: enquanto houver burro, São Jorge não anda à pé.

  3. Isso não é novidade. Só que

    Isso não é novidade. Só que acontece por alguma outra razão. Em Brasilia (provavelmente em qualquer capital) você vai a um Pub, boate ou coisa parecida e há dois preços de entrada, um para homens e outro para mulheres (metade do preço). Isso não pode ser caracterizado como discriminação de gênero? Sempre foi assim, sem qualquer intervenção das autoridades.

    1. Sem falar que a cultura faz

      Sem falar que a cultura faz com que os homens paguem toda a conta do restaurante na maioria das vezes. O garçom é instruído a levar a nota direto para o homem. Uma mulher acha um insulto dividir a conta do restaurante com um homem.

      Se a proposta deste restaurante for que o homem pague apenas 30% a mais que as mulheres, saio até no lucro.

      1. Só se forem as mulheres q vc conhece…

        Vc deve escolher a dedo, provavelmente porque correspondem ao seu gosto por mulheres. Nada de mulheres independentes, né? 

  4. O mais importante não está na

    O mais importante não está na matéria. É só uma campanha de marketing e depois cobram os preços iguais ou efetivamente cobram a mais dos homens? Se realmente a conta for maior, é um aumento fantasiado de “politicamente correto”. Pelo menos poderiam destinar esse valor a alguma ação, como por exemplo, auxiliar uma dessas casas que abrigam mulheres que sofreram violência doméstica.

  5. Sofismáticos

    Qual a faixa de renda do público que o restaurante atende?

    Vou chamar vinte pessoas, comer lá e sair sem pagar para alertar os proprietários modernosos da questão da fome e das diferenças de classe.

    Os publicitários devem ter refletido muito sobre a condição feminina. Isto me fascina.

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