Delegados nomeados em São Paulo não tomam posse e cenário preocupa

"As promessas de campanha – de elevar os salários dos policiais civis paulistas – estão longe de ser cumpridas", criticou um dos policiais

Foto: Divulgação

Da Associação de Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP)

Vinte Delegados de Polícia – de um total de 250 nomeados – não tomaram posse no cargo, como mostra publicação no Diário Oficial do Estado de São Paulo da última sexta (21). Um deles foi o assistente Judiciário e professor do Damásio, Ricardo Baronovsky, que aponta a desvalorização da Polícia Civil como principal motivo.

“O que tem sido feito pela Polícia Civil nos últimos 24 anos? Sabemos que os baixos salários, a falta de estrutura e de policiais civis são problemas que o atual governo não deu causa. Entretanto, as promessas de campanha – de elevar os salários dos policiais civis paulistas – está longe de ser cumprida, visto o aumento de 5% concedido em 2019”, destacou Baronovsky.

De acordo com ele, entre 2012 e 2013, um Defensor Público em São Paulo recebia cerca de R$ 6 a 7 mil – remuneração menor que a de um delegado: “hoje, um Defensor ganha o mesmo salário de um Promotor ou Juiz, em torno de R$ 20 mil. E destaca-se que é um cargo de menor complexidade e menor concorrência, e que não tem o risco inerente à carreira de Delegado.”

O presidente da Associação de Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP), Gustavo Mesquita Galvão Bueno, considera preocupante que 20 dos 250 delegados aprovados para o concurso da Polícia Civil (ou seja, 8%) sequer compareceram à posse. “Resguardados os motivos de foro íntimo de cada candidato não empossado, resta muito evidente a conclusão de que a grande parte deste número se deve ao baixíssimo grau de atratividade do cargo de Delegado de Polícia do estado de São Paulo”, analisa Mesquita. Para ele, o altíssimo nível de preparação exigido, as atribuições, a responsabilidade e o risco de vida inerentes ao cargo, não são compatíveis com os piores salários de toda a Federação.

A ADPESP alerta que para que além da preocupação com o cenário atual, o governo deve aprender com tal situação, uma vez que ela representa um exemplo claro de que a suposta economia pretendida, ao pagar baixos salários aos seus policiais, revela-se um grande prejuízo, considerando todo o custo financeiro e desgaste de trabalho envolvido no processo seletivo de provas e títulos, que já de partida não tem todo seu efetivo preenchido.

 

Redação

7 Comentários

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  1. Desvalorização da Polícia de São Paulo é a história dos 40 anos de Tucanato desde Franco Montoro (ainda no MDB). Em contrapartida o fortalecimento de Facções Criminosas que tem em SP seu maior e mais forte ponto de apoio. Seria apenas coincidência na Pátria das Coincidências? Elites cada vez mais nababescas, inclusive tornando-se Donos do Estado Brasileiro via Privatarias em terras estrangeiras e Bolsa de Valores de NY, para dificultar a interferência de Legislação, Interesse e Estado Brasileiro. Mas quando a bomba estourar os Brasileiros descobrirão que estas Elites da Redemocracia já são NorteAmericanos, Canadenses, Portugueses, Franceses,….

  2. Não entendi bem por que pra defender uma carreira tem-se que desvalorizar outra, que, aliás, é vilipendiada por defender os mais vulneráveis…….mas, melhor ficar quieto, tá tudo tomando rumos estranhos……

  3. Uma opinião: me parece que o Dória é da mesma opinião do Bolsonaro, acabar coma polícia civil e economizar dinheiro, deixado as milicias trabalharem pelo estado.

  4. E o que o pessoal policial está querendo? Privilégios só para eles nos dias de hoje quando todo o restante do funcionalismo público estadual está sem reajustes salariais há vários anos? Quando governantes cafajestes não repõem os que se aposentam ou morrem, seja na saúde, seja na educação, e por que não na segurança pública? Se policiais civis e militares devem obter reajustes (mais do que justos, claro) eles devem se aliar ao restante do funcionalismo e ir para as ruas, se necessários entrarem juntos em greve. Mas não se isolarem como se só eles tivessem direito a um privilégio. P R I V I L É G I O SIM, POIS COMPACTUAM COM GOVERNOS CAFAJESTES QUE ARRUINAM A PREVIDÊNCIA, QUE ARRUINAM SALÁRIOS, QUE ARRUINAM O ATENDIMENTO À POPULAÇÃO COM NÃO REPOSIÇÃO DE FUNCIONÁRIOS QUE SE APOSENTAM OU MORREM. Ou seja, querem o privilégio só para eles, assim como fizeram os altas patentes das forças armadas, que quando todos os trabalhadores brasileiros estão se ferrando com reforma trabalhista, previdenciária, tiveram reajustes salariais….e a ralé das forças armadas também ficou a ver navios mas não reage por questão disciplinar. Ou seja, precisam ter vergonha na cara….já que neste país juízes e procuradores não têm vergonha de seus altíssimos salários……..por mim, esse pessoal que anda armado (militares e civis) tinha que reagir em defesa do interesse de todos e não apenas do interesse deles. Isso é privilégio de cafajestes.

  5. Qual o motivo de não publicarem meu comentário? Seria porque chamei de privilégio qualquer reajuste que se dê a uma categoria do funcionalismo e a outras não? Por que pessoal policial tem que ter reajuste se servidores daSaúde, da Educação, por exemplo, também não ganham reajustes? Por quê Delegados se acham mais merecedores que Enfermeiros, Auxiliares de Enfermagem, pessoal administrativo? Se delegados querem reajuste, que se unam às outras categorias do funcionalismo e reivindiquem em favor de todos e não se uma só categoria. Aliás, essa injustiça já aconteceu no nivel federal, onde o governo do cafajeste-mor deu reajuste para altas patentes das forças armadas e mandou bananas para o resto, ao mesmo tempo em que direitos previdenciários iam pras cucuias nas malditas reformas da previdência e trabalhista. E o bando de militares de baixa patente que se foda, já que não reagem contra o reajuste só para os de cima…..privilegio escandaloso, privilégio de um governo de filhos das putas……

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