Circulação dentro da USP: cada vez mais difícil

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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do blog Raquel Rolnik

Desde que, em 2011, foi inaugurada a estação Butantã do metrô, que fica a 1km do portão principal da USP, SPtrans e universidade ainda não conseguiram equacionar o problema da ligação entre a USP e o metrô, nem tampouco o trânsito interno, cada vez mais caótico nos horários de pico. Essas são consequências da infeliz decisão de não abrir estações dentro do campus, o que, obviamente, teria sido a melhor opção sob todos os pontos de vista.

O fato é que os ônibus circulares que ligam a estação à universidade são hoje os mais lotados de São Paulo. De acordo com matéria do Estadão, as linhas 8012-10 e 8022-10 transportam todos os dias 1.458 e 1.361 pessoas, respectivamente. Para se ter uma ideia, segundo a Sptrans, a média de uma linha rentável é de 800 pessoas por dia. Nos horários de pico, especialmente no final do período noturno, entre as 22h e 23h, pegar o circular tem sido uma missão quase impossível. Diariamente ouço reclamações de alunos sobre superlotação, demora entre um veículo e outro, alteração nos itinerários das linhas, sem falar no trânsito que todos enfrentam para sair da USP – não é incomum levar 30 minutos da FAU até o portão 1! E ainda dentro de um ônibus lotado… isso porque, como se não bastasse não ter metrô dentro do campus, o ônibus fica parado no congestionamento causado pelos carros, sem nenhuma prioridade…

A edição de abril do Jornal do Campus traz informações sobre uma reunião realizada no dia 27 de março entre Sptrans, reitoria e Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP. Segundo a reportagem, a reitoria da USP atribui a responsabilidade do problema à Sptrans. Por sua vez, a empresa reconhece a superlotação e diz que estuda soluções de curto e longo prazo para resolvê-la. Em nota sobre a reunião, o DCE afirma: “A USP e a SPTRANS definiram poucas iniciativas sobre o problema do transporte público na USP e simplesmente não quiseram debater o central do momento: a volta das três linhas de ônibus que inesperadamente foram tiradas de circulação (Aclimação-Cid. Universitária, Tucuruvi-Cid. Universitária e 177P Santana-Butantã USP). A retirada dessas linhas levou a um aumento na utilização do BUSP, por isso é insuportável pegar circular diariamente para chegar e sair da USP.”

Outra reivindicação dos estudantes é que as linhas circulares entre a universidade e o metrô sejam ampliadas e oferecidas gratuitamente. Desde que foram implementadas, a frequência do circular interno da USP, que é gratuito, foi reduzida drasticamente. Frequentadores da USP que não possuem o Busp (“Bilhete USP”, gratuito nos circulares do metrô apenas para alunos, funcionários e professores) têm que pagar tarifa para se locomover dentro da universidade. A medida sem dúvida afetou muita gente, de funcionários terceirizados a usuários do Hospital das Clínicas, ou mesmo frequentadores dos equipamentos culturais que a universidade oferece.

Enfim, essa situação mostra como a maior e mais importante universidade do país e a maior e mais rica cidade não conseguem juntas equacionar a chegada e a saída dos usuários e frequentadores de uma cidade universitária.

Fonte: Blog Raquel Rolnik

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Lourdes Nassif

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