Fragilidade do abastecimento de água na Zona Leste

Jornal GGN – O problema de água na Zona Leste de São Paulo foi tema de audiência pública realizada ontem (21), em São Miguel Paulista. Cerca de 30 pessoas, moradoras da região, estiveram presentes na reunião, conduzida pelo vereador Laércio Benko, presidente da CPI da Sabesp.

As pessoas deram testemunhos de um cenário de racionamento que parte da população da capital ainda não vivenciou.

De acordo com Dorcas Freitas, organizadora da audiência, o período de disponibilidade da demanda é muito curto. “Não tem nem fiozinho, a água acaba 11h30 e volta 4h30 da manhã. Quando chega, a água não tem força suficiente para subir. O que fazer? Idosos e acamados ficam sem banho. É uma luta muito grande”, disse. “Aumentou a conta sem ter água, diferente da luz que aumentou, mas não acaba. Todos têm o mesmo problema”.

A fala dela foi reforçada por outros moradores. Ana Lúcia afirmou que só tem duas horas de água por dia, Socorro disse não se lembrar da última vez que não faltou água. Zezinha disse que nunca tem água quando ela chega do trabalho. Ernesto da Silva disse que o corte acontece todos os dias, logo pela manhã, por volta de 9h30.

Há entre os moradores da região uma percepção de que reclamar é pior. Um medo de que a Sabesp promova retaliação. Foi a opinião expressada, por exemplo, por Vitor Justiniano, que teme perder o pouco de água que lhe resta.

Dorcas Freitas concordou. “Os moradores ficaram com medo de participar dessa audiência, pois ontem a Sabesp passou aqui colocou relógio de graça e deu caixa d’água. As pessoas estão com medo de censura por parte da Sabesp”, afirmou. 

Redação

6 Comentários

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  1. Estão segurando o apito da panela de pressão.

    A turma do xuxu ainda não desceu do palanque, não querem convocar a população, deixá-la informada do risco que está atravessando. Ficam cheios de dedos para mencionar a palavra racionamento, esquecem que a palavra deriva de racionalidade, de administrar o abastecimento com a razão. Até parece que virou palavrão, que não pode ser mencionado, mas que eles já colocam em prática. Então fica esse negócio de jogar a crise nos bairros periféricos, onde não há uma opinião pública com poder de maior vocalização e pressão política para cobrar dos (des)governantes. Estamos apenas no início da estiagem, chegará uma hora em que mais bairros terão de ser sacrificados, talvez tenham de chegar nas áreas centrais, eles estão brincando com a pressão da panela.

    Só com participação popular na solução da crise é que se consegue evitar suas consequências extremas, a cidade corre o risco de colapsar. A oposição tem de ser serena nesta hora, protesto puro e simples na porta do Bandeirantes não colocará água na torneira de ninguém, do mesmo modo, ninguém também pode esperar o impeachment do irresponsável, para poder tomar um banho ou cozinhar uma panela de feijão. A hora é de organizar a solidariedade entre as pessoas, para que a situação não resulte numa explosão de barbárie, onde ninguém terá controle dos acontecimentos; se a população permanecer organizada e solidária, centrada nas ações mais imediatas para solucionar seus problemas cotidianos, a defenestração dos irresponsáveis fluirá com naturalidade. Lembrem-se, o risco do colapso da cidade está no horizonte, é algo que todos devem fazer esforços para que não aconteça, a população entenderá quem a colocou diante do risco, como entendeu na época do apagão do fhc.

    1. Não tenho tanta certeza dessa

      Não tenho tanta certeza dessa defenestração. Haja vista que o problema já era conhecido, mas não divulgado pela mídia nativa, e o xuxu se reelegei no primeito turno. 

  2. Fico na expectativa de

    Fico na expectativa de aparecer algum comentário defendendo o governo estadual. Se a notícia fosse contra um governo do PT, Deus me livre! Ia entupir o blog de comentários.

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