Doria inaugura o toma-lá-dá-cá inspirado por Temer

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Doria segue os passos de Temer: quem não dá apoio tem amigos demitidos. Assim, o gestor de São Paulo está tratando a questão dos vereadores que não o apoiam nas privatizações, ou seja, demite os aliados dos descontentes. Ele pretendia conseguir votos para aprovação do projeto de privatização do Anhembi, mas a proposta balançou na Câmara. Ele então agiu.
 
A Folha foi a campo e identificou os atingidos. Segundo o jornal, a gestão verificou que o vereador Souza Santos (PRB) como um descontente. Daí demitiu, hoje, dois funcionários ligados a ele, um deles o irmão do vereador. Na lista de desligamentos outros dois nomes ligados também ao PRB descontente devem ser desligados nos próximos dias.

 
O recado está dado: ou fala amém para os projetos do gestor ou aliados são desligados.
 
Segundo o jornal, essa guinada agressiva na negociação está ligada à presença do vice-prefeito Bruno Covas (PSDB) no cargo de articulador político da gestão, desde novembro, quando deixou a secretaria das Prefeituras Regionais. Esta semana ele negociou diretamente na Câmara, oferecendo 10% da verba a ser arrecadada com a venda do Anhembi para projetos de vereadores nas áreas de saúde, educação, habitação, mobilidade, segurança e assistência social. Um toma-lá-dá-cá clássico.
 
O PRB, que tem vereadores com dúvidas, é o grande articulador no serviço funerário em São Paulo, com expressivas nomeações no setor. Como Doria quer privatizar os cemitérios, o partido empaca algumas decisões. Segundo declarou à Folha, o vereador Souza Santos diz que é a favor das privatizações de cemitérios, desde que melhorem o serviço, já que “o serviço funerário vem patinando há anos”.
 
Mas não é só a Câmara que empaca a sanha privatizadora do gestor. O Tribunal de Contas do Município barrou no nascedouro uma série de ações de Doria, como os planos de privatização do Anhembi, reforma de pontes nas marginais e concessão dos cemitérios, crematório e serviço funerário. Assim, mesmo que consiga aprovação na Câmara, o gestor terá que cumprir uma série de etapas para concretizar a alienação.
 
E mais, o gestor sofreu outros desgastes, como a pendenga com Geraldo Alckmin, seu padrinho político, dentro do PSDB e o seu desempenho pífio nas pesquisas.
 
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. E o caso do contrato fantasma com empresa de iluminação?

    Notícia de CBN – Hoje 01/12/2017

    Por Guilherme Balza

    “Contrato fantasma”, “acordo informal”, “contratação verbal”. Qualquer um desses termos pode ser usado para descrever a relação da gestão Doria com a FM Rodrigues. Isso porque a empresa responsável por cuidar da manutenção e fazer os reparos nos postes de toda a cidade de São Paulo está operando há dois meses sem vínculo formal com a prefeitura.
     
    O contrato anterior já tinha sido prorrogado duas vezes e terminou em 1º de outubro deste ano. Sem poder prolongar o vínculo mais uma vez, o prefeito João Doria anunciou, em agosto, que faria um contrato de seis meses em caráter emergencial com a mesma empresa, sem licitação.
     
    Nenhum contrato, no entanto, foi assinado, apesar de a FM Rodrigues estar fazendo a manutenção da iluminação há dois meses. O único documento publicado no Diário Oficial do município é um memorando em que o secretário de Obras, Marcos Penido, autoriza a contratação emergencial.

    Não se sabe quanto a gestão está pagando à empresa pela manutenção da rede de luz da cidade, nem quais são as bases dessa parceria.
     
    Em resposta a uma auditoria do Tribunal de Contas do Município, o Departamento de Iluminação da Secretaria de Obras, o Ilume, informou que até o momento o contrato não foi firmado entre as partes. O Ilume respondeu também que, além do memorando, nenhuma informação foi emitida ou publicada a respeito.
     
    Tudo isso causou indignação aos conselheiros do TCM, que consideram a situação ilegal e agora vão pedir esclarecimentos do prefeito e secretários.
     
    A decisão de Doria de fazer um contrato emergencial foi para driblar uma longa disputa relacionada a uma mina de ouro: a licitação da PPP da Iluminação, que vai pagar ao vencedor mais de R$ 7 bilhões por 20 anos.
     
    Dois grupos, o próprio FM Rodrigues e consórcio Walks, concorrem na PPP. A FM Rodrigues foi à Justiça para tentar desclassificar o Walks. O argumento é que o Tribunal de Contas da União considerou inidônea uma das empresas do Walks, a Alumini, por envolvimento na Lava Jato.
     
    Tudo isso vem adiando há dois anos a abertura dos envelopes da licitação. Para colocar um fim às prorrogações de contrato, o TCM determinou, em julho desse ano, que a prefeitura fizesse a abertura dos envelopes e finalizasse a licitação.
     
    Além disso, nenhuma das decisões judiciais recentes relativas à PPP teve caráter suspensivo. Isso quer dizer que, no entendimento da Justiça, a prefeitura poderia abrir os envelopes e concluir a licitação mesmo que no futuro uma concorrente fosse desclassificada. 

    A gestão Doria, no entanto, não prosseguiu com o processo, também não abriu uma nova licitação e optou por fazer a contratação verbal.

    O Tribunal de Contas do Município enviou um ofício ao prefeito no último dia 14, mas não houve resposta.

    Outro lado

    Procurada pela reportagem da CBN, a prefeitura informou que, por ser um contrato emergencial, o prazo para formalização desse contrato é de 180 dias. Mas, na verdade, esse é o tempo de duração do contrato, e não o prazo para formalizá-lo. 

    A Lei de Licitações determina que contratos emergenciais sejam publicados no máximo quinto dia útil do mês seguinte. Nesse caso, o documento deveria ter sido publicado em até 7 de novembro. E nele deveria constar uma pesquisa de preços e as explicações da emergência.

    Sobre dar prosseguimento à licitação, a Prefeitura informou que estava aguardando o julgamento do mérito da ação, pautado pelo Tribunal de Justiça para ser julgado no último dia 27. Como a decisão não ocorreu, a prefeitura informou que estão sendo avaliadas as medidas a serem adotadas.

    A FM Rodrigues também foi procurada. Um advogado da empresa afirmar que o grupo está trabalhando conforme a legislação. A empresa não quis dizer se há ou não um contrato com a administração e informou que quem deve responder isso é a prefeitura.

     

     

  2. Lendo “O Príncipe”, de

    Lendo “O Príncipe”, de Maquiavel, chego à conclusão de que Doria possui a virtú invertida. Ele se indispõe com os grandes, com os pequenos, com aliados, com adversários, enfim, é uma lambança só. 

  3. Enxota esse vagabundo

    O que falta para a expulsão, afastamento, impedimento, demissão, deposição, destituição, exoneração, desocupação e retirada desse canalha engomadinho?

    O que falta para a expulsão, afastamento, impedimento, demissão, deposição, destituição, exoneração, desocupação e retirada desse canalha engomadinho?

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