Prefeitura inicia operação de retirada de barracos de favelas na ‘cracolândia’

Administração Haddad informa que moradores serão levados a hotéis sociais da região central de São Paulo e que haverá programa de qualificação profissional de moradores de rua

São Paulo – A prefeitura de São Paulo começou hoje (14) a Operação Braços Abertos, cujo objetivo é retirar os barracos da favela instalada na região conhecida como cracolândia, no bairro da Luz. A operação surpreendeu os ocupantes dos barracos, que esperavam a ação para quarta e quinta-feira.

Ainda assim, a retirada das habitações precárias na rua Helvétia ocorreu sem maiores problemas. Os próprios moradores desmontaram as casas de madeirite. Amanhã, devem ser removidas as pessoas instaladas na rua Dino Bueno, onde está o maior número de barracos.

Equipes de saúde do município e do estado circulavam pelas ruas do entorno da favela abordando inclusive pessoas que não estão abrigadas nos barracos, mas que frequentam o local em busca de crack.

Ao todo, são cerca de 300 barracos. As pessoas ouvidas pela reportagem dizem não saber exatamente para onde vão. A prefeitura diz que irá alojá-los em cinco hotéis da região. Um deles, visitado pela RBA, ainda não tinha recebido nenhum hóspede hoje.

Entre as medidas do programa Braços Abertos está a oferta de uma atividade remunerada aos participantes, assim como sua qualificação profissional. Os usuários cadastrados terão de prestar serviços de zeladoria municipal – varrição, por exemplo – com jornada diária de 4 horas e ainda participar de um curso de capacitação que será oferecido pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo por 2 horas diárias. Pela jornada completa os beneficiários receberão um auxílio de R$ 15 por dia. Os finais de semana serão livres. Café, almoço e jantar serão oferecidos no Bom Prato, restaurante do governo estadual.

Segundo a prefeitura, os cursos serão organizados a partir de experiências anteriores dos integrantes ou eventuais interesses e aptidões. Estas informações já foram recolhidas no momento do cadastro. Os beneficiários inscritos nos cursos de capacitação serão certificados, desde que tenham atingido uma aprendizagem satisfatória ao longo do programa e frequentado ao menos 75% das aulas.

Após a ação pontual, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) informa que vai seguir com monitoramento permanente da área, mantendo mais de 30 homens que farão varreduras a pé e com viaturas motorizadas, deslocando-se no perímetro itinerante, dentro do quadrilátero conhecido como cracolândia. O objetivo do trabalho será evitar a montagem de barracas e colaborar nos flagrantes de tráfico de entorpecentes e de outros delitos na região.

Redação

6 Comentários

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  1. Tem que dar certo.

    A Operação Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo, numa parceria com o Governo do Estado, vai revolucionar a maneira de tratar os dependentes de drogas e residentes nas ruas da nossa cidade, e mesmo que não obtenha sucesso total, nas primeiras iniciativas, ela já mudou o entendimento dos ditos ocupantes de nossas ruas centrais, que não viram a operação, como uma “limpeza” e sim, como uma tentativa de reabilita-los, embora este seja um processo longo e custoso, no qual muitos deles, e de nós, não acreditamos que funcione.

    Pode nem funcionar, porem já está mudando a maneira de enxergar a situação, por muitos dos até então descrentes, de uma saída não violenta e sim de ressocialização.

    Tem que dar certo !

  2. ATUAÇÃO NA CRACOLÂNDIA

    Mudança de atitude das mais interessantes e de possível sucesso. O entendimento da problemática das drogas no país, em especial o crack, tem que ser discutido sem  hipocrisia e as iniciativas como esta devem ser aplaudidas, não ficando apenas no óbvio da repressão que em nada contribuiu até hoje para melhorar ou solucionar o problema. A repressão apenas muda os pontos de lugar, os usuários e traficantes saem dos lugares em que houve atuação policial e vão para lugares sem policiamento, mudando novamente de lugar quando molestados.

    A ressocialização é o caminho, a meu ver, mais sustentável,uma vez que o usuário de crack, em grande parte, quer se livrar da escravidão das drogas e não consegue ou não tem apoio para que consiga abandonar o vício.

    Há um mês fui abordado, em frente à Matriz de Poços de Caldas, por uma mulher (usuária conhecida na região central), que implorava para ser internada. Procurei a PM, Guarda Municipal e me indicaram o CRAS. Liguei para eles e me parece que conseguiram a internação, pois não vi mais a mulher.

    A possibilidade de valorização do ser humano, através do trabalho remunerado, tem grande possibilidade de sucesso. o trabalho, com certeza, é o melhor remédio para a valorização e formação do ser humano.

    Devemos discutir abertamente a proibição de adolescentes trabalharem. Não vejo benefício nenhum em proibir o trabalho de menores de 16 anos…apenas deve haver fiscalização eficiente, para que não haja abusos de exploração de trabalho infantil. Certo é, que adolescentes trabalhando serão adolescentes mais sóbrios e cidadãos melhores formados.

    Para reflexão..grande abraço, Nassif

     

  3. Parece boa a proposta. Espero

    Parece boa a proposta. Espero que não seja pra inglês ver. De qualquer forma, será paliativo. Mas é a maneira certa de se encarar a questão: dando esperança, não prisão. 

    1. Seria tão mais fácil pra vc

      Seria tão mais fácil pra vc matar todo mundo né.

       

      Isso se chama governar. Um passod e cada vez. É lento mesmo o processo.

  4. Acredito que todo comentário

    Acredito que todo comentário negativo deve vir acompanhado de uma sugestão. Quando os críticos são chamados a darem uma contribuição ficam normalmente escondidos. Critica sem conteúdo é muito fácil.

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