Por trás da falência do estado do Rio de Janeiro

“O decreto é uma fraude porque a lei só prevê o estado de calamidade quando há uma “situação anormal, provocada por desastres”
 
 
Jornal GGN – Há dois dias o Governo do Rio de Janeiro decretou estado de calamidade pública devido à crise econômica. Segundo o governador em exercício, Francisco Dornelles, a situação fiscal do país como um todo e a queda do preço do petróleo levaram o estado a amargar um período de recessão sem precedentes. No artigo à seguir, Bernardo Mello Franco questiona as desculpas do governo relembrando ações bastante erráticas das últimas gestões como o projeto de demolição, a isenção fiscal que fez o estado abrir mão de R$ 185 bilhões entre 2007 e 2015 para beneficiar boates, motéis e cabeleireiros e o uso indevido do helicóptero oficial para o prefeito Sérgio Cabral passar os feriados em Paris.
 
Folha de São Paulo
 
O desastre do Rio
 
Bernardo Mello Franco
 
BRASÍLIA – A decretação de calamidade pública às vésperas da Olimpíada é mais do que um vexame para o Rio de Janeiro e o Brasil. Trata-se de uma gambiarra para driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe repasses do Tesouro a Estados inadimplentes.
 
Sem dinheiro para pagar salários, o Rio aplicou um calote na Agência Francesa de Desenvolvimento. Pela lei, isso impediria um novo socorro federal. Para contorná-la, bolou-se a ideia da calamidade de papel. O jeitinho carioca foi acertado por um mineiro, o governador em exercício Francisco Dornelles, e um paulista, o presidente interino Michel Temer.
 
O decreto é uma fraude porque a lei só prevê o estado de calamidade quando há uma “situação anormal, provocada por desastres”. O desastre do Rio foi ter um governo que gastou como se não houvesse amanhã, envolveu-se em escândalos bilionários e agora culpa a queda do preço do petróleo pelo rombo nas contas.
 
Além de bancar loucuras como a demolição e reconstrução do Maracanã, o Estado abriu mão de arrecadar R$ 185 bilhões de 2007 a 2015, segundo relatório do Tribunal de Contas do Estado. A farra de isenções beneficiou boates, motéis e cabeleireiros.
 
A gastança foi patrocinada por Sérgio Cabral, do PMDB. Nos dias de glória, ele usava o helicóptero oficial para transportar o cachorrinho e passava feriados em Paris.
 
Circula no Planalto a informação de que o Rio chegou, há poucos dias, a ter apenas R$ 35 mil em caixa. “Eles pintaram e bordaram. Pensaram que o Rio fosse os Emirados Árabes”, critica um conselheiro do presidente.
 
Enrolado no petrolão, Cabral reapareceu nos últimos meses como articulador do impeachment. Seu sucessor, Luiz Fernando Pezão, está licenciado para tratamento de saúde. O Estado caiu no colo de Dornelles, um político de 81 anos que planejava a aposentadoria. Na sexta-feira, perguntaram a ele o que levou à falência do Estado. “O que aconteceu pertence à história”, respondeu. 
Redação

17 Comentários

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  1. Esse é o resultado da guerra

    Esse é o resultado da guerra fiscal. Esvaziamento economico de regiões de estados vizinhos e esvaziamento do proprio caixa. O Parana tambem esta passando por isso. No final todos perdem.

  2. Chamem o

    Chamem o revisor…

    “falância” no título

    O resumo ficou incompleto

    “…ações bastante erráticas das últimas gestões como o projeto de demolição (do Maracanã)…”

    e tem informações equivocadas:

    “…uso indevido do helicóptero oficial para o prefeito Sérgio Cabral passar os feriados em Paris.”

    O helicóptero era usado para levar a família do Ex-Governador (e não prefeito Cabral) pra passar os fins-de-semana em Mangaratiba (e não em Paris). Muitas vezes o mesmo era usado para a locomoção do cachorro da família Cabral. Os feriados em Paris eram bancados com diárias do estado para o ex-governador e alguns secretários, acompanhados de suas mulheres, em companhia do famigerado herdeiro da Delta Cronstutora.

  3. falência do rio de janeiro
    essa corja já decretou estado de calamidade pública do brasil ao apontar o déficit de 170 bi. 2018 está un pouco distante no tempo. eles vão aumentar a dívida para 80% do pib e irão tentar “lewandowski”. depois perdem as eleições vão tentar outro golpe em 2064, ano do centenário do outro golpe.

  4. falência do rio de janeiro
    essa corja já decretou estado de calamidade pública do brasil ao apontar o déficit de 170 bi. 2018 está un pouco distante no tempo. eles vão aumentar a dívida para 80% do pib e irão tentar “lewandowski”. depois perdem as eleições vão tentar outro golpe em 2064, ano do centenário do outro golpe.

  5. Não tem nada haver com muita

    Não tem nada haver com muita coisa com foi dito…

    deve ser chamado pelo nome:

    > joaquim levy;

    > preço do petróleo;

    > e pmdb.

     

     

  6. E assim Dilma dificilmente
    E assim Dilma dificilmente encontrará “clima” para comparecer às Olimpíadas. Já Temer, terá salvado a pátria… Bando de hipócritas.

  7. Concordo, o Brasil não pode esperar pela decisão do Senado.

    Enquanto esperam, os ladrões governam o Brasil. Com auxílio implacável da mídia, e vão destruir

    e vender todo o país. O povo brasileiro NÃO PODE ESPERAR pela decisão do Senado.

    Esse governo, se é que pode chamá-lo tem que acabar ONTEM, ou Dilma volta imediatamente ou

    tem-se eleições já. Não pode mais esse governo de ladrões, está diariamente, roubando e destruindo o

    Brasil. O BRASIL NÃO PODE ESPERAR. TEM QUE DERRUBAR ESSE GOVERNO JÁ.

  8. A melhor foto que vi nessa

    A melhor foto que vi nessa semana foi a de Dornelles com o paletó abotoado errado e um comentário hilário: Se ele abotoa assim o paletó, imagina qual a solução dele para a crise dos salários no Rio de Janeiro. Na verdade, Dornelles está bem velhinho, mas continua espertão.

  9. Nosso belo estado do Rio de Janeiro.

    Uma das últimas craições dos governos milicos . Fusão de duas unidades da federação: Guanabara e Rio de Janeiro, talvez o mais aprazível de todos. União da metrópole mais louvada e cantada de nossa gente com estado fértil em todos sentidos: belezas de Costa Atlântica, serras exuberantes, e riqueza mineral. Berço cultural multifacetado,cosmopolita ao extremo, destaque mundial. Como paulista de nascimento reconheço todas estas qualidades no lugar onde constitui família, criei meus filhos ,trabalhei escolhi morar ainda aposentado. Não posso concordar que  a queda de receitas justifique esta falência.O petróleo ´nunca passou de mais um “plus” para tantas benesses naturais. Se cabe explicar isto, diria que se deve a má gestão histórica, bem retratada pela atual , por político profissional já esclerosado sem neunhim feito de valor a se reconhecer.

    1. A fusão dos estados da

      A fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro , se juntou as belezas naturais dos dois estados, prejudicou inexoravelmente os dois estados tanto econômica quanto politicamente. Principalmente politicamente,  pois a Guanabara,  tradicional reduto de progressistas,  foi sufocado pelo antigo Estado do Rio,  reduto de coroneis e toda sorte de espertalhões que até hoje manteem seus currais eleitorais  , mas garantiu o afastamento de possíveis governos progressistas na antiga Capital Federal .

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