Incendiado, prédio de 50 famílias desaba no centro de São Paulo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Corpo de Bombeiros de São Paulo

Da ABr

Um prédio de 26 andares no centro da capital paulista, onde viviam 50 famílias, desabou em chamas por volta das 3 horas de hoje (1º), após ter sido atingido por um incêndio. O edifício, que ficava na Avenida Rio Branco, na região do Largo do Paissandu, era ocupado por um movimento social de defesa ao direto a moradia. 

O Corpo de Bombeiros confirmou, até o momento, que uma pessoa morreu. Não há informações oficiais sobre o número de desaparecidos. Uma faixa da avenida Rio Branco foi tomada pelos escombros do edifício que desabou. 

O edifício, que ficava na avenida Rio Branco, na região do Largo do Paissandu, era ocupado por um movimento social de defesa ao direto a moradia. – Direitos reservados Corpo de Bombeiros de São Paulo

Um segundo prédio, próximo ao que desabou, também foi atingido pelo incêndio. O edifício, no entanto, estava vazio e as chamas estão restritas a um único andar. Cerca de 160 membros do Corpo de Bombeiros atendem a ocorrência.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

14 Comentários

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  1. Incendiado….

    Demorou para voltar esta estratégia de urbanização e Ocupação de Espaços das Politicas Progressistas destas últimas décadas, em especial, as tucanas. Deste vez não foi Favela incendiada no meio de feriadão prolongado. Com a cidade vazia e assunto resolvido quando da volta da normalidade na semana seguinte. Mas sabemos: Tudo coincidência. Como é apenas coincidência que Esquadrões da Morte, agora apenas rotulados como ‘Chacinas’, Explosões de Carros Fortes e Bancos não serem obra do Estado Brasileiro pelo braço armado e protegido da Polícia. Sabemos, apenas Teoria da Conspiração. Problema resolvido: sem prédio para invadir, com o espaço livre para reurbanização, sem local para exposição de pobres e miseráveis, com a desculpa perfeita acobertando a covardia, omissão e falta de projetos deste Estado. Do outro lado, Elite Ideologizada, ‘esquerda que não é esquerda’, ‘elite que não é elite’, se omitirá de enfrentar o problema de grilagem, falta de regulamentação, invasão de espaços públicos, regularização fundiária urbana, latifúndios e latifundiários urbanos, degradação de áreas, trabalho (escravo), meio ambiente urbano,…Tudo que adora combater no meio rural e na agropecuária. A imagem do prédio desabando e vidas sendo tragadas diz tudo. 40 anos de redemocracia. “A Verdade Vos Libertará”. O Brasil é de muito fácil explicação.        

  2. É bom prestar atenção, Nassif…

    Não há coincidências, sabemos.

    A cobertura da mídia, com a insistente “tese” de que foi a precariedade das instalações da ocupação a causa provável, apresentando como lastro a essa versão uma suposta “reclamação” de moradores ao mp sobre as condições do prédio, e até uma inacreditável entrevista de um pastor luterano (eu não acredito), lamentando-se pelo acervo destruído, sem mencionar em nenhum momento a tragédia humana ali acontecida só dão a tônica de que o incidente deve ser investigado por outro lado.

    O prédio é da União.

    A presença dos cretinos covas e temer fecham a teoria da conspiração.

    Mas como dizia Kurt Cobain, não é por sermos paranoicos que não estejamos sendo perseguidos.

    Engraçado como os incêndios em favelas aperecem e somem como “epidemias”, não?

  3. É bom prestar atenção, Nassif…

    Não há coincidências, sabemos.

    A cobertura da mídia, com a insistente “tese” de que foi a precariedade das instalações da ocupação a causa provável, apresentando como lastro a essa versão uma suposta “reclamação” de moradores ao mp sobre as condições do prédio, e até uma inacreditável entrevista de um pastor luterano (eu não acredito), lamentando-se pelo acervo destruído, sem mencionar em nenhum momento a tragédia humana ali acontecida só dão a tônica de que o incidente deve ser investigado por outro lado.

    O prédio é da União.

    A presença dos cretinos covas e temer fecham a teoria da conspiração.

    Mas como dizia Kurt Cobain, não é por sermos paranoicos que não estejamos sendo perseguidos.

    Engraçado como os incêndios em favelas aperecem e somem como “epidemias”, não?

  4. Há pouco li em outro blog que

    Há pouco li em outro blog que também sofreu dsgaste com o incêndio uma igreja presbiteriana próxima aos edifícios. Está, segundo imagens, em péssimo estado. 

    Culpa de alguém, afinal nada disso se verifica em países como os da Europa. O abandono das autoridades, em todo o país, em relação aos imóveis dos governos. Aí, quando os sem-teto invadem, aparecem os interessados em expulsar os vagabundos. 

     

  5. Há desencontro nestas informações

    Segundo Esmael, não os ocupantes do prédio não têm ligações com movimento social de defesa do direito à moradia. Esta notícia – movimento social – pretende, em pleno dia do Trabalho – colocar a culpa nos MTST. É importante, antes de noticiar, não se ater, pura e simplesmente, o que diz a mídia, sempre colocando fogo nos direitos importantes de nosso povo.

    https://www.esmaelmorais.com.br/2018/05/moradores-de-predio-que-pegou-fogo-em-sao-paulo-nao-tinham-relacao-com-mtst/

     

  6. Julio Lancelotti

    Cadê o hipócrita mor dos sem teto?

    Pelo jeito não quis interromper o feriado na praia com o rapaz agraciado pela Pajero …

  7. Julio Lancelotti

    Cadê o hipócrita mor dos sem teto?

    Pelo jeito não quis interromper o feriado na praia com o rapaz agraciado pela Pajero …

  8. A globo só falou, mas não mostrou imagens na TV
     

    Hostilizado, Temer deixa às pressas local do incêndio em SP

    O presidente Michel Temer deixa o local do incêndio em São Paulo às pressas após ser hostilizado por presentes O presidente Michel Temer deixa o local do incêndio em São Paulo às pressas após ser hostilizado por presentes Foto: Reprodução/GLOBONEWSO GloboTamanho do texto A A A

    RIO – O presidente Michel Temer errou em sua estratégia de comparecer ao local do incêndio para prestar apoio às vitimas da tragédia que atingiu dois prédios no Centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira, e precisou deixar o local às pressas, levado por seguranças. Um edifício de 24 andares desabou e até o momento ao menos quatro pessoas estão desaparecidas.

    Por volta das 10h, Temer desceu de um carro preto e cercado por repórteres disse que estava ali para prestar apoio às vítimas, quando passou a ser hostilizado pelos moradores que revoltados passaram a xingá-lo de “golpista” e arremessaram objetos contra a comitiva do presidente.

    – Não poderia deixar de comparecer aqui em São Paulo, sem embargo dessas manifestações, pois eu estava aqui e após essa tragédia para prestar apoio, Defesa Civil e ajuda do governo federal está à disposição. Serão tomadas as providências aqueles que perderam seus entes queridos, mas também os que perderam sua habitaçao. Vamos prestar assistência – disse ao sair rapidamente no momento em que ouvia protestos de moradores.

    Temer confirmou que “lamentavelmente” o prédio pertence à União. Mais cedo, o prefeiito Bruno Covas afirmou que estava em negociação para que a prefeitura assumisse o prédio.

    O presidente foi logo levado por seguranças e deixou o local sem responder a algumas perguntas dos jornalistas.

    O fogo começou num apartamento do 5º andar, por volta de 1p0m, e se espalhou rapidamente, atingindo um edifício vizinho. O segundo prédio foi evacuado e, de acordo com os bombeiros, não há risco de desabar. Cerca de 160 homens trabalharam intensamente no combate às chamas. Pelo menos três quarteirões foram isolados para o trabalho das equipes.

    A Defesa Civil está no local fazendo o cadastramento de 150 famílias que moravam, de forma precária, no prédio que desabou. O edifício, de acordo com testemunhas, é uma antiga instalação da Polícia Federal, que estava desativada e fora ocupada por essas pessoas

    A pessoa que morreu estava sendo resgatada por uma corda de aço, quando o prédio veio abaixo. Cerca de 90 famílias ocupavam o local na hora em que o incêndio teve início.

    https://extra.globo.com/noticias/brasil/hostilizado-temer-deixa-as-pressas-local-do-incendio-em-sp-22642503.html

     

    1. Não emplaca uma.
      Rejeitado

      Não emplaca uma.

      Rejeitado até pelos desperados em hora de desespero. Sina do “aqui faz, aqui paga”.

      Se bem que os áulicos de sempre tentarão tirar algum ganho.

  9. Pra não dizer que foi omisso
     

    Temer deu as caras por lá com sua comitiva, por volta de 9 da manhã ( foi o que ouvi do repórter local).

    Foi à paisana,de calça e camisa, e não deu dois passos.

    Romperam o cordão de isolamento e partiram pra cima e quem não pôde chegar perto, começo a atirar coisas.

    Foi um tal de correr pra lá e pra cá pra proteger o cabra…

    O carro oficial saiu na zula, cheio de pânico e sortido de seguranças.

    O importante é a “popularidade”, que ele vai aproveitar para se reeleger.

    Fico pensando nas mãos do povo sobre a cabeça do Lula e as mãos ansiosas dos paulistas do Largo do Paissandú procurando o pescoço do Temer e me pergunto:

    Democracia é a escolha do povo mesmo?

    “Alguém” estão me enganando. Ah! que estão tão!

       

  10. Incendiado no Dia do Trabalhador Intermitente…
    Nassif, o título merece parabéns (“Incendiado, prédio de 50 famílias desaba no centro…”), pois as 150 famílias que ali moravam nos dez primeiros andares desse prédio de 24 andares cuidavam bem dos mesmos, caso contrário já teriam sido despejadas pelo Corpo de Bombeiros desta cidade com leis destinadas a evitar a repetição de tragédias como a dos edifícios Andraus e Joelma. Com uma área de onze mil metros quadrados, construído em 1968 para abrigar o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), o prédio da esquina da rua Antônio de Godoy com avenida Rio Branco, junto ao largo do Paissandu, era cercado por estações do metrô e habitado por pessoas que trabalhavam em suas cercanias, no pólo da rua Santa Ifigênia, 25% das quais oriundas da Argentina pós-Mauricio Macri e seu desemprego neoliberal. Pegar fogo na madrugada do Dia do Trabalhador e atrair até as nove horas da manhã a presença do presidente da República e do prefeito paulistano e governador paulista em exercício só pode ser coincidência, bem como os planos das imobiliárias interessadas em construir apartamentos de dez metros quadrados nas cercanias do metrô, por R$ 100 mil cada, principalmente nessa região do centro histórico e suas adjacências. Michel Temer permaneceu alguns minutos, até que o “Fora Temer” das famílias desabrigadas o obrigou a bater em retirada. Pudera, além de tudo o prédio do INSS abrigou a sede da Polícia Federal no estado até 2009, quando ficou pronta a nova sede à beira do rio Tietê, na Barra Funda, e o imóvel foi colocado à venda por R$ 21,5 milhões, até que um acordo entre o Serviço do Patrimônio da União e a Prefeitura paulistana o colocou sob a responsabilidade da Prefeitura da capital, que ali queria abrigar a sua Secretaria da Cultura e para tanto já havia realizado mais de seis reuniões só este ano com seus ocupantes, sem que em momento algum fosse aventado risco iminente de incêndio – como o PIG ressalta neste primeiro de maio, imputando à Guilherme Bolos a responsabilidade pelo incêndio e ocupação, quando os próprios moradores desabrigados desmentem tal versão. O clima de tragédia anunciada, entretanto, é reforçado inclusive pelo depoimento do pastor evangélico Frederico Ludwig, que perdeu a Igreja Luterana ali contígua, com seus vitrais feitos pelo mesmo vitralista do Teatro Municipal e do Mercado Central – tudo tombado pelo Condephaat estadual e Compresp municipal, sem que tais órgãos se manifestassem. Muito menos o Corpo de Bombeiros, que desde 2015 teria constatado o risco de incêndio sem entretanto cumprir o que a legislação lhe faculta fazer, a desocupação imediata do imóvel em risco. Como há outros 150 imóveis da União em SP na mesma situação, desocupados há tempos e ocupados por sem tetos com base no artigo 182 da CF que prevê a função social da propriedade e da cidade além do Estatuto da Cidade (Lei no10.257/2001), da Lei Federal da Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587/2012) e do Estatuto da Metrópole (Lei nº 13.089/2015) – é possível que a saída do impasse seja apenas o incêndio, uma vez que a existência dessas leis se deve à necessidade de proteger as populações mais carentes, como a população negra paulistana, que em 1903 perdeu por decreto o cemitério e a igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, edificados desde 1737 no largo do Rosário, para que ali, na atual praça Antônio Prado,fossem construídos palacetes como o Martinico Prado, antiga sede da Light, City Bank e a sede atual da BM& FBOVESPA, a mesma bolsa de valores do rentismo imobiliário e financeiro que transformou o solo municipal em ativo econômico que abriga 3,3 milhões de imóveis, 45% dos quais sob o domínio de apenas 1% de proprietários, algo em torno de R$ 749 bilhões como Ermínia Maricato e Ana Gabriela Akaischi escreveram aqui no blog dias atrás. Em 1903, voltando às populações mais afetadas pela especulação imobiliária, a Igreja dos Homens Pretos recebeu da Prefeitura um terreno no atual Largo do Paissandu, aonde permanece até decreto em contrário, bem ao lado desse prédio incendiado que foi construído há apenas meio século e, depois de abrigar o INSS, virou sede da PF, que ali prendeu em 1981 o argentino Adolfo Pérez Esquivel, que havia acabado de receber o Prêmio Nobel da Paz e aqui veio participar de um evento em que criticou a Lei da Anistia promulgada em 1979, considerada desde então uma garantia para os ex-ditadores e torturadores reassumirem o poder. Uma multidão cercou o prédio durante a noite inteira, até que dom Paulo Evaristo Arns chegou ao mesmo e conseguiu a libertação do “visionário” que anteviu o golpe do impeachment com 35 anos de antecedência. E agora foi impedido de visitar o ex-presidente Lula na prisão. Além da PF, o prédio abrigou também o delegado Romeu Tuma e os 125 últimos delegados do então extinto DEOPS paulista, que além de prender ali o mafioso italiano Tommaso Buscetta, também atraiu para lá a mídia internacional em 1985, quando anunciou ter encontrado em um cemitério em Embu a ossada do carrasco nazista Josef Mengele, atualmente muito lembrado pelos adeptos de um pré-candidato à presidência da República, partidário dessas ideologias nazi-fascistas em regresso triunfal desde o golpe togado, em momento algum mencionado pela mídia neste feriado agora dedicado ao Dia do Trabalhador Intermitente, vulgarmente chamado de escravo sem direito à senzala…

  11. Será que foi “false flag”?

    Espero estar errado, mas tem algo estranho no sincronismo dos acontecimentos deste incêndio e desabamento. Pode ser coincidência, mas é muito esquisito o Mishell ter cancelado a viagem para Ásia e aparecer no local (a tragédia poderia ter sido pior se todos tivessem morrido); o “acidente” ocorrer as vésperas da, como anunciada, maior comemoração do dia do trabalhador dos últimos tempos, com protestos contra os ataques a CLT e a prisão do LULA. De tal forma que as emissoras darão pouco destaque ao dia do trabalhador. Seria muito prudente investigar de perto as causas da tragédia. Vai que o mesmo grupo que “roubou as balas que mataram a Mariela dos Correios” estão com os dedos queimados nesta tragédia também.

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